Uma delegação de deputados socialistas visita, esta segunda-feira, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), iniciativa autónoma que surge depois de a maioria ter chumbado a deslocação oficial da Comissão Parlamentar de Defesa à empresa.
Segundo fonte do grupo parlamentar do PS, a iniciativa começa pelas 11:00 e, além de reuniões com a administração e com a comissão de trabalhadores, prevê a visita dos deputados a várias áreas dos ENVC.
A delegação é constituída pelos deputados Miranda Calha, João Soares, Marcos Perestrello, Fernando Medina e Jorge Fão, que querem “inteirar-se de diversos aspetos relacionados com a administração e com a situação laboral” dos estaleiros, disse a mesma fonte.
A venda dos estaleiros está suspensa desde dezembro, devido à investigação lançada pela Comissão Europeia aos apoios estatais de 180 milhões de euros, atribuídos aos ENVC entre 2006 e 2010.
Estas dúvidas já levaram o grupo brasileiro Rio Nave a desistir do negócio.
Nesta altura mantém-se na corrida apenas o grupo russo RSI Trading, que estendeu a validade da proposta vinculativa de compra dos estaleiros até ao início de março.
A maioria PSD/CDS-PP chumbou, a 23 de janeiro, um requerimento do PS para agendar a visita dos deputados da Comissão de Defesa aos ENVC, o que logo na altura levou os socialistas a anunciarem a organização de uma visita própria.
Os deputados do PSD e do CDS-PP justificaram a recusa por não quererem “colaborar” com nada que possa “comprometer” o sucesso do processo de reprivatização.
Também o presidente da Câmara de Viana do Castelo já assumiu “profunda preocupação” com a situação dos ENVC e será recebido em Lisboa, na terça-feira, pelo secretário de Estado da Defesa, Paulo Braga Lino.
“Face às notícias sobre os estaleiros quero ser informado pelo Governo se já estão esclarecidas as dúvidas colocadas pela Comissão Europeia e qual será o procedimento a seguir se Bruxelas não aceitar os esclarecimentos”, disse José Maria Costa.
O autarca socialista insiste na necessidade de o Governo revelar se existem “cenários alternativos” pensados para a empresa, de capitais totalmente públicos e que emprega atualmente 625 trabalhadores.
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