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Viana do Castelo

Credores aprovam fecho de estaleiros suspeitos de fornecimento de lanchas rápidas para traficantes de droga

15 Maio, 2012 - 08:19

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O Tribunal Judicial de Viana do Castelo decretou o “encerramento definitivo” dos estaleiros navais da VianaPesca, empresa falida na consequência do alegado fornecimento de lanchas rápidas para traficantes de droga da Galiza.

O Tribunal Judicial de Viana do Castelo decretou o “encerramento definitivo” dos estaleiros navais da VianaPesca, empresa falida na consequência do alegado fornecimento de lanchas rápidas para traficantes de droga da Galiza.

A decisão foi tomada em assembleia de credores realizada no Tribunal de Viana do Castelo, na sequência da insolvência decretada em março e conforme proposta do administrador de insolvência, que apurou uma dívida total de 3,020 milhões de euros a 89 credores.

Entre estes contam-se 28 trabalhadores dos mais de 60 com que a empresa chegou a contar.

Em contraponto, os ativos que serão alvo de arresto para garantir as dívidas ascende apenas a 426.900 euros, tendo o tribunal decretado o início da operação de liquidação.

A decisão de insolvência, segundo a declaração publicada em Diário da República, foi tomada a 05 de março pelo Tribunal Judicial de Viana do Castelo, a pedido de uma outra empresa da cidade, credora da VianaPesca, Construções e Reparações Navais em 41.706 euros.

Desde novembro de 2007 que o estaleiro, com sede em Viana do Castelo e que produzia lanchas rápidas, entrou em declínio.
Foi investigado pelas autoridades espanholas, em parceria com a Polícia Judiciária portuguesa, por alegadamente fornecer “lanchas voadoras” a um grupo de traficantes de droga desmantelado na mesma altura, na Galiza.

O clã era liderado por Ramiro Vázquez Roma, tido como principal traficante de cocaína na Galiza e simultaneamente “comissionista” da empresa portuguesa, mas que foi apanhado num desembarque de quatro toneladas de cocaína naquela região espanhola.

Em causa está a atividade da SeaRib’s, uma sociedade portuguesa à data com sede em Vigo, na Galiza, participada pela empresa VianaPesca, cujos estaleiros estão instalados em Viana do Castelo e que foram revistados, na altura, pela Polícia Judiciária, para atestar a relação de Ramiro Vázquez.

Segundo fontes da investigação espanhola, a VianaPesca seria o “centro das operações da organização” supostamente dirigida por Ramiro, hoje com 45 anos, e que foi detido na mesma altura em Pontevedra, Galiza, juntamente com mais seis suspeitos, por tráfico de cocaína.

Acrescenta a investigação que na empresa de Viana do Castelo foram encontradas quatro denominadas “lanchas voadoras” – por atingirem velocidades na ordem dos 150 quilómetros por hora -, com 25 metros de comprimento, uma alegada encomenda de um “grupo colombiano que traficava cocaína desde a Guiné-Bissau para a Galiza”.

A investigação espanhola garante que o estaleiro de Viana do Castelo está avaliado em, “pelo menos”, 1,5 milhões de euros, que uma participação pertenceria à mulher do alegado traficante galego e a empresa seria utilizada para “lavagem de dinheiro” proveniente do tráfico de droga.

Pelo facto de o processo de insolvência se cruzar com um outro de alegado branqueamento de capitais pela empresa, o tribunal aprovou hoje uma “peritagem imediata” às contas dos Estaleiros da VianaPesca entre 2009 e 2011.

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