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Viana do Castelo

Credores aprovam continuidade da maior empresa de construção do distrito

16 Fevereiro, 2012 - 16:46

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Os credores da Aurélio Martins Sobreiro, a maior empresa de construção civil do distrito de Viana do Castelo, aprovaram hoje a sua continuidade, mediante um plano de reestruturação a apresentar em 60 dias.

Os credores da Aurélio Martins Sobreiro, a maior empresa de construção civil do distrito de Viana do Castelo, aprovaram hoje a sua continuidade, mediante um plano de reestruturação a apresentar em 60 dias.

A empresa tem 860 credores que reclamam uma dívida na ordem dos 31,3 milhões de euros, o que em novembro levou a administração a pedir a insolvência.

Empregava na altura 300 trabalhadores, operando em todo o país, mas também em Angola e Moçambique.

Em Assembleia de Credores, realizada hoje num pavilhão desportivo da cidade, dada a dimensão do processo, estes acabaram por aprovar, por larga maioria, a continuidade da empresa, conforme proposta do administrador de insolvência, nomeado pelo Tribunal.

“Tem condições para manter a sua atividade, devendo no entanto adequar a sua dimensão às atuais condições do mercado e equacionar a sua área de atuação, já que os custos inerentes ao alargamento da sua área de atuação e à sua internacionalização foram bem superiores aos proveitos que daí obteve”, lê-se no relatório do administrador de insolvência.

Neste documento, apresentado aos credores e ao qual a Agência Lusa teve acesso, Nuno Oliveira da Silva sublinha que “mais que um grande volume de negócios, interessa é obter um bom resultado final”.

Nos próximos 60 dias, este administrador vai elaborar um plano de reestruturação da empresa e uma solução para a forma como serão liquidados os créditos, avançando para a “manutenção da atividade dos estabelecimentos do devedor e consequentemente determinar a suspensão da liquidação e partilha da massa insolvente”.

A Aurélio Martins Sobreiro tem hoje menos de 200 trabalhadores, depois da saída de cerca de uma centena, através da rescisão de contratos por atraso no pagamento de salários, apontando o administrador de insolvência para uma solução final de 120 a 140 trabalhadores.

“Redimensionando-se, a sociedade terá, em minha opinião, capacidade para voltar a ter uma exploração lucrativa, conseguindo ainda libertar alguns ativos que poderá utilizar na consolidação e reescalonamento do seu passivo”, sustenta.

A empresa realizou nos últimos anos obras um pouco por todo país, essencialmente através de concursos públicos, tendo fechado 2008 com um volume de negócios de 24,9 milhões de euros, em 2009 com 28,6 milhões e em 2010 com 25,8 milhões.

“O ano de 2010 marca o início das dificuldades da sociedade”, reconhece o administrador de insolvência, apontando a quebra no volume de negócios (10 por cento) e o aumento com os custos das mercadorias vendidas e matérias consumidas “em mais de 20 por cento”.

“As dificuldades da sociedade em 2011 agravaram-se ainda mais e, desde logo, pelos graves problemas de liquidez causados pelo menor apoio das instituições bancárias em termos de concessão de novos financiamentos”, sublinha.

O volume de negócios até outubro de 2011 “confirmou as piores previsões” e atingiu os 14,5 milhões de euros, “sendo demonstrativo da crise que atravessa o setor onde a sociedade atua”, escreve Nuno Oliveira da Silva.

Recorda que as dificuldades de cobrança junto do Estado, autarquias e institutos de natureza pública “também se agravaram”, somando 15 milhões de euros, no total de créditos da empresa.

A par destas situações em solo nacional, a sociedade também se depara com graves problemas com as suas participadas em Moçambique e Angola.

Entretanto, por insuficiência de meios, desistiu de obras de empreitadas, que tinha vencido, no valor de 7,8 milhões de euros.

Pelo plano de reestruturação, o administrador de insolvência, segundo a aprovação feita pelos credores, vai receber 25 mil euros, além de um pagamento mensal de 7.500 euros, como remuneração.

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