A CP garantiu que “não está prevista” a interrupção da ligação entre Porto e Vigo no final deste mês, possibilidade que responsáveis espanhóis adiantaram no fim de semana à imprensa daquele país.
“Não está prevista a interrupção do serviço para o final do mês e prosseguem as conversações entre a RENFE e a CP, para estudar soluções de futuro relativamente a esta ligação”, disse hoje à Lusa fonte da empresa pública.
Em causa estão fontes do Ministério do Fomento de Espanha, citadas pela imprensa local, que dão conta que o acordo entre as duas transportadoras públicas, CP e RENFE, para a partilha dos custos da operação atual, terminará a 29 de fevereiro.
“A CP desconhece as declarações bem como a data referida”, comenta, oficialmente, fonte da empresa portuguesa.
Contudo, a propósito destas notícias, o secretário-geral do Eixo Atlântico escreveu uma carta, esta semana, à ministra do Fomento espanhol, Ana Pastor, pedindo uma clarificação sobre este processo.
Mas, sobretudo, Xoán Mao apelava a “que se mantenha o serviço ferroviário existente, ao mesmo tempo que se melhorem os tempos de viagem e frequência”, até que seja concretizada a modernização da linha, no traçado português, entre Nine e Valença.
Recorde-se que a supressão do troço Valença-Vigo tinha sido anunciada pela CP para 10 de julho de 2011, com a empresa a alegar um prejuízo mensal de 19.600 euros.
No entanto, dias antes da entrada em vigor da medida, CP e RENFE anunciaram um acordo, válido até 30 de setembro, para que a empresa pública portuguesa continuasse com o serviço, em território espanhol.
O aval foi dado pelo Ministério do Fomento de Espanha, que pretendia estudar alternativas, como a criação de um serviço próprio entre Tui e Vigo, que atualmente não existe, tendo em conta que a ligação da estação de Porriño à fronteira com Portugal é um ramal, de 12 quilómetros, da linha principal (Vigo-Ourense).
O acordo foi entretanto prorrogado e desde julho que o custo da ligação em território espanhol está a ser assegurado pela empresa espanhola, apesar de realizada pela CP, mediante um apoio financeiro da RENFE, para cobrir o prejuízo estimado.
Na carta enviada à ministra espanhola, Xoán Mao lembra que a situação deficitária daquela linha foi provocada, em parte, pela empresa espanhola, que não assegurava a presença de um cobrador no troço entre Tui e Vigo, além de um sistema de administração do serviço “obsoleto” e da “péssima” gestão das duas transportadoras públicas.
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