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Vale do Minho

Cimeira ibérica: Força do sinal espanhol na fronteira obriga a telemóveis com busca manual

7 Maio, 2012 - 08:24

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A fronteira do Alto Minho com a Galiza é um dos locais onde a busca de sinal dos telemóveis não pode ser automática perante as dificuldades de cobertura das operadoras nacionais face à força das espanholas.

A fronteira do Alto Minho com a Galiza é um dos locais onde a busca de sinal dos telemóveis não pode ser automática perante as dificuldades de cobertura das operadoras nacionais face à força das espanholas.

“Todos sabem colocar o telemóvel a procurar rede manualmente. Os que não sabem tratam logo de aprender porque se estiver em automático entra logo a rede espanhola. E aí, sai-lhes da pele, o custo da chamada”, explicou à Lusa o presidente da Câmara de Monção, José Emílio Moreira.

O cenário é comum a praticamente toda a fronteira com a Galiza porque a força do sinal das operadoras espanholas se sobrepõe à fraca cobertura nacional naquelas zonas.

“A cobertura e a força do sinal espanhol é tão forte que se sobrepõe nas falhas do nosso lado, sem que as pessoas percebam. É por isso que eu próprio estou sempre a mandar os funcionários da Câmara colocarem os equipamentos de serviço no manual. Aqui, nada de automático”, disse.

É, portanto, com “bons olhos” que o autarca confessa ver o pedido que o Governo da Galiza e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) pretendem fazer aos governos de Portugal e de Espanha sobre a isenção na cobrança de “roaming” das comunicações nas zonas de fronteira.

Dos dois lados pretende-se que o tema seja abordado na Cimeira Luso-Espanhola, que tem início no Porto, na quarta-feira, 09 de maio.

“Quem cá mora já não cai nisso. O problema é quem vem de fora, faz uma chamada, distraído, a pensar que está em Portugal. Só depois descobre que foi ao estrangeiro, quando chega a fatura”, ironiza José Emílio Moreira.

Se é um facto que do lado português todos sabem que o telemóvel é para trabalhar “em manual”, há quem se distraia para o resto.

“No Natal resolvi ver um vídeo na Internet e liguei a placa 3G, que tem tráfego nacional gratuito, mas no final do mês veio uma conta de 15 euros. Não reparei que estava a usar a rede espanhola”, contou à Lusa Fernando Rocha, de Valença.

Desde essa data que a placa, garante, está arrumada. “Para cinco minutos de utilização foram 15 euros. Nunca mais caio na asneira”, disse.

Mais a sul, ainda junto ao rio Minho, a Estrada Nacional 13, entre Caminha e Vila Nova de Cerveira, é um dos “pontos negros” da cobertura de fronteira, “assumida” por norma pelos emissores espanhóis.

“É uma zona muito complicada. Temos de estar sempre em modo manual para que não entre a espanhola, para não termos custos exagerados sem sequer sabermos”, disso o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, José Manuel Carpinteira.

Segundo o autarca, a “obrigatoriedade” de ter os telemóveis em “manual” estende-se aos vizinhos galegos.

“Devido à orografia da região, acontece-lhes o mesmo do outro lado, em que entra a nossa rede. Por isso, uma proposta para acabar com o roaming nestas zonas, beneficiaria os utentes dos dois países”, acrescentou.

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