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Vila Nova de Cerveira

Cerveira: Seminário Ibérico expôs fragilidades e potencialidades das Artes e Ofícios Tradicionais

16 Agosto, 2014 - 08:46

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Iniciativa decorreu esta semana no Fórum Cultural de Vila Nova de Cerveira, no âmbito da BIA.

Entidades e artesãos portugueses e espanhóis expressaram posição unânime quanto ao futuro das artes e ofícios na Península Ibérica: existe mercado, assiste-se a uma mudança de paradigma, mas há que ir ao encontro das oportunidades. Seminário Ibérico decorreu esta semana no Fórum Cultural de Vila Nova de Cerveira, no âmbito da BIA.
Espaço de reflexão e debate em torno do estado atual das artes e ofícios, oradores e público presente partilharam conhecimentos e experiências, analisaram fragilidades e potencialidades, apresentaram alguns indicadores da Galiza e do Vale do Minho, e sugestões para uma nova etapa de desenvolvimento do setor.
No primeiro painel, mais direccionado para a legislação portuguesa, Fernando Gaspar, do Programa para a Promoção das Artes e Ofícios do IEFP, recordou a existência do Registo Nacional do Artesanato, criado em 2002, e que atualmente contabiliza 2062 Unidades Produtivas Nacionais ativas, com maior predominância em Lisboa e Vale do Tejo, seguido do Norte e Açores. Das medidas implementadas para valorizar a produção nacional e a promoção da competitividade e de emprego neste setor foi assinado, a 28 de julho, o protocolo BSE/IEFP, enquanto outras medidas já elaboradas aguardam processamento.
Referindo-se aos pontos fracos do setor, Fernando Gaspar destacou o baixo nível de exigência de artesãos e entidades em relação à qualidade técnica e estética dos produtos, a fragilidade dos circuitos comerciais e de promoção e a dificuldade na transmissão de saberes artesanais. Pelo lado positivo, a preservação dos saberes através da formação de novos artesãos nas últimas três décadas, o reconhecimento (nomeadamente politico) do contributo do artesanato para a criação de emprego sustentável e a capacidade das artes e ofícios atraírem um novo perfil de criadores/produtores.
De Espanha, Manuel Gonzalez Arias, presidente da Organização de Artesãos de Espanha, frisou que as competências neste setor estão delegadas nas regiões autónomas. No entanto, partilhou as inúmeras iniciativas galegas de promoção, através da distribuição de sacas e embrulhos com a marca do artesanato da Galiza, organização de mini-feiras, atividades de portas abertas, mecanismos digitais, entre outras.
O segundo painel versou sobre a atividade no Vale do Minho com a oradora convidada Graça Ramos, do Portugal à Mão. Em 2012, esta associação efetuou um estudo para a ADRIMINHO, com o intuito de perceber qual a realidade do setor neste território. Antes de expor dados, Graça Ramos realçou que se assiste a uma mudança de paradigma nas artes e ofícios do Vale do Minho, com um setor renovado e mais jovem. No entanto, continua a ser encarado como um meio de subsistência para um número significativo de artesãos.
Em 2013, eram 213 os artesãos distribuídos pelos seis concelhos do Vale do Minho, sendo que os três primeiros lugares são ocupados por Caminha, Vila Nova de Cerveira e Paredes e Coura, com preponderância nos têxteis. A média de idades é de 52 anos, com 80% dos artesãos do sexo feminino e as habilitações académicas distribuídas pelo 12o ano (24,5%), 4a classe (22%), Ensino Superior (17%) e 9o ano (16%).
O Seminário Ibérico encerrou com a apresentação de quatro bons exemplos e práticas de sucesso, dois portugueses – Associação 30 Moios de Sal e Limicroma – e galegos – Estiloaramar e Eferro.

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