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O mau tempo que se fez sentir durante a tarde desta segunda-feira em todo o distrito de Viana do Castelo deixou marcas bem visíveis na praia de Moledo, em Caminha. Vento, chuva e forte ondulação acabaram por deixar à vista enormes tubos de geotêxtil, enchidos com areia, colocados há seis anos durante as obras de reforço e recuperação daquela praia do concelho de Caminha.
A intervenção feita em 2014, inserida no Plano de Acção de Valorização e Proteção do Litoral 2012-2015, previu diferentes ações. Entre elas o reforço da duna primária, dotando-a de um núcleo artificial “resistente”. Na altura, foi considerada uma ação inovadora, ao colocar tubos de geotêxtil de grande dimensão, entre os três e os sete metros, preenchidos com areia de forma a serem capazes de reter o material sedimentar.
De acordo com os especialistas, a erosão costeira pode trazer diversas consequências. Entre elas a perda do valor paisagístico, consequentemente, do potencial turístico de uma região.
A Rádio Vale do Minho esteve esta segunda-feira no local e constatou que a ondulação marítima já quase alcança o moinho. Algo impensável quando a praia tinha uma aparência adequada ao termo.
O cenário, que se repete há vários anos, impressiona sempre locais e turistas, sobretudo pelo facto de que a faixa de rodagem fica escassos metros do moinho.
Presidente da Câmara garantiu que não existem riscos
No ano passado, recorde-se, o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, assegurou que não existem quaisquer riscos na praia de Moledo. O autarca socialista referiu na altura ao jornal O Caminhense que a intervenção feita em 2014 foi pensada para aguentar os impactos do mar.
“Eu percebo naturalmente a preocupação das pessoas. Temos tido problemas com o mau tempo e temos tido problemas de erosão em toda a nossa costa”, disse o presidente da Câmara.
“Mas o que está a acontecer é aquilo que supostamente devia acontecer. Em virtude deste mau tempo, alguma areia foi retirada pelo mar. Estes geocilindros ficaram a descoberto”.
No entanto, assegura o autarca, “estão preparados para resistir às altas pressões feitas pelo mar. Estão também preparados, como é o caso, para serem colocados a nu para que depois – quando o tempo melhorar – possam voltar a ser cobertos com areia. E no limite, se eles romperem, a areia que eles contêm ficará no local não havendo contaminação de nenhuma espécie nem qualquer perigo para obras públicas”.
De acordo com os dados mais recentes, aproximadamente 20% da rede de costas de todo planeta são formadas por praias arenosas. Destas, 70% encontram-se em predominante processo de erosão.
Veja o vídeo:
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