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Caminha

Caminha: Forte da Lagarteira abre ao público no dia 1 de junho

5 Maio, 2017 - 01:51

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Câmara Municipal assinou um protocolo de cooperação com a Autoridade Marítima Nacional que permitirá a fruição pela população e pelos turistas.

O Forte da Lagarteira, em pleno Portinho de Vila Praia de Âncora, abre ao público no próximo dia 1 de junho. Na primeira exposição, vai contar a sua história e as circunstâncias em que foi construído. A Câmara Municipal de Caminha assinou um protocolo de cooperação com a Autoridade Marítima Nacional que permitirá a fruição pela população e pelos turistas. A cerimónia decorreu no interior do Forte da Lagarteiro e contou com a presença do Diretor-Geral da Autoridade Marítima Nacional, o Vice-Almirante Luís Carlos de Sousa Pereira e do Secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello.
A importância da manutenção da memória dos monumentos foi salientada por Luís Carlos de Sousa Pereira, que recordou palavras que reteve de um filme que viu, sublinhando que são as pessoas que fazem os sítios.
O presidente da Câmara, Miguel Alves, destacou o significado da fortaleza, como sinal de afirmação do que somos enquanto território e país, mas também como algo que faz parte da cultura e das gentes de Vila Praia de Âncora. Miguel Alves adiantou que, no próximo dia 1 de junho, o dia em que o Forte da Lagarteira abrirá as portas, será também anunciada a programação para o espaço. O imóvel esteve até agora fechado e sem qualquer utilização sendo agora devolvido à população e ao turismo. Entretanto, a câmara vai proceder à limpeza do imóvel e à colocação de placas informativas sobre a sua história e significado, estando prevista a possibilidade de visitas guiadas, por marcação.
Miguel Alves agradeceu o emprenho da Marinha e do Secretário de Estado para que este protocolo fosse possível e anunciou que, no âmbito da descentralização de competências do Estado, decorrem negociações que incluem a possibilidade de todos os edifícios localizados na área do Portinho, pertencentes à Docapesca, poderem ficar sob gestão do Município, fator que dá ainda mais sentido ao protocolo agora assinado.
O presidente da Câmara agradeceu também a presença da população e dos responsáveis de várias instituições da Vila, como a Associação Humanitária de Bombeiros, Voluntários, Academia de Música Fernandes Fão e Orfeão de Vila Praia de Âncora, entre outras.

Miguel Alves: “Junta de VP Âncora recusou protocolo com Câmara de Caminha”

O edil caminhense informou também que a Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora recusou subscrever com a Câmara Municipal de Caminha um protocolo que a habilitava a usar o Forte da Lagarteira na mesma medida e em igualdade de circunstâncias, com o Município, à exceção dos encargos financeiros, que ficariam do lado da câmara. Apesar disso, reiterou que a Junta poderá voltar a trás quando assim o entender e usar o Forte, tal como outras Juntas e instituições, no âmbito das condições estabelecidas no protocolo.
Intervindo no final da cerimónia, que tinha sido iniciada com a atuação de um Trio de Cordas da Academia de Música Fernandes Fão, o Secretário de Estado congratulou-se com a devolução do Forte à população, que cria assim as condições de perpetuação da sua história e memória. “Esta cerimónia é o exemplo de como a Autoridade Marítima pode servir as pessoas, pode servir um concelho”, referiu o governante.
Marcos Perestrello, recordando que também ele foi autarca, saudou a “visão determinada” do presidente da Câmara, um “amigo” que conhece bem, sublinhando: “foi essa visão que nos trouxe aqui hoje”, a visão de um homem que “tem a capacidade de fazer ouvir a sua voz”, reconhecendo que nem sempre os autarcas que estão fora da capital têm facilidade em chegar aos centros de poder e de fazer valer a vontade das suas populações.
O documento firmado com a Autoridade Marítima Nacional prevê um período de cinco anos, renovável. De acordo com o protocolo, o município compromete-se a garantir a conservação, manutenção e custos de funcionamento do imóvel, podendo, em contrapartida, utilizar o espaço para a realização de eventos.
O Forte da Lagarteira foi mandado construir por D. Pedro II no século XVII na sequência das Guerras da Restauração da independência (1640-1668) para o reforço da costa portuguesa perante a ameaça espanhola, integrando-se na linha de defesa estrategicamente colocada nas margens do rio Minho e ao longo da costa atlântica.
Recorde-se que este Executivo já tinha utilizado o Forte da Lagarteira pontualmente, com autorização da Marinha, para realização de eventos de grande sucesso, casos, em 2014, de um concerto com Teresa Salgueiro, e em 2015, a iniciativa Fado Forte, evento integrado nas Viagens à Terra Nova, uma exposição que homenageou os mais de 700 pescadores do concelho que se dedicaram à pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova.
De acordo com os registos, o Forte da Lagarteira, de arquitetura militar, “integra-se no grupo de fortes seiscentistas de planta estrelada, de pequenas dimensões e alçado simples. Cruzava fogo com o Forte de Santiago. Denota persistências de formas de caráter medieval, observável no balcão fechado, e sua conciliação com um conceção planimétrica e militar completamente distinta e de cariz seiscentista”.
O Forte foi classificado como Imóvel de Interesse Público, pelo decreto nº 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967.

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