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Caminha e A Guarda exigem soluções para ferry boat

11 Abril, 2014 - 20:22

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Municípios vão redigir carta conjunta, solicitando reuniões com os responsáveis governamentais de Lisboa e Madrid.

Os presidentes das câmaras municipais de Caminha e A Guarda vão redigir uma carta conjunta, solicitando reuniões com os responsáveis governamentais de Lisboa e Madrid, com competência na área dos transportes fluviais, e em que ambos participarão. Em causa está o ferry boat que liga os dois municípios da foz do Minho, neste momento a funcionar a menos de 50 por cento, mas que poderá desaparecer dentro de pouco tempo, se os dois países não assumirem as suas responsabilidades. Esta foi uma das conclusões do II Encontro dos Municípios da Foz do Minho, que hoje de manhã reuniu os dois executivos, na Câmara de A Guarda.
Entre os vários assuntos em agenda, com destaque para uma ampla cooperação, os dois autarcas foram unânimes sobre o que é, neste momento, a sua maior preocupação. O ferry boat que liga os dois municípios está impedido de navegar durante longos períodos, por causa do assoreamento do canal de navegação. A falta de dragagem só permite ao ferry boat navegar nos picos de maré, ou seja, durante mais de metade do tempo que seria de navegação, a embarcação fica parada no cais. Os prejuízos fazem-se sentir pesadamente na receita das bilheteiras, causando grandes inconvenientes à população das duas margens do Rio Minho.
Miguel Alves e Domínguez Freitas, presidentes de Caminha e A Guarda, receiam que o ferry esteja definitivamente em risco, se não houver uma atitude imediata dos responsáveis governamentais dos dois países. Neste momento, assumem, está a ser prestado um mau serviço. Domínguez Freitas foi ainda mais
longe, declarando aos jornalistas que, sem o ferry, o Caminho Português de Santiago pela Costa morre.
Miguel Alves salientou também os prejuízos para a economia e vai pedir a maior mobilização possível. Comerciantes, associações, juntas de freguesia, paróquias e população em geral serão convidados a juntar-se para que a voz dos dois municípios surja fortalecida e possa ser ouvida junto dos dois governos.
O ferry ocupou ainda a agenda no que respeita à dívida do município de A Guarda a Caminha. Suspenso
o litígio judicial intentado pelo executivo anterior de Caminha, foi já possível chegar a um entendimento e recuperar parte das receitas, designadamente através do encaminhamento do produto da bilheteira galega para Caminha, prática que se vai manter No próximo mês de maio, A Guarda pagará ainda a quantia referente ao terceiro e quarto trimestres de 2013, no valor de cerca de 48 mil euros.
Entretanto, a elaboração de um plano de pagamento mais completo só será possível a partir do final deste mês, uma vez que, por questões legais, o executivo de A Guarda só poderá completar o seu quadro técnico, na área financeira, a partir do dia 29.
De qualquer forma, apesar do excelente entendimento entre os dois executivos, poderá vir a ser adotada uma solução mista, devido à “incompetência” dos autarcas que governaram Caminha e A Guarda, entre
os anos 2000 e 2007, como classificou Miguel Alves. Do lado espanhol, as dívidas não foram pagas e do
lado português não foram reclamadas eficazmente. Neste momento, com leis distintas nos dois países sobre prazos de prescrição, o município de A Guarda, independentemente de reconhecer os montantes em dívida, está legalmente impedido de pagar períodos mais remotos.
Miguel Alves salientou que não houve nem haverá qualquer perdão de dívida, porque nem Caminha o fará
nem A Guarda o pretende, antes pelo contrário, já que o município galego vai pagar, ainda em 2014, o
montante de um ano inteiro de bilheteira.
Com este esforço de diminuição da dívida e a vontade inequívoca de A Guarda em saldar os compromissos, fica a ganhar o município de Caminha, encaixando montantes que são muito importantes uma vez que, como referiu Miguel Alves, este executivo tem deparado com muitas “surpresas” do lado da despesa.
O excelente entendimento das duas autarquias, e o diálogo constante ao longo dos últimos oito meses, deu já bons frutos no plano cultural e desportivo. Exemplo é a internacionalização do “Caminha Doce”, cuja edição em A Guarda (A Guarda Doce) vai acontecer já nos dias 31 de maio e 1 de junho, mobilizando ambas as economias, ao nível da doçaria.
Até lá, e enquanto se desenham outros eventos, assim como um plano de cooperação estreita, no domínio do ensino da Língua Portuguesa na Galiza, A Guarda, através dos seus autarcas, mas também de empresários, vai estar representada em eventos como A Maior Mesa de Páscoa do País e Vila Praia em Flor. As comemorações dos 40 anos do 25 de abril em Caminha contarão também com a presença dos autarcas galegos.
Recorde-se que o I Encontro aconteceu no passado dia 20 de dezembro, em Caminha, e iniciou uma nova
forma de relacionamento entre os dois órgãos, marcada pelo diálogo e pela cooperação, cujos resultados são já evidentes e beneficiam os dois municípios.

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