A empreitada de consolidação da Duna dos Caldeirões está em fase de conclusão, obra que, juntamente com a dragagem no Portinho (também em fase final) implica um investimento total superior a 1,7 milhões de euros.
Cerca de 200 mil plantas oriundas de uma empresa do concelho vão auxiliar a fixação das areias.
Com a conclusão das intervenções termina uma das mais importantes obras dos últimos anos em Vila Praia de Âncora, num esforço que é para continuar, como garantiu esta segunda-feira o Presidente da Câmara, Miguel Alves, numa visita ao local.
Os últimos trabalhos desenvolvem-se entre a Duna e a margem do Rio Âncora. Estão em curso plantações, mais de 200 mil pés, de quatro espécies distintas, sendo três delas aquáticas e uma dunar.
Como explicou José Augusto Martins, da empresa Raiz da Terra, trata-se de espécies presentes na flora autóctone, que foram desenvolvidas nas estufas de Vile.
Está também a ser colocado o passadiço que dará acesso ao parque de estacionamento e à praia e as últimas areias, provenientes do Portinho, culminando uma grande operação que movimentou mais de 110 mil metros cúbicos de areia.
Para Miguel Alves, há em todo o processo três boas notícias. Por um lado a consolidação da Duna dos Caldeirões, conseguida com a Polis e o apoio financeiro do POSEUR e recurso às técnicas da bioengenharia; o desassoreamento do Portinho, mas também a mobilização da economia local, uma vez que os trabalhos na Duna, assim como as 200 mil plantas, têm origem em empresas do concelho.
“Este é um esforço que não termina aqui e que terá de continuar nos próximos anos, porque está em causa a força do mar e a vontade dos recursos naturais, sobretudo num contexto de alterações climáticas e erosão costeira”, realçou o autarca socialista.
Quanto à importância da obra, Miguel Alves referiu também o caráter simbólico da consolidação da Duna, que o mar derrubou em 2014, escassos três meses após tomar posse no primeiro mandato.
“Do dia para a noite ruiu uma duna de mais de sete metros, mudou o curso do Rio Âncora, criou-se uma ligação entre o rio e o mar, e alterou-se toda a geometria desta zona, colocando em risco a praia, a nossa praia de Vila Praia de Âncora e a Praia das Crianças”, recordou.
“Sem sermos agressivos ou invasivos, recusamos outras soluções que falavam de muros e de coisas do género”, referiu Miguel Alves, destacando o papel da bioengenharia nas soluções adotadas, usando os meios mais amigos do ambiente. “Consolidamos o sapal e protegemos toda a praia de Vila Praia de Âncora, que continuará a ser uma das melhores do país”.
Miguel Alves salientou ainda os trabalhos no Portinho, uma vitória do trabalho continuado dos pescadores.
Recorde-se que a intervenção no Portinho se baseou na remoção e migração de areias da barra, canal de entrada e bacia portuária do porto de Vila Praia de Âncora para a Duna dos Caldeirões. Nesta empreitada foram conduzidos para a Duna dos Caldeirões, através de 730 metros de tubagem, mais de 110 mil metros cúbicos de areia.
A tubagem foi enterrada e disfarçada na areia, tentando-se que o prejuízo da época balnear fosse o menor possível.
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