Câmara atribui tolerância de ponto aos 800 funcionários na tarde de 23 de dezembro

A Câmara de Viana do Castelo aprovou, por unanimidade, a tolerância de ponto aos 800 funcionários do município na tarde de 23 de dezembro, apesar da decisão contrária tomada pelo Governo para a Administração Central.
A proposta foi apresentada pela maioria socialista no Executivo e aprovada, em reunião de Câmara, com os votos dos vereadores dos três partidos representados.
José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo, justificou a proposta com a "tradição de Natal", nomeadamente a realização da habitual festa para as famílias dos funcionários da autarquia, a 23 de dezembro.
"Também há pessoas que vão para outros locais, mais distantes. Os trabalhadores poderão usufruir dessa tarde para, já agora, fazerem as suas compras de Natal no comércio tradicional", apontou José Maria Costa.
A proposta aprovada hoje prevê a tolerância de ponto para a tarde de dia 23 de dezembro aos funcionários camarários e mereceu os votos favoráveis, além da maioria PS (5), também do PSD (3) e do CDS-PP (1).
Os vereadores do PSD não explicaram o sentido de voto, mas Aristides Sousa (CDS-PP) justificou-o com a "preocupação com a mobilidade".
"Preocupa-me esta questão porque os funcionários, ao terem de trabalhar até ao final do dia de sexta-feira [dia 23], vamos ter uma sobrecarga de tráfego nas estradas, reduzindo o tempo para as pessoas se deslocarem para a suas terras", explicou.
A 07 de dezembro o Governo decidiu não dar tolerância de ponto aos funcionários públicos no Natal e no Ano Novo, porque este ano as vésperas calham em sábados.
Luís Marques Guedes, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, explicou que tem sido tradição "na tarde do dia 24 ou na tarde do dia 31 haver tolerâncias de ponto", para que os trabalhadores da Administração Pública pudessem "juntar-se às suas famílias" no Natal e no Ano Novo.
Contudo, "este ano o Natal e o Ano Novo calham em domingos e, portanto, as vésperas, tanto o dia 24 como o dia 31, são sábados", que "já são dias em que não há trabalho na Administração Pública, por princípio", pelo que "não haverá nenhuma decisão do Governo este ano relativa a tolerância de ponto quer no dia 24 quer no dia 31", acrescentou.
Considerou ainda que "não faria sentido haver a extensão para além desta lógica e deste princípio, que este ano já está salvaguardado", apontando como um fator adicional a ter em conta "a situação particularmente difícil em que o país está".

FONTE: LUSA