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Viana do Castelo

Câmara apoia pescadores de Castelo de Neiva com 9 mil euros

5 Março, 2014 - 14:02

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Proposta do executivo de maioria socialista será discutida e votada esta quinta-feira em reunião de Câmara.

A Câmara de Viana do Castelo vai avançar com um apoio de emergência de 9.000 euros aos pescadores de Castelo de Neiva, que há cerca de três meses não vão ao mar devido ao mau tempo.
A proposta do executivo de maioria socialista, à qual a agência Lusa teve hoje acesso, será discutida e votada em reunião de Câmara nesta quinta-feira e resulta de encontros realizados entre elementos da área da Ação Social da autarquia e representantes da comunidade de pescadores daquela freguesia.
A solução encontrada prevê a transferência de um apoio mensal de 750 euros, entre janeiro e dezembro de 2014, a gerir pela Associação de Armadores de Pesca de Castelo de Neiva (AAPCN) em função das necessidades dos pescadores, nomeadamente de alimentação.
A medida é justificada pelo município com as “dificuldades económicas” que as famílias dos pescadores de Castelo de Neiva locais “estão já a sofrer” devido “à impossibilidade de exercerem a faina”.
“Neste momento, estima-se já em cerca de 600 mil euros os prejuízos causados pela destruição das artes de pesca devido à forte agitação marítima”, recorda o executivo municipal liderado pelo socialista José Maria Costa.
Aquela comunidade piscatória na periferia da cidade de Viana do Castelo envolve 30 embarcações de pesca tradicional e mais de 80 pescadores, mas desde 10 dezembro que o estado do mar e o mau tempo, associados ao forte assoreamento da barra, não permitem a faina.
Além de três meses praticamente sem qualquer rendimento, o que segundo a AAPCN está a deixar os pescadores em “situação crítica” em termos sociais, estes queixam-se da destruição total das artes que estavam colocadas no mar.
“Estamos a falar de 20 mil euros de prejuízos por cada embarcação, só nas artes que se perderam no mar, e isto são contas por alto. É uma calamidade”, disse a presidente daquela associação.
De acordo com Maria José Neto, “não há memória” de um inverno com tantas dificuldades naquela freguesia, onde “já se nota a fome” e a falta de dinheiro “para pagar as contas” por parte dos pescadores locais.
“É uma coisa que nunca vi. Os patrões perderam as artes que tinham no mar e tem de investir outra vez, mas não há dinheiro. Não sei como vamos pagar estes prejuízos”, apontou.
Estes pescadores já avançaram com um pedido para acederem ao subsídio de compensação salarial, mas o “receio” prende-se com o período de tempo necessário até à atribuição deste apoio.
“Estamos numa situação crítica, sem rendimentos há três meses. Não é possível aguentar assim, precisamos de ajuda urgente”, reafirmou na semana passada Maria José Neto, ela própria pescadora de Castelo de Neiva e que em dezembro investiu 35 mil euros na nova embarcação.
“Nunca mais conseguimos recuperar o investimento feito”, desabafa a pescadora, que partilha o barco com o marido, ambos afastados do mar e sem qualquer rendimento há três meses.
Além dos pescadores, que se dedicam sobretudo à faina do robalo e do polvo, a AAPCN recorda que “centenas de famílias” daquela freguesia vivem direta ou indiretamente da atividade.

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