Os bombeiros de Monção convocaram para 05 de maio uma assembleia-geral que, se voltar a terminar sem uma solução de direção, pode até levar ao fim da corporação, face às dívidas de 200 mil euros.
A situação “preocupante” foi admitida à Agência Lusa pelo comandante da corporação, José Passos, face à demissão apresentada pela direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Monção.
Nesta altura, dos 200 mil euros em dívidas a fornecedores, cerca de 60 mil euros são relativos ao abastecimento de combustíveis da corporação, que nesta altura já é feito apenas a crédito.
“Quando as pessoas assim não o entenderem [abastecer a crédito], entramos em rotura”, admitiu José Passos, lembrando, ainda, que só os hospitais devem mais de 100 mil euros à corporação, referentes a transportes de doentes.
Todos os meses, a fatura com combustíveis chega aos 7.000 euros mas, na época de fogos florestais, dispara para quase 12.000 euros. A curto prazo, admite José Passos, a corporação vai ter mesmo que começar a fazer opções, entre o socorro e combate a fogos florestais.
“Caso não se tomem medidas, os fornecedores com dívidas maiores poderão querer receber a curto prazo e nós não temos fundo de maneio. Podemos ficar sem alternativas”, acrescentou o comandante.
A 21 de fevereiro, a atual direção da associação humanitária apresentou a demissão, um mês depois de vencer as eleições e alegando a situação financeira herdada da gestão anterior e que afirmaram desconhecer.
Uma assembleia-geral eletiva chegou a ser marcada para 20 de março, mas acabou por não se concretizar devido à falta de listas candidatas. A próxima está marcada para 05 de maio e, entretanto, com a época de fogos florestais à porta, a apreensão com o futuro já tomou conta dos bombeiros.
“Temos 21 pessoas cá a trabalhar, são 21 famílias. Estamos cá para servir, mas também temos a parte social inerente ao nosso serviço”, sublinhou José Passos, que nesta altura admite que, embora sem salários em atraso, todo o planeamento está a ser feito sem certezas de futuro.
José Passos disse ainda sentir-se “muito preocupado”: “Não vejo as pessoas responsáveis a darem uma palavra, apesar dos nossos alertas, ou sequer a tentarem amenizar a situação”, rematou.
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