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Viana do Castelo

Bolo

22 Dezembro, 2011 - 08:23

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O Paço de Calheiros, em Ponte de Lima, vai servir na Ceia de Natal um bolo-rei de 35 quilos que só acabará de ser comido no dia de Reis, tradição que já conta 30 anos.

O Paço de Calheiros, em Ponte de Lima, vai servir na Ceia de Natal um bolo-rei de 35 quilos que só acabará de ser comido no dia de Reis, tradição que já conta 30 anos.
"Ano após ano, o bolo foi crescendo até ocupar toda a mesa da ceia, chegando à enormidade atual", explicou à Lusa o responsável do Paço de Calheiros, um solar com 500 anos que pertença à família monárquica com o mesmo nome.
Segundo Francisco Calheiros, "diz" a tradição que o bolo-rei é oferecido pelo abade Filintro Barbosa, que foi pároco da freguesia durante 60 anos, convidado para a ceia de Natal naquele Paço.
"Há uma relação muito forte, que já vem do século XVII, deste Paço com a Igreja e que chega aos nossos dias com estas tipo de iniciativa. Basta dizer que o terreno onde a igreja foi construída foi cedido pelo Paço", conta ainda Francisco Calheiros.
Aos 89 anos e apesar de o solar ser hoje um espaço de Turismo Rural, a oferta pelo abade do bolo-rei para a ceia ainda se mantém.
"É ele que trata de tudo, da própria encomenda, que é sempre feita à mesma pessoa. Este ano, só entre a noite e o dia de Natal, o bolo será servido a 25 pessoas da família, mas tem de durar até à Ceia de Reis", sublinhou o responsável.
Há 30 anos que a tarefa de confecionar este bolo-rei, porventura um dos maiores em Portugal, com os seus 1,20 metros de diâmetro, cabe a António Alves, pasteleiro natural precisamente da freguesia de Calheiros.
"Já passei por quatro casas diferentes e hoje tenho o meu próprio negócio, mas o senhor abade sempre me escolheu para fazer o bolo. Isso é um motivo de orgulho, claro", explicou à Lusa.
O bolo já está pronto e na lista de ingredientes António Alves colocou 18 quilos de farinha, 2,2 de açúcar e 2 de margarina, além de 60 ovos, 2 quilos de frutos secos e 8 de frutos cristalizados. Pelo meio ainda vinho do porto, bagaço, rum e até cerveja preta.
"Já fizemos a primeira prova e ficou um espetáculo Todos adoraram", garante este pasteleiro, que no fim apresentaria uma conta de 400 euros por este tipo de bolo. "Claro que não levo isso, mas esse seria o preço normal para esta dimensão", admite.
Garante que além de "alguns truques" de confeção, dada a dimensão do bolo-rei, o "verdadeiro segredo" está na cozedura, que para os bolos comuns é de 20 a 25 minutos a 220 graus centígrados.
"Para este têm de ser cerca de duas horas, a 190 graus. O resto é vê-lo crescer no forno", atira.

FONTE: LUSA

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