O prazo para a entrega de candidaturas às eleições para a coordenadora distrital do Bloco de Esquerda (BE) de Viana do Castelo terminou sem listas e os atuais dirigentes garantiram hoje a indisponibilidade para continuarem em funções.
“Não há listas. Os órgãos nacionais vão ter de arranjar uma solução para o período a partir de 18 de maio [dia das eleições], em que deixamos de assegurar essas funções”, afirmou hoje à agência Lusa Luís Louro, coordenador distrital demissionário.
Estas eleições foram agendadas em abril e surgiram após o diferendo autárquico de Caminha, entre órgãos locais e regionais e a Nacional do partido, tendo o prazo para a entrega de listas terminado no domingo sem qualquer candidatura recebida.
A este ato eleitoral, tal como tinham anunciado anteriormente, não concorreram os atuais elementos da comissão coordenadora distrital do BE, alguns em funções desde a fundação do partido.
Entre outras alternativas, acrescentou Luís Louro, em cima da mesa estará a possibilidade de a Nacional nomear um coordenador distrital que faça a “ligação” durante este período.
“Até ao dia 18 terá de ser encontrada uma solução, que ainda não está definida, mas que não passará pela convocação de novas eleições”, explicou ainda o dirigente demissionário.
Os órgãos nacionais do BE rejeitaram uma coligação autárquica com o PS no concelho de Caminha, acordo que tinha sido aprovado nos órgãos locais e regionais do partido, decisão que propiciou esta rotura.
“A realidade local tinha de ser percebida [pela Nacional] e não podia ser deitada abaixo por mero taticismo eleitoral”, acusou, anteriormente, Luís Louro.
O acordo eleitoral autárquico com o PS – que durante a fase negocial dos últimos meses ainda envolveu elementos do PCP, partido acabou por não aceitar fazer coligação -, foi aprovado pelo núcleo de Caminha e pela estrutura coordenadora distrital de Viana do Castelo do BE.
Segundo aqueles órgãos, surgiu “do consenso e desejo locais” de “toda a oposição” à gestão social-democrata na Câmara, mas a direção nacional do BE não o validou, alegando que, por ser uma coligação entre apenas dois partidos, “contraria a orientação que decorre da Moção aprovada na última Convenção Nacional”.
O chumbo foi confirmado em abril pela Mesa Nacional do partido, após recurso dos dirigentes locais e regionais, que não têm o mesmo entendimento.
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