No dia em que completou um ano à frente da Câmara Municipal de Monção, António Barbosa olhou para trás e mostrou-se satisfeito. Muito satisfeito. Numa conferência de imprensa em ambiente informal, no Núcleo Museológico da Torre de Lapela, o autarca social-democrata reuniu jornalistas e dezenas de populares. Não perdeu tempo. Pegou no baralho e começou a jogar os ases para a mesa. Iniciou pela “reorganização dos serviços” feita no Município. “Reorganização essa que ainda não está finalizada. Com mudanças nas chefias de divisão e com a atualização das necessidades de funcionamento da Câmara por forma a uma maior proximidade com o cidadão”, destacou.
E assim Barbosa começou a traçar a linha que, considera, faz toda a diferença no atual Executivo. “Ouvir Monção. Termos as portas abertas foi um dos marcos deste primeiro ano de mandato. Não há cidadão nenhum que diga que o presidente da Câmara ou qualquer vereador não o recebeu”, disse. “Toda a gente foi recebida. Desde o cidadão do Bairro Social até ao senhor doutor, advogado ou outra coisa qualquer”, frisou. “Sentimo-nos muito orgulhosos com esta forma próxima como temos atuado”, continuou e – previsivelmente – mostrou o Ás das reuniões descentralizadas do Executivo e da Assembleia Municipal, associadas à visita às freguesias com o Roteiro de Proximidade. Aposta forte na área da cidadania reforçada pelo regresso do Feriado Municipal a 12 de março. “Os nossos cidadãos, desde os mais graúdos aos mais pequenos, têm hoje um dia que os identifica. Não querendo adiantar muito, no próximo ano iremos dar uma primazia ainda maior a este dia”, assegurou Barbosa.
Cinco milhões e meio de investimento nas freguesias
O autarca ‘laranja’ virou depois para as obras. As contas eram sempre a somar. No campo do saneamento e água, Longos Vales, Messegães, Mazedo e Cortes, Troporiz e Merufe mostram um total de quatro milhões de euros investidos. “São obras que começaram o ano passado e vão terminar em setembro do próximo ano”, apontou Barbosa. No item das obras e urbanismo, há obras a decorrer e outras já terminadas. O reforço da iluminação pública por todo o concelho é um dos exemplos em que o Executivo diz estar a trabalhar a todo o vapor. “A limpeza de pavimentos e largos no centro histórico estão à vista de toda a gente. Parece que já há obras novas no centro de Monção e a única coisa que fizemos foi lavar”, disse com um sorriso. Ainda neste campo, o edil monçanense destacou o novo abrigo dos animais, em Mazedo e Cortes. “Estará pronto em meados de novembro. Os animais passarão já o próximo Natal nestas novas instalações e melhores condições de vida”, referiu. A recuperação do depósito de água da CP e a recuperação do Largo de S. Tiago, na freguesia de Barbeita foram outras das obras realçadas.
Na rede viária, a maioria social-democrata apresentou de imediato as obras realizadas durante este ano: Rua das Fontes; acesso ao Minho Parque (entrada sul); estrada de Quintela, em Riba de Mouro; estrada de Anhões e Luzio; estrada de Granja a Santa Marinha, em Tangil; estrada do Fontão, em Pias; rua de Doganda, em Abedim; e EN 101/201 (entre a rotunda de Mazedo/Cortes e a rotunda do Lidl). Seis obras que totalizam, disse António Barbosa, cerca de 1 milhão e 400 mil euros. “Somados aos cerca de quatro milhões em saneamento, estamos a falar em cinco milhões e meio de investimento nas nossas freguesias”, sublinhou.
Uma troika amiga do Comércio Tradicional
Monção Vila Mágica, Carnaval na Praça e Monção Vila Florida. Três eventos que foram criados pelo atual Executivo Municipal. Uma troika de iniciativas que provocaram “um envolvimento total dos comerciantes e das associações. Foi algo de extraordinário que tivemos neste primeiro ano! Percebem que estão a trabalhar para eles mas, ao mesmo tempo, percebem também que estão a ajudar muito a sua terra”. Seguiram-se outras iniciativas em Monção ou desenvolvidas pelo Município noutros locais que, embora não criadas pela atual maioria PSD, resultaram em “enorme êxito” e algumas delas mostraram notável crescimento: Alvarinho Wine Fest, Portugal a Correr, Grande Prémio de Ciclismo JN, White Experience e Monção & Melgaço Granfondo.
Houve também eventos renovados. Nesse grupo, logo à cabeça, a Feira do Alvarinho. “Um novo local, a parceria com uma rádio musical nacional e uma maior dinamização dos comerciantes e associações” traduziram-se na base da receita para aquela que foi considerada a “melhor Feira do Alvarinho de sempre”. O Rali da Lampreia, com a implementação de bancadas, “trouxe mais espetáculo”. “Mas no próximo ano, o Rali da Lampreia vai ter grandes alterações ao nível do formato e da própria imagem”, avançou Barbosa sem destapar muito o pano.
A celebração dos 15 anos da Biblioteca Municipal também não passou ao lado. Seguiu-se a recente disponibilização on-line do catálogo deste espaço onde estão mais de 42 mil livros. “Ganhámos o ano passado o Prémio Prestígio atribuído pela Associação de Municípios Portuguesas do Vinho. Isto significa que o nosso museu foi considerado o melhor museu do vinho do país”, realçou. “Para além disso, foi também premiado com as 7 Maravilhas de Portugal à Mesa”, apontou Barbosa. Recorde-se que aquele espaço era um dos elementos integrantes da candidatura da Mesa de Monção.
A presença do Presidente da República nas solenidades das Festas do Corpo de Deus foi outro dos pontos-chave abordados pelo presidente da Câmara. O alargamento de horários em vários espaços culturais, como a Torre de Lapela e o Cine Teatro permitiu, de acordo com António Barbosa, maiores ganhos também no turismo.
Educação teve “um salto qualitativo enorme”
Na Educação, o trabalho desenvolvido pela vereadora Natália Rocha tem merecido constantes aplausos não só à direita como à esquerda. Também nesta área, o presidente da Câmara só mostra razões para sorrir. “Foi das áreas que teve este ano um salto qualitativo enorme. Era um parente pobre. Começou-se a fazer e as pessoas estranharam”, prosseguiu Barbosa. “Estamos a investir muitas centenas de milhar de euros na Educação e no próximo ano vamos aumentar este investimento”, garantiu. A entrega de material pedagógico às escolas; o transporte gratuito para todos os alunos; atividades de Verão para crianças dos 3 aos 6 anos de idade e implementação do projeto School4All foram alguns dos exemplos referidos.
Só no ano de 2018, apontou o presidente da Câmara, foram recuperados soalhos, estores, caixilharias, tetos, ares condicionados, casas-de-banho, parques infantis e retiradas de fibrocimento em todo o Parque Escolar de Monção. Sem IVA, são obras que superaram os 170 mil euros.
“Teve de vir uma Câmara de direita para o fazer”
Na Ação Social, o edil monçanense destacou desde logo a adesão à Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis e o projeto Monção Social “com valências que nunca foram feitas por Câmaras que eram de esquerda [PS] e que supostamente teriam outro tipo de abertura para estas situações. Mas teve de vir uma Câmara de direita para o fazer”. No entanto, realçou Barbosa, “isto não tem a ver com o ser-se de direita ou de esquerda. Isto tem a ver com a terra”. O edil referia-se ao apoio a ser dado na recuperação de habitações degradadas. Esta medida surge no sentido de promover a inclusão social e a dignificação das condições de vida dos munícipes que vivem em situação de habitabilidade desfavorável. A ação visa apoiar as famílias com comprovada carência económica na melhoria das condições de habitabilidade das suas residências permanentes. Na prática, a ajuda será dada através da beneficiação da caixilharia, telhados, cozinhas e casas de banho.
Parque da Lagoa estava com “problemas gravíssimos”
Ao nível de parques empresariais, Barbosa lembrou desde logo o Parque da Lagoa que estava com “problemas gravíssimos” ao nível de terreno e registos. “Conseguimos fazer o registo dos terrenos e colocar lá mais duas empresas”, referiu. A área deixada livre pela empresa Brenntag e o futuro Parque Industrial de Messegães são outras apostas fortes do Executivo.
No campo do ambiente, depois de um ano de 2017 marcado pelos grandes incêndios, “fomos a todas as freguesias do concelho fazer ações de sensibilização. Hoje não há ninguém em Monção que fez queixa por escrito à Câmara ou à Junta. Só quem não quis fazer nada!”. “Ainda há dias estivemos numa freguesia por causa de uma mata a entrar dentro de uma habitação. Os proprietários não estão cá. Fizemos nós a limpeza”, contou.
Já na limpeza e gestão de faixas de combustível “gastámos 50 mil euros para cumprir algo a que não éramos obrigados”. “Temos o nosso Plano Municipal de Defesa Contra Incêndios que tem um conjunto de áreas que somos obrigados a limpar, só que não está aprovado. Como tal, a nossa obrigação de fazer essa limpeza era nenhuma”, recordou. “Mesmo assim investimos 50 mil euros em várias freguesias como Cambeses, Anhões e Luzio, Sago, Tangil, entre outras”.
“2019 será o melhor ano das últimas dezenas”
Já na reta final, de forma incontornável, Barbosa terminou com uma das conquistas que marcou este primeiro ano da maioria PSD à frente da Câmara de Monção: a vitória no concurso 7 Maravilhas de Portugal à Mesa. “Está à vista o que está a acontecer com a nossa hotelaria e as novidades que irão existir dentro de poucos dias na restauração. Vamos ter Cordeiro em Monção de segunda a domingo!”, disse em tom visivelmente orgulhoso. Os resultados refletem-se na iniciativa privada: três empreendimentos que prometem desenvolver ainda mais o turismo no concelho. O presidente da Câmara deposita grandes esperanças na Quinta do Rosal, em Valadares; Quinta da Porteleira, em Badim e Quinta da Bemposta, em Moreira.
Ainda na área do turismo, a aposta nas Termas continua acesa. Já de mãos dadas com o município galego vizinho de Salvaterra de Miño, há a ambição de alargar a Ponte Internacional. “Um alargamento ligeiro de pouco mais de três metros em cada lado. Um será para peões e outro para bicicletas”, explicou.
Perante todos estes resultados, António Barbosa antevê que 2019 será para Monção “o melhor ano das últimas dezenas”. “Não vou arriscar desde o 25 de abril, mas se calhar não diria nenhuma asneira”. Sem poupar nos ajetivos, anuncia “um ano histórico ao nível de investimento no concelho. Não só no centro como em todas as freguesias”. “O valor do investimento pode andar acima dos 15 milhões de euros em obras a decorrer ao mesmo tempo. Penso que isto nunca existiu na história deste concelho”, concluiu.
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