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Autárquicas 2025

Autárquicas 25/ENTREVISTA: Edmundo Gomes, candidato pelo Chega à Câmara de P. Coura

3 Outubro, 2025 - 14:22

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Autárquicas 2025.

Edmundo Gomes é o candidato pelo Chega à presidência da Câmara Municipal de Paredes de Coura nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro.

 

Em entrevista à Rádio Vale do Minho, o candidato quer terminar com “um ciclo contínuo de 46 anos” do PS e mudar uma vila onde “não existe um centro histórico, tal como existem nos concelhos vizinhos”.

 

 

 

Rádio Vale do Minho (RVM) – Qual ou quais as razões que o levam a candidatar-se à presidência da Câmara Municipal?

Edmundo Gomes (EG) – Decidi candidatar-me porque acredito que qualquer cidadão tem o dever cívico de participar na vida democrática: disputar eleições, intervir nas decisões dos órgãos eleitos, ser ouvido e escrutinar os atos públicos que impactam a nossa vida.

 

Recuso a ideia de que a democracia se esgota no dia do voto e muito menos na abstenção. A tarefa é difícil: décadas de governação contínua da mesma força política não trouxeram o desenvolvimento esperado e assistimos à perda de população residente, sem que se explore devidamente o enorme potencial do território.

 

Quero devolver voz aos cidadãos, reforçar a transparência e a fiscalização dos órgãos municipais. Sinto que posso dar um contributo decisivo para modernizar o concelho, fixar população e criar novas oportunidades para todos, sem esquecer as nossas raízes e a nossa identidade cultural.

 

 

 

RVM – Que balanço faz do anterior mandato?

EG – Na prática, não houve um ‘mandato anterior’, mas um ciclo contínuo de 46 anos. Evidentemente que com tantos anos no poder , houve esforços e transformações positivas em áreas como a promoção cultural, rede viária, escolas e creches, ligação à A3, parques industriais e captação de algumas indústrias.

 

Mas este ciclo também se caracterizou por uma descaracterização urbanística da vila, não existe um centro histórico, tal como existem nos concelhos vizinhos, dezenas de casas em ruinas sejam habitações modestas ou as chamadas “Casas Grandes” ou Solares, projetos turísticos como o do “sanatório” ou “Paço do Outeiro” em Agualonga, continuam no papel.

 

Dificuldades persistentes no acesso à saúde (com responsabilidades partilhadas com o Governo), mobilidade, abandono do centro da vila, degradação de espaços públicos, sujidade, parques infantis, jardins, pavimentos, espelhos de água….

 

O desleixo e a falta de manutenção são demasiado evidentes a par de um fraco dinamismo económico, onde predominam ainda as micro empresas e um comércio muito pouco vibrante e inovador.

 

É nestes pontos que quero fazer a diferença.

 

 

 

RVM – Que medidas propõe ao nível da habitação?

EG – Quero continuar e reforçar a política de habitação já prevista (cerca de 16 milhões de euros no próximo orçamento), e articular com as juntas de freguesia a criação de pequenos loteamentos a preço de custo para jovens famílias, promovendo a construção de pequenas moradias, travando a desertificação.

 

Acrescento um programa robusto de reabilitação de casas devolutas e incentivos ao arrendamento acessível. A habitação é um direito básico e condição essencial para atrair famílias e fixar trabalhadores.

 

 

 

RVM – Que propostas tem para o comércio?

EG – Defendo uma “verdadeira revolução” de dinamização do centro urbano. A nossa principal rua comercial Cons. Miguel Dantas, combina habitação com lojas ativas e outras devolutas muitas vezes por falta de interesse dos proprietários e rendas desajustadas a falta de rentabilidade ou desleixo como a antiga repartição de finanças e correios, que impedem a modernização ou inovação.

 

Sendo uma questão em que a Autarquia não poderá intervir, mas quer ouvir os comerciantes, havendo interesse, proponho criar um “Programa de Apoio á Modernização do Comércio”, com apoio dos serviços técnicos, administrativos e jurídicos da autarquia, simplificando burocracias.

 

A verdadeira “Revolução” é requalificar e reprogramar a utilização da Praceta Hintze Ribeiro como grande ponto de encontro de Courenses e visitantes em vez de só ser utilizada ocasionalmente , transformando-a num espaço vivo e dinamizador da Vila.

 

Um “Food” court misto ao ar livre, tal como nos Centros Comerciais , aproveitando as infraestruturas existentes, estacionamento subterrâneo, jardim, parque infantil, ‘caixa de música / brinquedos’, e instalações sanitárias.

 

Módulos laterais dedicados a : cafetaria, bar/cervejaria, gelataria, crepes, tapas, vinho, jornais e revistas, artesanato e produtos agrícolas/frutaria de produtores locais; Esplanadas ao centro e um pequeno palco para eventos; Um palco amovível para espetáculos maiores, usando como anfiteatro a escadaria de acesso ao chafariz.

 

Esta transformação induzirá dinamismo no comércio, sobretudo nas ruas comerciais vizinhas, atraindo mais visitantes ao coração da vila. Uma nova centralidade.

 

 

 

RVM – Que ideias tem para a Indústria?

EG – Temos de atrair investimento. Está prevista a criação de um novo parque empresarial em Linhares; quero orientar a captação de empresas para setores estratégicos: agroindústria, energias renováveis e economia digital…

 

O modelo de indústrias intensivas em mão-de-obra pouco qualificada e salários baixos está no fim de ciclo. O futuro é já presente e passa por robotização e inteligência artificial, com emprego qualificado e mais receita municipal.

 

 

 

RVM – Que propostas tem na área da Saúde?

EG – Não podemos aceitar que haja população sem médico de família, se aguarde por uma consulta demasiado tempo ou transporte adequado para unidades hospitalares.

 

Vou lutar pelo reforço dos cuidados de saúde primários, ampliar programas de apoio domiciliário e respostas sociais de proximidade que dêem dignidade às famílias e aos idosos, em colaboração com as diversas entidades de apoio social.

 

Também defenderei soluções de mobilidade dedicadas para utentes com maior vulnerabilidade. Está previsto um grande investimento no Centro de Saúde, esperando que muitas das queixas dos utentes sejam atendidas.

 

 

 

RVM – E quanto à Cultura e ao Desporto?

EG – Quero valorizar ainda mais o nosso património cultural e associativismo, que congregue as freguesias do concelho, também evitando a desertificação, reforçando a cultura tradicional minhota que nos distingue: apostar no folclore, concertinas, bombos, e cantares ao desafio.

 

As Terras de Coyra , têm matriz medieval e 510 anos de Foral. Ter Identidade é futuro.

 

Dar projeção ao nosso património histórico e paisagistico: Via Romana e pontes, Cossourado, marcos Miliários, espigueiros de Porreiras, Igrejas e capelas, Corno do Bico, rio Coura, Taboão, garranos…..

 

Investiremos em infraestruturas desportivas e no apoio a clubes e escolas de formação, e criaremos eventos regulares ao longo do ano (não apenas no verão).

 

Importa atrair visitantes, incluindo os nossos vizinhos galegos, grandes apreciadores da cozinha tradicional Portuguesa, sobretudo de bacalhau. Grandes eventos Gastronómicos, promovendo pratos emblemáticos como o “bacalhau à Miquelina” e reavivar o legado do saudoso Sr. Vilaça Pinto, como o “bacalhau à Conselheiro”, “cabrito de Padornelo”, “rojões”, “ cozido” , “broa frita” ou “bolo no tacho.”, aproveitando todo o investimento feito no Taboão.

 

Este local dispõe de todas as infraestruturas, espaço livre e plano, estacionamento, eletricidade, água , esgotos e fácil acesso. Deixando de ser um espaço vazio sempre á espera de D. Sebastião que chega em agosto, o Festival de Musica.

 

 

 

RVM – A população de Paredes de Coura tem vindo a diminuir. Que medidas para inverter este ciclo?

EG – A perda de população é um dos maiores desafios. Proponho: apoio à natalidade, incentivos fiscais à fixação, espaços de coworking e políticas que liguem juventude, habitação e emprego. O objetivo é ter qualidade de vida, reter talento e atrair famílias.

 

 

 

RVM – Que papel tem hoje o Festival de Paredes de Coura no concelho?

EG – O Festival é o maior cartão-de-visita de Paredes de Coura, que atrai milhares de visitantes e difunde o nome da Vila muito além das nossas fronteiras. Mas tem que ter como parceiro o comércio local e não um concorrente.

 

Também é preciso mitigar os efeitos negativos: mobilidade, acesso a serviços, proteção do quotidiano dos residentes e promoção do comércio local durante a semana do evento.

 

O Festival não pode ‘sufocar’ a vila nem ser um encargo financeiro enorme e desproporcionado para a autarquia em favor de uma empresa privada.

 

Defendo critérios claros de sustentabilidade financeira e social e um plano de crescimento controlado: qual deve ser o limite? O município tem de o definir com transparência e dialogo com a organização a comparticipação pública.

 

 

 

RVM – Que mensagem deixa ao eleitorado?

EG – Aos courenses, deixo uma mensagem simples: quero servir o concelho com transparência, proximidade e dedicação.

 

Paredes de Coura precisa de confiança no futuro, novas ideias e coragem para mudar. Conto convosco para fazermos este caminho juntos.

 

 

[N.R – A Rádio Vale do Minho enviou, via email, 10 questões a todos os candidatos à presidência da Câmara Municipal deste concelho nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro. São publicadas as respostas daqueles que aceitaram o nosso repto]

 

 

[crédito fotografias capa: Chega P. Coura | Rádio Vale do Minho]