Armando Campos é o candidato pelo Chega à presidência da Câmara Municipal de Monção nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro.
Em entrevista à Rádio Vale do Minho, o candidato diz que “é tempo de renovar ideias, reforçar a transpoarência e dar um novo impulso ao desenvolvimento local”. Considera ainda que “existe falta de clareza em algumas contas e decisões financeiras”.
Rádio Vale do Minho (RVM) – Qual ou quais as razões que o levam a candidatar-se à presidência da Câmara Municipal?
Armando Campos (AC) – Decidi apresentar a minha candidatura porque acredito que o nosso concelho tem potencial para ir muito mais longe.
Reconheço o trabalho já feito, mas sinto que é tempo de renovar ideias, reforçar a transpoarência e dar um novo impulso ao desenvolvimento local.
Sou movido por um forte sentido de serviço público: quero que as decisões da Câmara sejam tomadas com rigor na gestão dos recursos, sempre em benefício dos cidadãos, das empresas e das associações que fazem o dia-a-dia da nossa terra.
A minha visão assenta em valores de responsabilidade, liberdade e mérito, típicos de uma direita moderna: apoiar quem empreende, criar condições para fixar jovens e famílias, atrair investimento e garantir que cada euro dos contribuintes é aplicado de forma clara e útil.
Candidato-me porque acredito que o futuro do Município não deve depender de uma só pessoa ou de um só partido, mas sim da força coletiva dos seus habitantes. Quero ser o catalisador dessa mudança, com seriedade, proximidade e dedicação.
RVM – Que balanço faz do anterior mandato?
AC – É importante reconhecer que o anterior Executivo realizou obras e concretizou projetos que trouxeram benefícios visíveis para o concelho. Isso merece ser valorizado.
No entanto, um bom governo não se mede apenas pelo que constrói, mas também pela forma como gere os recursos de todos.
O que preocupa muitos munícipes – e também a mim – é a falta de clareza em algumas contas e decisões financeiras. A transparência não é um detalhe: é a base da confiança entre eleitos e eleitores. Sem ela, mesmo as melhores obras perdem valor.
O meu balanço, por isso, é equilibrado: houve avanços, mas chegou a altura de dar um passo em frente. Precisamos de rigor financeiro, prestação de contas permanente e uma estratégia de desenvolvimento sustentável, que una crescimento económico com qualidade de vida, para que todos sintam que o futuro do Município é seguro e bem gerido.
RVM – Que medidas propõe ao nível da habitação?
AC – A habitação é um dos maiores desafios do nosso concelho e exige respostas práticas e responsáveis. A minha proposta assenta em três eixos principais:
Aumentar a oferta habitacional a preços acessíveis. Colaborar com promotores privados e cooperativos para desenvolver projetos de habitação a custos controlados, através de incentivos urbanísticos e fiscais bem definidos.
Identificiar terrenos municipais ou subaproveitados que possam ser destinados a novos projetos de habitação para jovens e famílias.
Reabilitar o edificado existente. Criar programas municipais que apoiam a reabilitação de prédios antigos, com linhas de apoio e simplificação de licenças, devolvendo vida ao centro urbano e evitando a expansão desordenada. Apoiar a reabilitação para arrendamento de longa duração, garantindo que o investimento privado se traduz em habitação acessível.
Garantir equilíbrio entre desenvolvimento e qualidade de vida. Apostar em infraestruturas e transportes públicos que liguem melhor as zonas residenciais aos centros de emprego e serviços. Mantar um planeamento urbano sustentável, preservando espaços verdes e evitando a especulação imobiliária.
Queremos que os jovens possam construir aqui o seu futuro, que as famílias encontrem soluções dignas e que os contribuintes sibam que cada medida é financeiramente responsável, com contas claras e resultados duradouros.
RVM – Que propostas tem para o comércio tradicional?
AC – O comércio tradicional é a verdadeira alma económica e social do nosso concelho e precisa de condições para crescer e competir num mercado cada vez mais exigente, sem estar preso a burocracias desnecessárias.
Pretendo simplificar licenças e autorizações, tornando todo o processo mais rápido e menos oneroso, e criar incentivos fiscais moderados para quem investe no comércio de proximidade ou reabilita lojas em zonas históricas.
É igualmente essencial apoiar a modernização, lançando um programa de digitalização que ajude os pequenos negócios a vender também online e a utilizar ferramentas de gestão mais eficiente, ao mesmo tempo que se promove formação em marketing, inovação e atendimento, reforçando assim a sua competitividade.
Para dinamizar os espaços de comércio, quero apostar em feiras temáticas, mercados de produtos locais e eventos culturais, que vão muito além do Alvarinho, trazendo pessoas ao centro da vila e às aldeias.
Paralelamente, é fundamental melhorar a mobilidade e o estacionamento, para que clientes e visitantes tenham um acesso fácil às áreas comerciais.
Tudo isto assenta numa visão de economia livre e empreendedora prórpria de uma direita moderna: menos burocracia, mais iniciativa privada e um município que cria o ambiente certo para o comércio florescer.
O sucesso dos nossos comerciantes será sempre o sucesso de todo o concelho.
RVM – Que projetos tem para a indústria?
AC – A indústria tem de ser um verdadeiro motor de crescimento para o nosso concelho, capaz de criar emprego qualificado e de atrair investimento sustentável.
A minha proposta passa, antes de mais, por valorizar o que já existe: requalificiar e modernizar as zonas industriais, dotandoãs de boas acessibilidades, energia estável e telecomunicações de alta velociaide para que as empresas encontrem aqui condições competitivas.
Ao mesmo tempo, é essencial criar novos espaços de acolhimento empresarial em locais estratégicos, com processos de licenciamento simples e céleres que deem confiança a quem quer investir.
Quero também reforçar a ligação entre indústria e conhecimento, através de parcerias com universidades, politécnicos e centros de investigação, favorecendo a inovação tecnológica e a criação de emprego qualificado.
Este trabalho só fará sentido se for acompanhado de um verdadeiro apoio à formação profissional, para que a nossa mão de obra esteja preparada para os desafios de uma economia em mudança.
Outro pilar é a sustentabilidade: devemos atrair projetos ligados às energias renováveis e à indústria verde, tornando o concelho mais competitivo e, ao mesmo tempo, ambientalmente responsável.
Por fim, é fundamental ajudar as nossas empresas a olhar para fora, facilitando a sua presença em mercados internacionais e apoiando a exportação.
O meu compromisso é claro: criar um ambiente de confiança e transparência, em que o investimento privado seja bem-vindo e em que a indústria se torne sinónimo de progresso, emprego e qualidade de vida para todos.
RVM – Que ideias tem para a saúde?
AC – A saúde é um pilar essencial da qualidade de vida e, embora muitas competências pertençam ao Serviço Nacional de Saúde, o Município pode e deve assumir um papel ativo para garantir que ninguém fica para trás.
Quero trabalhar em estreita articulação com as autoridades de saúde para reforçar os meios humanos e técnicos dos centros de saúde, apoiando a fixação de médicos e enfermeiros no concelho através de incentivos à habitação, à mobilidade e à intergação das suas famílias.
Ao mesmo tempo, considero fundamental investir em cuidados de proximidade; promover a criação de extensões de saúde em freguesias mais afastadas; melhorar os transportes públicos para quem tem de deslocar-se a consultas e apostar em programas de prevenção e rastreio, sobretudo nas áreas da saúde materna, pediátrica e no acompanhamento de idosos.
Quero ainda que o Município seja um verdadeiro parceiro das instituições sociais e das IPSS, reforçando a rede de apoio domiciliário, para que os mais velhos possam manter a sua autonomia em segurança.
A saúde não se resume a consultas ou tratamentos. Envolve também estilos de vida. Por isso, defendo o incentivo a atividades desportivas, a promoção de alimentação saudável e o aproveitamento de espaços verdes para práticas de bem-estar.
Com rigor, transparência e sentido de serviço público, podemos contribuir para que cada cidadão tenha acesso a cuidados de saúde mais próximos, eficazes e humanos.
RVM – Que propostas tem para a cultura e desporto?
AC – A cultura e o desporto são fundamentais para fortalecer a identidade, a coesão e a qualidade de vida do nosso concelho.
Na área da cultura, pretendo apoiar artistas locais e associações culturais, promover eventos que valorizem a nossa história e tradições, e investir em espaços culturais acessíveis a todos, garantindo que cada freguesia possa participar ativamente na vida cultural do concelho.
É igualmente importante apostar em projetos educativos que incentivem crianças e jovens a conhecerem e a preservarem o património, ao mesmo tempo que se fomentam iniciativas inovadoras que atraiam visitantes e dinamizem a economia local.
No desporto, o objetivo é criar condições para que todos possam praticar atividades físicas de forma segura e saudável.
Pretendo investir na manutenção e modernização de infraestruturas desportivas, apoiar clubes e associações, incentivar a prática desportiva nas escolas e promover eventos desportivos que integrem a comunidade.
A aposta passa também por tornar o desporto mais inclusivo, proporcionando oportunidades para jovens, adultos e seniores, e estimulando hábitos de vida saudáveis.
RVM – Que propostas tem para a educação?
AC – A educação é a base do futuro do nosso concelho e deve ser tratada com prioridade e responsabilidade.
Quero apostar em medidas que melhorem a qualidade do ensino, apoiem professores e alunos e incentivem o sucesso escolar.
É fundamental investir na modernização das escolas, garantindo espaços seguros, bem equipados e tecnologicamente atualizados, capazes de acompanhar as exigências do século XXI.
Paralelamente, pretendo criar programas de apoio a alunos com maiores dificuldades, reforçando o acompanhamento pedagógico e promovendo a igualdade de oportunidades, para que cada criança e jovem tenha condições de desenvolver plenamente o seu potencial.
A valorização dos professores e a formação contínua serão também prioridades, reconhecendo o papel determinante que desempenham na educação de qualidade.
Além do ensino formal, acredito na importância de programas educativos complementares, como atividades culturais, científicas e desportivas, que estimulem a criatividade, o espírito crítico e o sentido de responsabilidade cívica.
RVM – Que futuro para a Feira do Alvarinho?
AC – A Feira do Alvarinho é um evento emblemático do nosso concelho, mas é fundamental que seja auto-sustentável e equilibrada financeiramente, de forma a não sobrecarregar o orçamento municipal.
A minha visão e que a Feira continue a destarcar a qualidade do Alvarinho e a tradição local, mas integrando soluções que permitam reduzir custos e aumentar a eficiência, como parcerias com associações, patrocinadores privados e envolvimento direto dos produtores na organização.
Ao mesmo tempo, quero que o evento seja mais inclusivo e diversificado, dando também visibilidade a outros produtos agrícolas e artesanais do concelho.
Desta forma, todos os setores beneficiam, a economia local cresce de forma equilibrada e a feira mantém o seu prestígio sem tornar-se um gasto excessivo para o Município.
Com estas medidas, conseguimos um evento que valoriza a tradição, promove a sustentabilidade e fortalece a identidade e a economia de todo o concelho.
RVM – Que mensagem deixa ao eleitorado?
AC – A minha mensagem é simples: o nosso concelho merece um futuro de transparência, responsabilidade e oportunidades para todos.
Reconheço o trabalho feito até hoje, mas acredito que chegou o momento de dar um novo impulso, com gestão rigorosa, decisões claras e um verdadeiro compromisso com cada cidadão.
Quero construir um concelho onde as famílias encontrem condições para viver e crescer, os jovens tenham oportunidades para estudar e trabalhar, os comerciantes e empresas possam prosperar, e a cultura, o desporto e a tradição sejam valorizados.
E, acima de tudo, que as aldeias façam parte do concelho. Tudo isto de forma sustentável, sem desperdício e com visão de futuro.
Candidato-me com humildade, mas também com determinação: não prometo milagres, mas vou trabalhar lado a lado com todos vós, para que o concelho seja um lugar mais próspero, justo e acolhedor.
O vosso voto é a confiança que me permite transformar estas ideias em ações concretas, sempre com transparência, responsabilidade e dedicação.
[N.R – A Rádio Vale do Minho enviou, via email, 10 questões a todos os candidatos à presidência da Câmara Municipal deste concelho nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro. São publicadas as respostas daqueles que aceitaram o nosso repto]
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