O autarca de Viana do Castelo voltou a insistir na necessidade de uma “moratória” que permita aos cidadãos galegos não pagarem portagem nas antigas Scut do Norte de Portugal, durante Semana Santa, altura escolhida por muitos espanhóis para uma visita a Portugal.
José Maria Costa continua à espera da resposta do Governo à possibilidade de isenção de portagens a cidadãos estrangeiros durante a Páscoa, enquanto não estiver garantida a “interoperabilidade” dos sistemas de cobrança electrónica de portagens portugueses e espanhóis.
O autarca vianense insiste em isenção de portagens a turistas galegos durante a Páscoa.
A proposta apresentada pelo Eixo Atlântico, o mês passado, ao Secretário de Estado Adjunto da Economia, ganha agora, segundo José Maria Costa, importância redobrada face aos resultados apresentados pela Brisa que apontam para um “impacto positivo”, no ano de 2011, em três das suas auto-estradas, na A1, A3 e A4, que já eram pagas, depois da introdução de portagens nas antigas SCUT do norte.
No distrito de Viana do Castelo, esta confirmação surge em linha com o que já tem sido afirmado por autarcas e empresários locais, que apontam para um desvio do tráfego, desde a fronteira de Valença, para a A3, directamente até ao Porto, tendo em conta as “dificuldades” no sistema electrónico de pagamento e as ausência de praças de portagens nas antigas SCUT, neste caso na A28.
O socialista de Viana afirmou que “este desvio é um escândalo” e que é “urgente” que o Governo resolva o problema do sistema pagamento por forma “não prejudicar ainda mais a economia regional”, sobretudo o tecido empresarial ligado ao comércio, restauração e hotelaria.
No relatório de análise ao tráfego em 2011, divulgado pela Lusa, a Brisa reconhece um “aumento na utilização” em três das suas auto-estradas, que já eram pagas, provocado pela cobrança de portagens nos lanços das antigas SCUT mais próximas, mesmo apesar da queda geral da utilização nessas três auto-estradas.
Ao contrário de Viana do Castelo, o município vizinho de Ponte de Lima tem vindo a registar um acréscimo significativo do número de visitantes da Galiza.
O presidente da Câmara, Vítor Mendes, considerou que esse aumento não resultou do desvio de tráfego da A28 para a A3, mas antes da estratégia de promoção que a vila mais antiga do país tem vindo a desenvolver na Galiza, “um mercado apetecível, com poder de compra superior ao nacional”.
Vítor Mendes reconheceu que para além desta promoção, a maior utilização da A3, possa ter contribuído para este acréscimo de turistas do país vizinho até porque “são conhecidas as dificuldades dos espanhóis na aquisição dos dispositivos identificadores de matrícula”, obrigatórios para veículos estrangeiros.
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