Autarca explica "dificuldades" a ministra do Ambiente

O presidente da Câmara de Viana do Castelo reúne-se esta quinta-feira com a ministra do Ambiente para explicar as "dificuldades" da VianaPolis, mas garante que a demolição do Edifício Jardim é "do interesse" do Estado.
Neste primeiro encontro entre José Maria Costa (PS) e a ministra Assunção Cristas, a situação financeira da sociedade VianaPolis, atualmente com uma dívida à banca de 19 milhões de euros, será um dos temas abordados.
"Vou transmitir à ministra as dificuldades que o programa está enfrentar e também algumas ações para atenuar os problemas financeiras", explicou à agência Lusa o presidente da Câmara de Viana do Castelo.
Uma dessas soluções, acrescentou, será o lançamento, já em outubro, de uma hasta pública para a venda de 26 lotes de terrenos do Parque da Cidade e junto ao rio Lima, destinados a urbanização, mas que há cinco anos esperam por compradores.
Estavam avaliados, inicialmente, em 21,6 milhões de euros, mas uma recente reavaliação realizada pela Direção-Geral do Tesouro estabeleceu um valor de 12 milhões pelos 63 mil metros quadrados, devendo a negociação decorrer até novembro.
Neste cenário de desvalorização, José Maria Costa admite que a VianaPolis poderá vir a fechar as contas com cerca de sete milhões de euros de prejuízos. "Se, chegando ao final da operação, tivermos prejuízos, terão que ser os acionistas a assumir os custos, nas suas respetivas percentagens", disse.
Num cenário de consolidação de contas, cabendo à autarquia pelos 40 por cento na sociedade 2,8 milhões, José Maria Costa afirma que "depois de um investimento global de 90 milhões", por todas as intervenções do programa Polis na cidade, "foi um bom projeto para Viana do Castelo".
A ministra do Ambiente, Assunção Cristas, chegou a admitir, em agosto, que "todos os [programas Polis] estão a ser avaliados".
A VianaPolis mantém-se ativa com o objetivo único de promover a demolição do Edifício Jardim, onde será depois construído o novo Mercado Municipal, processo suspenso desde 2005 pelo Tribunal, face aos recursos apresentados pelos moradores.
"Existe uma Declaração de Utilidade Pública [para a expropriação e demolição], por isso é do interesse do Estado e do município. A ministra como é jurista vai compreender, melhor do que eu, as dificuldades do intricado jurídico que existem no processo e temos que aguardar pelas decisões dos tribunais", apontou José Maria Costa.
FONTE: "Lusa"