O autarca de Viana do Castelo admite que o anúncio do Governo, de incluir a modernização da ligação ferroviária Porto-Vigo no próximo quadro comunitário de apoio, "é uma boa noticia" para a região Norte.
"Partimos de uma base zero, sem qualquer investimento previsto, e nesta altura já temos um horizonte claro", explicou José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, reagindo ao anúncio feito esta semana pelo secretário de Estado dos Transportes.
Sérgio Monteiro admitiu que a ligação ferroviária Porto-Vigo é "estruturante" para o Governo, pelo que uma intervenção de modernização deverá ser incluída na agenda ibérica do próximo quadro comunitário de apoio, a vigorar a partir de 2014.
"Apesar de tudo são boas notícias", disse José Maria Costa, que tem liderado um movimento de autarcas e responsáveis políticos do Minho e da Galiza reclamando a modernização de 100 quilómetros de linha, entre Nine e Valença.
"Posso garantir que os autarcas e empresários da região estão fortemente motivados na modernização da linha entre Porto e Vigo, porque é a única ligação que a região Norte tem para a Galiza e para a Europa", sublinhou.
José Maria Costa admite a necessidade de um investimento superior a 100 milhões de euros, na eletrificação, aquisição de novo material circulante e sinalização da linha, mas que poderá ser objeto de comparticipação de fundos comunitários em 85 por cento.
"Passou a existir um calendário, uma meta. E não tínhamos isso até há uns tempos", disse ainda José Maria Costa, reconhecendo o "trabalho muito importante" desenvolvido também pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, neste processo.
A 12 de setembro, Viana do Castelo foi palco de uma reunião de trabalho para debater o futuro daquela linha e que juntou na cidade políticos, autarcas e representantes de 100 mil empresas do norte de Portugal e da Galiza.
Este encontro, do qual saiu uma declaração conjunta enviada aos ministros das Obras Públicas de Portugal e Espanha solicitando um investimento "prioritário" na linha ferroviária entre Porto e Vigo, foi também apoiado pelo Eixo Atlântico.
"Esta ligação representa um pequeno investimento financeiro de cerca de 100 milhões de euros, que corresponde a 1/8 dos oitocentos milhões de euros que a Comissão Europeia concedeu a Portugal para a ligação ferroviária de alta velocidade Porto-Vigo e que se perderão se a obra não se realizar até final deste Quadro Comunitário de Apoio", lê-se na declaração aprovada por cerca de duas dezenas políticos, autarcas, utentes e empresários.
O objetivo passaria por permitir uma viagem entre Porto e Vigo em 75 minutos, para as viagens diretas, apenas com paragens em Barcelos, Viana e Valença, mantendo um outro serviço com as atuais paragens.
Na declaração que seguiu para os dois governos, os promotores assinalam que a modernização da linha é "uma pretensão das comunidades do Norte de Portugal e da Galiza", sendo "tecnicamente financeira e viável" e que pode ser executada "até final deste Quadro Comunitário de Apoio".
FONTE: "Lusa"
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