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Monção

Augusto Domingues: «Quem inventou a Geringonça não foi Lisboa! Foi Monção!»

12 Abril, 2017 - 02:18

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PS congratulou-se pela boa saúde financeira do Município. PSD quer mais receitas no Museu do Alvarinho e Torre de Lapela.

“Quem inventou a Geringonça não foi Lisboa! Foi Monção!”. Foi com esta frase que o presidente da Câmara Municipal sintetizou esta terça-feira, em sessão camarária, a análise aos documentos de prestações de contas relativas ao ano de 2016. Numa visão mais alargada, a poucos meses das eleições autárquicas, Augusto Domingues congratulou-se pelo entendimento saudável vivido entre as três forças políticas com assento naquele órgão durante os últimos quatro anos. “Como vêem, com partidos distintos e estando eu presente em minoria, isto funcionou. Sinal de que o diálogo, umas vezes crispado e outras vezes mais suave, permitiu «levar a água ao moinho» em situações mais difíceis do que quando se está em maioria”, referiu.
Num «raio-x» mais aprofundado aos números, Augusto Domingues começou desde logo por puxar de galões. “Estão aí uma série de indicadores que justificam porque somos a 26ª Câmara com maior equilíbrio financeiro entre todos os municípios portugueses”, disse. “A receita corrente, embora abaixo de 2015, manteve um desempenho razoável. Mesmo assim, estamos a falar de 97,15% de execução. A receita de capital foi anémica. Os fundos só agora é que começam a contar. A taxa de execução da despesa foi de 84,80%. O que nos dá uma execução global de 90,54%”, revelou o autarca monçanense.
Augusto Domingues chamou também a atenção para uma gestão socialista que segue o “Princípio do Equilíbrio”. O que, para o autarca, contribuiu de forma significativa para a boa saúde financeira em que a Câmara de Monção se encontra.

Mais um «piscar de olho» a Merkel

No passado mês de fevereiro, Augusto Domingues veio a público dizer que Monção rivaliza com a própria Alemanha na taxa de desemprego. Esta terça-feira, o presidente da Câmara voltou a colocar o berço do Alvarinho ombro-a-ombro com os germânicos e enviou novo «mimo» a Angela Merkel. “Cumprimos os critérios da Zona Euro. Aquilo que a Zona Euro obriga aos países, nós em Monção temo-lo. Neste momento cumpriríamos o limite do défice exigido aos países e que estes não estão a cumprir”.
A dívida a curto prazo, continuou o autarca socialista, é de 781 mil euros. “Mas se formos comparar com o saldo de gerência, que ultrapassa um milhão de euros, estamos muito bem dentro do parâmetro”. Em 2016, a dívida a longo prazo foi reduzida em mais de um milhão de euros.
Em jeito de conclusão, Augusto Domingues antevê “um futuro mais simples” para o próximo Executivo Municipal. “Atendendo a este equilíbrio financeiro e aos fundos comunitários que hão-de vir, o futuro será de maior investimento”, garantiu.

PSD quer Museu do Alvarinho e Lapela com mais receita

As maiores críticas aos números apresentados vieram por parte do PSD. O vereador João Garrido salientou a necessidade de um maior investimento no Turismo Enológico e, nesta sintonia, o congénere António Barbosa focou-se em dois espaços que para os sociais-democratas deveriam estar a gerar mais receita. “A questão das vendas, quer queiramos quer não, estão intimamente ligadas com a procura ou não daquele espaço [Museu do Alvarinho]”, considerou o líder do PSD Monção. “Se nós tivéssemos o dobro de pessoas a visitar aquele espaço, haveria sempre quem comprasse vinho no nosso museu. Acho que há aqui um trabalho integrado que tem de ser feito no sentido de uma maior divulgação deste espaço”. O vereador sugeriu desde logo um horário mais abrangente na época de Verão que agora começa, por forma a atrair mais visitantes.
O PSD defende ainda que a estratégia de funcionamento da Torre de Lapela deve ser repensada. “Porque não cobrar entradas num valor simbólico? Isto por forma a permitir que as entradas custeiem o funcionamento do próprio espaço. Daria até a possibilidade de termos lá mais um ou dois funcionários”. E isto, prosseguiu António Barbosa, “permitiria uma abertura mais continuada daquele espaço. É muito chato um turista aparecer cá a uma terça ou quarta-feira e não poder visitar o espaço porque só abre à sexta-feira e ao sábado”. A direita monçanense frisou ainda a urgência em recuperar o Parque das Caldas. Em conjunto com as Termas, o PSD propõe um melhor aproveitamento da zona. “Se contabilizássemos o número de pessoas que vêm a Monção, 95% deslocam-se àquele local”, atestou António Barbosa.
Na resposta à oposição «laranja», o presidente da Câmara apontou a requalificação da Torre de Lapela como “das melhores coisas que fizemos”. De seguida, Augusto Domingues traçou a linha que separa os socialistas do PSD. “Com estes investimentos, estou mais preocupado com o lucro indireto do que com o lucro direto”. O presidente da Câmara pegou então no Museu do Alvarinho e considerou que “o lucro indireto é a promoção que fazemos do Alvarinho e a venda que fazemos deste vinho pelos produtores”. “Se o museu começasse a cobrar entradas, era capaz de ter mais receita. Mas há uma grande parte dos membros da Assembleia Municipal a pedir-me para ser de borla. Levam grupos de pessoas. Fazem-se provas de Alvarinho. O que é que nós perdemos ali? Patacas. Para 15 milhões de Orçamento, uma prova de Alvarinho é uma «pataca». Mas estamos a promover o Alvarinho!”, exclamou o edil socialista. “O meu compromisso é manter este Município barato! De forma a que os nossos munícipes vivam bem e que sejamos atrativos. Porque depois o lucro é indireto”, reiterou Augusto Domingues.
No que concerne ao Parque das Caldas, o presidente da Câmara recordou ao PSD a recente recuperação do passadiço de madeira naquele espaço. Foi feita a reposição dos elementos em falta (bancos, papeleiras, tábuas, troncos) e a consolidação de algumas estruturas. A estrutura de madeira, que acompanha o ritmo das águas do rio Minho, é muito procurada nos meses temperados e quentes do ano por munícipes e visitantes para passagem de momentos agradáveis dedicados ao descanso, lazer ou exercício físico.
Na votação os documentos de prestações de contas relativas ao ano de 2016 foram aprovados com os votos favoráveis da vereação socialista. PSD e CDS-PP abstiveram-se.

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