“Aquecimento” para o fim-de- semana desportivo de 28 e 29 de Janeiro

E de rompante, as emoções e a surpresa maior do fim-de- semana chegaram com a chuva e por antecipação. O Clero dominará a Taça da Liga da presente edição com os “Arcebispos” de Braga a defrontarem os “Cónegos”, já que estes vergaram o poderoso Benfica, o “patrão” deste troféu, numa noite de pesadelo em que até chegaram, por momentos, a perder a cabeça.
Não será bem nítido espírito de contradição ao ditado popular “Janeiro fora tem mais uma hora” o contraste da nossa Associação de Futebol ter adiantado os jogos do próximo Domingo para as 14.30 horas. Não, a justificação plausível, por esta altura do ano, prende-se com o facto de serem jogos de Taça, com as probabilidades de prolongamentos e até lotaria de grandes penalidades.
Exactamente. Chegados a meio dos campeonatos (salvo duas excepções), eis que há lugar a pausa para nos debruçarmos sobre os oitavos da Taça Vianense. Quatro/três/um, em decrescente, são os números que indicam os respectivos pares de jogos entre primodivisionários, mistos e um único entre emblemas do segundo escalão, precisamente o Melgacense, líder do campeonato e o Cardielense, um dos pretendentes e posicionado para promoção, prevendo-se uma partida equilibrada sem vaticínio de favorito.
Também os confrontos entre emblemas da primeira divisão terão tendência a pautar-se por equilíbrio e se a tabela do campeonato valer algo, então o Lanheses/Cerveira merecerá honras de destaque, podendo mesmo considerar-se uma das finais antes de tempo, mas também Correlhã/Courense não deverá fugir muito aos mesmos princípios, até pelo empate na prova de regularidade, podendo, quanto muito, assumir alguma dose de favoritismo o Vianense na recepção ao Chafé, sem omitir o carácter especial de Taça. A este quarteto falta acrescentar o “clássico” de outrora e actual, Desportivo de Monção/Arcos, onde só uma aposta em tripla servirá de acerto, pese a melhor prestação que os forasteiros vêm assumindo no decurso da época.
O trio entre mistos poderá ser o mais animado, até porque dele redundarão os eventuais “tomba gigantes”, tanto que os inferiores, em escalão claro, jogarão em seus redutos. Pelo carácter de dérbi, o Anais/Vitorino de Piães assume primazia, até porque bater o pé a um candidato aos nacionais tem sabor especial, mas o Vila Franca/Arcozelo, entre dois conhecidos, contrários em objectivos, já que o primeiro está em luta pela promoção e o segundo, por evitar a despromoção, os coloca bem próximos, Falta menção ao Moreira, único que ainda não participou na Taça, pela isenção na eliminatória anterior, recepcionista do Távora, aguardando-se um desfecho expectante já que os “canarinhos” costumam “dar nas vistas” na Taça quando andam menos positivamente pelo campeonato. Seja como for, eis uns oitavos de esplendor a clamar por “quartos” de excelência.
A Taça domina o fim-de- semana, a nível distrital, mas não se deve menosprezar um encontro secundário, em acerto de calendário, como é o Ancorense/Moreira do Lima, já que é de tal importância que um triunfo dos “marítimos” lhes garante a liderança e o título de “campeão de inverno”, ou inversamente, a entrada de mais um para o caos de candidatos à promoção.
Assistiremos à despedida da primeira fase do Portugal Prio. Não evitando um dos lugares do par de fundo, o Ponte da Barca, anfitrião de Mirandela, tem soberana ocasião de se aproximar deste conjunto transmontano, condição indispensável para manter expectativa na fase final, o mesmo sucedendo com Limianos na deslocação a Montalegre, até para cumprir a esperança do novo timoneiro limiano, que tem crença na salvação.
O foco da derradeira jornada incidirá, porém, na dupla de jogos Torcatense/ Vilaverdense e Pedras Salgadas/ Oliveirense, onde se joga a presença na fase de promoção por banda dum dos forasteiros, cabendo o lugar aos de Santa Maria da Oliveira com resultados idênticos, pelo que o Vilaverdense está limitado a um resultado superior ao rival.
O quinto e derradeiro jogo, pouco decidindo em termos práticos, opõe o Bragança ao visitante Merelinense, residindo o interesse em confirmar a invencibilidade do conjunto bracarense nesta fase da competição.
Começando o futebol profissional pela Ledman, diríamos que em termos de importância pela atribuição dum posto, Académica/Penafiel será o mais emotivo da ronda, já que de interesse acrescido pela definição do “consolo” do terceiro lugar, em articulação com o desenlace de Santa Clara em Famalicão, pois os primeiros continuarão reservados a Portimonense, embora com deslocação em grau médio de dificuldades até ao União da Madeira, bem como do Aves numa curta deslocação, mas não desprovida de perigo, até Vizela.
Por bandas do Norte, realce também aos dérbis Porto/Leixões e ainda Guimarães/Freamunde, mormente pela necessidade dos forasteiros saírem da zona vermelha, no que não poderão consentir os anfitriões dada a pouca segurança que seus lugares ostentam.
A Liga NOS terá ronda incompleta neste fim-de- semana por via da miscelânea com a Taça CTT, que nestes dias teve a decisão inesperada e surpreendente de colocar Braga e Moreirense a jogar a final na noite de Domingo, lá pelo reino dos Algarves, em face do que os encontros destes dois conjuntos (Moreirense/Feirense e Rio Ave/Braga) aguardarão até Quinta-feira.
Alheios à Taça, a ronda abrirá esta Sexta com o interessante duelo Boavista/Belenenses, no presente, pela tranquilidade, prosseguindo no Sábado com mais cinco encontros, todos eles como algum sinal de importância acrescida, ou pela continuidade na via do título, de que o Estoril/Porto será o mais representativo pela continuidade da esperança portista, sem omitir o desconforto dos estorilistas, ou pela fuga tenaz do abismo, nomeadamente por banda do Tondela, lanterna vermelha a receber o Chaves, com os flavienses em rumo europeu e bem assim o Nacional que está obrigado a levar de vencida o Arouca para deixar o precipício.
De manifesto entusiasmo serão ainda as partidas entre Sporting/Paços de Ferreira, até pelo regresso dos leões ao seu ambiente algumas semanas depois de insucessos acumulados, com vista a recuperar o lugar de “bronze”, mas como o Guimarães também apostado nessa luta, recebendo o Marítimo, com os insulares apostados na chegada mínima dos seis primeiros, para conseguir reserva de lugar europeu.
E lá para Segunda-feira, nunca tantos foram adeptos dos sadinos, nomeadamente os azuis e verdes brancos que esperam a continuidade da desmoralização encarnada, quando Setúbal e Benfica disputarem o encontro. Só que, cremos que já se varreu da mente de qualquer deles tratar-se do terceiro/quarto lugar da CTT, já que ambos foram os eliminados, e o encontro irá pautar-se pela superioridade, com provável retorno do líder ao ritmo triunfal a que habituou os adeptos nesta época.
Pincelando modalidades, aproveite-se a manhã de Sábado para acompanhar quase toda a ronda undécima de Futebol de Sete, bem como diversos jogos da formação distrital onde apenas marcarão ausência os clubes da divisão secundária de Juvenis, em trânsito para a fase final e torneio extraordinário, num fim-de- semana que marcará o término da primeira volta de Juniores, com dois encontros em evidência por motivos opostos: Barroselas/Limianos que poderá afastar um deles da rota do título e Desp. Monção/Melgacense pela decisão da lanterna vermelha.
Em Futsal, com ausência da Sport Zone, ficaremos pelas emoções distritais e em Seniores Masculinos atrai-nos um duelo terceiro/primeiro, ou seja, Amigos de Sá/Lavradores, que poderá marcar um derradeiro entrave aos barquenses rumo às faixas, constituindo no mesmo escalão em Femininos o Castanheira/Zona Fut também um dos últimos obstáculos das courenses na caminhada pelo título. As “canarinhas” de Moreira deslocar-se- ão a terras de Valdevez para disputar com Arcas a derradeira hipótese de deixar a lanterna vermelha, enquanto as Limianas quer da sede, quer de Piães assumem favoritismo nas recepções a Deucriste e Soutelense.
Na última jornada da primeira volta, em Hóquei em Patins, é de carácter decisivo para Valença HC a deslocação a Tomar, pois é um dos adversários que poderá alcançar e com ele discutir lugares de permanência.
Triunfo obrigatório, empate como objectivo mínimo, derrota poderá significar despedida, eis a trilogia com que se deparam os valencianos, que esperam ainda ajudas preciosas do Porto com desejo de triunfo em Riba D’Ave até para se manter incólume na luta pelo título, bem como auxílio da Juventude de Viana para, caseiramente, derrotar Paço D’Arcos, tal como O Barcelos faça o mesmo à Sanjoanense, podendo ficar indiferentes ao desenlace do Turquel/Candelária, apesar do empate poder ser mais agradável pelo prejuízo de ambos. Deixemos a luta pela sobrevivência e olhemos o título com esse clássico Benfica/Sporting, que é sempre um clássico, este de decisão extrema para os leões que poderão ficar arredados do título, com atenções voltadas ainda ao Valongo/Oliveirense, também crucial para o desfecho da prova.
Finalizando pela divisão secundária, Infante Sagres/Braga é cartaz de ronda derradeira da primeira metade, o qual, superando com sucesso, garante código postal aos arsenalistas, que serão “campeões de inverno” em qualquer circunstância, espiando o Espinho, na recepção ao vizinho Azeméis a hipótese de saltar um degrau. Na luta para o pódio, dois encontros de relevo: Carvalhos/Cambra e Pacense/Gulpilhares, com Marco também em espreita na sua deslocação ao “nosso” Vila Praia, ambicionado em conquistar três pontos.
E pronto. “Alea jacta est” – Lançados dados para um grande fim-de- semana em perspectiva. E este, com enorme certeza, terá prolongamento. A Taça CTT vai ter menor luminosidade e as emoções maiores estender-se-ão até Segunda-feira. Isso se o Porto não as dissipar já no Sábado. Independentemente, a “nossa” Taça vai transbordar na tarde de Domingo. Mantenha-se connosco na sua vivência.