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Autárquicas

António Barbosa: «PS está a sentir o poder fugir-lhe por entre as mãos!»

23 Julho, 2017 - 01:35

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Arraial minhoto promovido pelo PSD Monção encheu Quinta de Rodas.

Quase 700 pessoas marcaram presença este sábado num arraial minhoto promovido pelo PSD Monção na Quinta de Rodas, naquele concelho. Um encontro que serviu para o partido apresentar Armando Fontainhas como candidato à Assembleia Municipal nas eleições autárquicas do próximo dia 1 de outubro.
A animação começou ao final da tarde. Ainda não eram 20h00 e já o povo afluia ao recinto com o cheiro a bifana e música popular a correr todas as divisões da quinta. Presidentes e candidatos às juntas não faltaram. No meio da multidão fomos também encontrar Eduardo Teixeira, presidente da Comissão Política Concelhia do PSD de Viana do Castelo que fez questão de vir dar apoio ao congénere monçanense. A moldura humana engrossava à medida que as horas passavam. À entrada, era colocado ao peito de cada participante um autocolante. O último registo fornecido à Rádio Vale do Minho dava conta de quase sete centenas de entradas.
O primeiro discurso da noite coube a António Barbosa. O candidato do PSD abriu os canhões da direita ao considerar que “o PS está a sentir o poder fugir-lhe por entre as mãos!”. A justificar, Barbosa exemplificou com os sociais-democratas “a apresentarem projetos, a apresentarem-se à porta das pessoas, a falar com as pessoas e do futuro do concelho”. Ao invés, referiu, “quem está no poder só fala da oposição. Isto é a prova evidente de que o PS está a sentir o poder a escorregar!”.
Do geral, passou para o concreto. O líder do PSD debruçou-se sobre a apresentação do candidato pelo PS à Câmara de Monção decorrida recentemente num restaurante do concelho, que contou com a presença do Secretário Geral do partido. “Mais de metade do discurso do atual presidente da Câmara foi a falar de António Barbosa e da candidatura do PSD. Isto diz muito do medo que esta gente tem de nós”, atirou Barbosa.

“PS foi buscar a «bóia» que é o Dr. José Emílio Moreira”

Barbosa continuava implacável. Sacou do bolso a expressão do candidato pelo PS ao ter afirmado que “Monção é a terra da Foda, da Coca e do Alvarinho”. “As Termas já desapareceram do discurso do nosso presidente da Câmara! O nosso projeto passa por uma aposta forte nas Termas porque foram passado e terão de fazer parte claramente do futuro do concelho”, defendeu.
Mas a noite era de apresentação do candidato à Assembleia Municipal. E foi com esse tema que o líder social-democrata concluiu, sem abrandar os disparos sobre os socialistas. “Hoje temos um candidato do PS à Assembleia Municipal que se chama José Emílio Moreira. Para quem não sabe, é o antigo presidente de Câmara. E eu faço a pergunta aos que aqui estão: Porque é que o ex-presidente da Câmara de Monção assume a candidatura à Assembleia Municipal?”. Silêncio na plateia em anfiteatro natural. “Penso que a resposta é muito simples. O PS percebe hoje que muito dificilmente ganhará a Câmara! E porque sente que está a afogar-se, foi buscar a «bóia» que é o Dr. José Emílio Moreira. Só que o problema é que vão todos afogar-se em conjunto!”, assegurou António Barbosa. “Esta é a prova mais evidente do falhanço da governação dos últimos quatro anos. Caso contrário, o Eng. Augusto Domingues nunca teria ido buscar esta «bóia de salvação», um «peso pesado» que lhe vai tirar algum brilho em termos de campanha eleitoral. Isto só está a ser feito porque o náufrago já percebeu que é náufrago”, finalizou. Estrondoso aplauso para o candidato do PSD.

Fontainhas: “Claro que Monção não tem desemprego! Os qualificados saem. Os jovens não regressam!»

Seguiu-se o anfitrião da noite. Chamado ao palco, Armando Fontainhas não perdeu muito tempo com saudações. Encarou as centenas de pessoas que o olhavam. “Se pensarem bem, em Monção praticamente não há indústria. Perto de nós temos, por exemplo, Paredes de Coura. Um concelho isolado, de maus acessos mas que tem indústria de primeira linha”, considerou. “Quando olhamos para Monção, vemos uma localização privilegiada. Estamos na fronteira com a Galiza, a 15 km da A52, estamos a 30 minutos do porto de Vigo e estamos a 1h30m do aeroporto de Santiago e do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Porque é que nós não temos empresas em Monção? Porque é que as unidades industriais de relevo não se fixam no nosso concelho? Porque nunca fizemos nada para trazê-las para cá!”, disse Fontainhas em tom taxativo.
A perda de população é outro dos problemas no topo das preocupações do candidato à Assembleia Municipal pelo PSD. Fontainhas lembrou os dados do INE que registam quase 30 mil habitantes em Monção na década de 60. “Hoje temos 18 mil habitantes. Desde o meu nascimento até hoje perdemos 40% da nossa população! Se continuarmos com esta tendência, onde estaremos daqui a 50 anos? Teremos 4 ou 5 mil pessoas a viver neste concelho”, alertou.
Para Armando Fontainhas, Monção continua manifestar incapacidade na fixação de pessoas. Sobretudo jovens. Como razão principal, o candidato à Assembleia Municipal aponta “empregos de má qualidade, mal pagos, não qualificados, não permanentes e com horário irregular”. “Claro que Monção não tem desemprego! Os qualificados saem. Os jovens, vão estudar e não regressam”, desferiu em jeito de resposta a um dos trunfos usados pelo candidato do PS durante a sua apresentação pública.
Fontainhas lamenta também um “centro histórico decadente”. O problema da falta de estacionamento arrasta-se há anos e o candidato lançou uma solução. “Num edifício normal, faz-se estacionamento em altura! Já vi isto em várias cidades por onde passei. Não é preciso gastar milhões de euros em parques subterrâneos como fez Paredes de Coura. Esta é uma obra simples, barata e fácil de fazer”, avaliou. “Mas obras é em agosto! Chega o mês de agosto e chegam as obras à vila! E os nossos comerciantes? Têm dificuldades trabalhar! A não ser que seja política municipal que turistas e os nossos emigrantes façam compras fora do centro histórico”, ironizou.
A terminar o discurso, Armando Fontainhas lembrou que foi o PSD quem venceu a corrida à Assembleia Municipal nas eleições autárquicas de 2013. Apelou ao voto, sobretudo aos jovens presentes. “A única promessa que vos faço é a de continuar a trabalhar para que os jovens se fixem no nosso concelho”, rematou. Ato contínuo, ainda ao som dos aplausos, voltou a ecoar pelo ar a voz de Nelly Furtado com o tema «Força».
Em 2013, para a Câmara Municipal de Monção, o PS obteve 37,96% dos votos. O PSD ficou logo atrás com 37,92%. A taxa de abstenção no concelho foi de 41%. As próximas eleições autárquicas realizam-se no dia 1 de outubro.

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