Um antigo bairro ferroviário no centro da cidade de Viana do Castelo vai dar lugar a um condomínio com cerca de 50 apartamentos de luxo, confirmou hoje a empresa responsável pelo investimento.
Aquele bairro, com 12 dezenas de casas térreas antigamente ocupadas por trabalhadores ferroviários de Viana do Castelo, está devoluto há mais de 20 anos e foi entretanto vendido pela Refer a um empreiteiro local por 1,2 milhões de euros.
Segundo Silvano Festa, da empresa construtora, os trabalhos de demolição das habitações já arrancaram e deverão prolongar-se por dois meses. Nesta altura está a ser elaborado o projeto para o local, que prevê “habitação de luxo”, através de um condomínio fechado com cerca de 50 apartamentos.
“Ainda hoje demos entrada na Câmara com mais informação técnica. A expectativa é arrancar com a obra até 2015, em função da recuperação do mercado e porque no centro da cidade não existe habitação deste género”, explicou o responsável.
Além da aquisição feita à Refer, a empresa construtora estima em cerca de seis milhões de euros o montante necessário à implementação deste condomínio de luxo.
As casas que estão agora a ser demolidas chegaram a ser alvo de ocupação ilegal por famílias carenciadas, foram usadas para práticas delinquentes e até para depósito de lixo, mas em 2009, para tentar travar os abusos no local, a Refer “selou” o bairro com tijolo.
Segundo a informação prestada pela Refer à Lusa, em 2011, a venda destes terrenos, que estavam afetos ao Domínio Público Ferroviário, permitiu “a valorização de um ativo que se encontrava praticamente devoluto e que já não tinha interesse para a exploração ferroviária”.
A mesma fonte acrescentou, na altura, que o projeto imobiliário a implantar no local “está sujeito às condicionantes impostas pelo Plano Diretor Municipal de Viana do Castelo”, sendo o negócio concretizado com uma empresa de construção civil com sede naquela cidade.
O estado de abandono daquele bairro, no centro da cidade, chegou a motivar a aprovação, em assembleia municipal, em 2006, de um voto de protesto contra a atitude “feudalista” da administração da Refer, com os eleitos locais a afirmarem tratar-se de um “foco de insalubridade”.
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