Ainda bem que já aí está mais um fim-de-semana repleto de competições nacionais e valham-nos elas para ver se conseguimos esquecer os grandes desaires em termos de prestações europeias. Depois de três dias de desilusão e autêntico dilúvio que se abateu sobre os conjuntos lusos, averbando tão-somente dois em quinze pontos possíveis, venham ao menos as competições internas pois nestas os pontos ficam todos por cá e ao menos manteremos o nosso “ranking”.
Nestas, na principal, febre de Domingo à noite, no Dragão, com a liderança em jogo no clássico Porto/Sporting, com os leões bem diferentes de eras passadas, para melhor e a prometer uma revolução num campeonato que, jogado fora das quatro linhas, já é dos mais empolgantes. E para não variar, este encontro do Dragão já está incendiado q. b. esperando agora que os atletas sejam autênticos bombeiros.
A anteceder a noite do Dragão, assistir-se-á na Luz ao duelo das águias com o Nacional, entre dois conjuntos de asas abatidas e voo raso, prometendo os nacionalistas empolgarem-se neste jogo como forma de esquecer o dissabor da eliminação da Taça. Tudo isto e muito mais numa ronda que abre esta noite, na cidade dos Arcebispos, entre Braga e Académica, com os arsenalistas em polvorosa pela maré negra de resultados e a ameaça de fuga do seu “Salvador”.
Pela nossa divisão principal, decorrerá apenas a sexta jornada, mas vai trazer-nos jogos carregados de emoção e expectativa, de tal forma que dá impressão de estarmos numa fase bem mais adiantada da prova.
Comecemos pela dianteira e por aqueles que ambicionam esses lugares. O par da liderança, Correlhã e Castelense, em comum, apresentam apenas o facto de jogarem fora dos seus redutos, pois teoricamente a tarefa dos de Beira-Mar parece menos complicada na deslocação a Bertiandos. Para homens habituados ao “mar”, não serão as “lagoas” a causar grandes problemas, mas … há que ter sempre atenção para não “meter água, se os de Castelo de Neiva quiserem continuar na frente. Já os cornelianos terão teste difícil em terras de Inês Negra, numa deslocação ao Melgacense, que não poderá perder mais oportunidades para se afirmar. É certo que o Melgacense perdeu os dois encontros disputados em casa, embora não tenha sido derrotado fora do seu terreno, pelo que até a aplicação do ditado “à terceira é de vez” favorece a ambição da equipa do Vale do Minho.
Já que falámos no Vale aproveitemos para focar os outros conjuntos, começando pela menção a mais um dérbi, desta feita na vila das artes, onde o Cerveira apenas jogou por uma vez e sentiu algumas dificuldades para vencer o Lanheses, mas a miragem do alto pode ser determinante para se empolgar rumo aos três pontos perante um Courense “ferido” pelo desaire anterior em sua casa, conjugando-se para um encontro repleto de emoções e expectativas. O outro conjunto cerveirense, o Campos, apesar da boa conta que vai dando na edição corrente, desloca-se ao reduto do Vitorino de Piães, a equipa que tem espalhado “veneno” por essa região fora, prevendo-se um obstáculo muito difícil de superar para os homens do 1º de Janeiro.
Sobre o Desportivo de Monção, outra vez em acção no Manuel Lima, frente a um “parceiro” de desaires chamado Moreira – o do Lima – antevemos, com firmeza suficiente, o findar da “tragédia” que o vem assolando, com a obrigatoriedade absoluta de amealhar a primeira vitória e deixar a lanterna vermelha, sob pena de, não o conseguindo, decretarmos o descalabro, com a proibição que nos impomos de voltar a mencioná-lo.
As duas equipas do Alto Lima deslocam-se a território vianense e merece destaque um dos jogos mais aguardados da ronda, no Alferes Pinto Ribeiro, em que o Neves, bastante aquém do esperado e desejado por si mesmo, recebe um potencial candidato que dá pelo nome de Ponte da Barca. A equipa das terras da Nóbrega aspira ao topo, ainda não conhece a derrota, ao contrário do anfitrião que está radicalmente proibido de perder pontos em sua casa, o que confere ao encontro um grau de importância muito alta. Já o conjunto da vila dos Arcos, a um escasso ponto do par da frente, vai a Darque tentar impedir o primeiro ponto dos locais e sonhar com o poleiro tendo em vista as deslocações dos dianteiros.
Resta um dérbi vianense entre Vila Fria e Lanheses, sempre apetecível por essa condição, condimentado ainda pela posição bastante desconfortável dos anfitriões.
Descendo à divisão secundária, tal como na principal, a ronda está repleta de grandes “ambientes” onde se perspectivam grandes embates. Pelo trio da frente, as hipóteses são maiores para o líder Perre, desde logo porque é o único a jogar em ambiente caseiro, perante os vizinhos de Vila Franca, que apesar de boa campanha terá dificuldade em cravar “espinhos” nos locais, pois o Paçô tem deslocação a Arcozelo, conjunto que ainda não se deixou dominar em seu terreno de jogo, enquanto o Raianos viaja até à Arcela onde o Fachense costuma ditar as suas leis, embora os monçanenses tudo farão para inverter os hábitos naquele campo, ou seja, carimbar os três pontos.
O par restante do nosso Vale não precisa de preparar malas de viagem, pois Moreira fica-se pela Tomada aguardando a chegada do Caminha, ambos juntinhos na tabela, pelo que o factor casa poderá ser preponderante para os canarinhos, enquanto o Castanheira desfruta da melhor oportunidade, olhando as posições na classificação convenhamos, para saborear a primeira vitória perante o Darquense, versão B, e poder, dessa forma, inverter a posição com o adversário.
Resta-nos mencionar três jogos, entre eles um dérbi sempre muito aguardado e apetecível, como seja o Ancorense/Lanhelas, de resultado imprevisível, jogo “apimentado” pela repetição de há três semanas, na Taça, em que o nulo prevaleceu duas horas e os forasteiros foram mais felizes na lotaria, havendo ainda lugar para outro embate com sabor a dérbi, entre Távora e Gandra, apesar de “condados” diferentes, um embate que se antevê de equilíbrio, pese algum favoritismo para os arcuenses, finalizando com o Chafé/Águias do Souto, encontro propenso a vitória por parte do conjunto vianense.
Voltemo-nos agora para o nacional de seniores, onde o Valenciano, motivado pela brilhante conquista da primeira Taça dos Campeões do Minho e pela primeira vitória na prova obtida na jornada anterior, quererá manter o ciclo vitorioso, tornando-se imperioso vencer o Pedras Salgadas, a equipa que se desloca a Valença do Minho com mais três pontos que os locais.
Dois jogos de alto gabarito são aqueles onde se disputa a liderança e os dois lugares “dourados”, com o Limianos a receber o Bragança, esperando almejar a tão desejada vitória e a própria liderança, atento o desenrolar do Fafe/Vianense, cujo desfecho terá repercussões na tabela, pois uma vitória forasteira poderá ser muito amarga para os donos do terreno, enquanto um empate deixará tudo nas mesmas posições, ao passo que uma vitória fafense tornará as contas mais baralhadas. Indiscutivelmente, dois jogos de risco considerado e elevado grau de importância.
Restam dois confrontos ditos de luta pelos melhores postos da parte inferior, com o tomba gigantes Santa Maria, altamente moralizado, a receber os vizinhos de Vila Verde, sequiosos de pontos e o Ninense, pressionado pela necessidade suprema de pontuar, a medir forças, em seu campo, frente ao Mirandela.
E eis que finalmente chega a miudagem com a maravilha dos encontros nas manhãs de Sábado. Uma saudação à pequenada – aos Benjamins e aos Infantis – no início da sua maratona em duas etapas, compreensível a primeira e muito cinzenta a segunda, a deixar dúvidas enormes sobre a forma competitiva. Mas isso ficará lá mais para diante. Por hoje bastarão tantas emoções a culminar na noite de Domingo, com esse clássico do Dragão, onde Porto e Sporting farão jus á liderança da principal Liga nacional.
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