Nem só de futebol vive o próximo fim-de-semana, como aliás todos os restantes. Neste, porém, tem lugar a habitual prova de perícia automóvel, na Praça Deuladeu, na sala nobre da heroína, com mais uma edição do Rali à Lampreia, que atrai sempre milhares de mirones ao centro do velho burgo monçanense. E neste ano com menos dores de cabeça em opção aos amantes do futebol, já que nenhum dos quatro conjuntos concelhios joga em seu território.
Não jogam os monçanenses, mas o mesmo se não poderá dizer de outros vizinhos, nomeadamente Valença onde se joga um dos encontros sempre apetecidos pela rivalidade que caracteriza os duelos entre valencianos e cerveirenses, num confronto de maior interesse e importância para os anfitriões que propriamente para os visitantes.
O Valenciano/Cerveira congrega em si as honras da ronda e nem os onze pontos de distância retiram interesse à partida que os visitados sentem necessidade de ganhar para se manterem na peugada do líder e também obrigação pois triunfaram nos nove anteriores disputados no seu terreno. É claro que uma vitória local colocará em perigo qualquer lugar de pódio dos da vila das artes, mas também uma derrota dos anfitriões lhes poderá causar contratempos, embora não os desligue, em definitivo, da hipótese de voltarem à liderança.
Aliás, os valencianos até poderão chegar ao topo, embora não seja crível a derrota dos courenses em terras de Vila Franca onde habita e continuará a morar a lanterna vermelha, que pode ter reservado esse lugar até final da contenda, pois a diferença para o degrau superior já é significativa.
A quarta equipa do Vale, ou seja, o Campos, tem no 1º de Janeiro um encontro de importância vital no que respeita ao melhor lugar na tabela já que ou iguala o Moreira do Lima ou lhe perde, em definitivo, o rastro, aproveitando ainda a folga do Vila Fria, não comprometendo, em circunstância alguma, a relativa tranquilidade que possui.
Olhando as quatro partidas que completam a jornada, uma das últimas esperanças do Neves passa por Paçô, equipa que precisa necessariamente amealhar pontos caseiros, para evitar despromoção, o que confere ao jogo um acréscimo de importância. Citemos o período anterior para quase a papel químico mencionarmos o Bertiandos/Correlhã, no mesmo motivo do fundo da tabela do lado dos visitados e o interesse dos cornelianos numa ascensão, de imediato, ao quarto posto, em caso de ajuda valenciana.
Finalmente dois pares, cada qual em tentativa de fuga aos lugares perigosos. Mesmo assim, alarme maior no Távora/Castelense, com dois pontos de diferença na vantagem tavorense, havendo risco de ultrapassagem pelo adversário ou deste por qualquer outro dos jogos anteriores. Situação idêntica no Vitorino de Piães/Lanheses ao que entre ambos respeita. Cremos que num e noutro caso, o factor casa poderá pender em favor dos respectivos anfitriões.
Uma ronda recheada de grande expectativa, com muitas decisões esperadas e o desejo de emoções idênticas às da semana passada.
Numa pincelada sobre a divisão distrital secundária, situação complicada para os dois conjuntos monçanenses, nomeadamente com a deslocação do Raianos a casa do líder Darquense, num encontro de grau de dificuldade elevada para averbar a sexta vitória consecutiva, acrescida pela impossibilidade de presença de dois atletas castigados. Já o Moreira desloca-se até terras de Âncora separado por dois pontos do seu adversário, recuperado por uma semana de folga, numa tentativa de subir mais um lugarzito, já que o seu anfitrião tem pautado os últimos encontros de forma menos proveitosa. A jogar em casa, o Castanheira não pode desperdiçar a conquista de três pontos, há muito arredados da equipa, sendo obrigada a derrotar o Fachense sob pena de não conseguir ainda estancar a descida vertiginosa que tem vindo a sofrer.
Deixando o Vale e com a certeza da liderança do Darquense independentemente do resultado frente ao Raianos, a luta pelo segundo lugar de subida, onde se encontram melhor posicionados quatro conjuntos, passa, primeiramente, pelo duelo Arcozelo/Arcos, de difícil prognóstico atento o bom momento de ambos os conjuntos, perspectivando-se menos dificuldades quer a Perre, quer a Lanhelas, já que além de anfitriões defrontam equipas menos cotadas, como são os casos de Gandra e Chafé, precisamente os dois últimos classificados.
Resta o Vitorino das Donas/Águias do Souto, com favoritismo para os locais, bem melhor posicionados, sendo que mesmo em caso de vitória não alcançarão o Caminha que, por esse facto, poderá gozar a folga com tranquilidade já que ninguém o desalojará.
Sobre o nacional que disputará a antepenúltima ronda desta fase, infelizmente nenhum interesse se joga pelas nossas equipas, residindo a atracção maior no trio Maria da Fonte/Taipas/Marinhas, em que um deles saltará da segunda fase de decisões. Curiosamente, os três conjuntos jogam em casa e perante adversários em situações diferentes. A lógica – mas só a lógica – joga em favor dos esposendenses que defrontam o Melgacense, com a juventude da terra de Inês Negra certamente cansada pelo encontro de véspera em terras de Valdevez e também da Maria da Fonte que defronta o Merelinense, equipa já despromovida e por isso sem objectivos motivacionais que não a dignificação da camisola, que não será, provavelmente, obstáculo maior. Já os Caçadores das Taipas defrontam o líder Bragança, conjunto que apesar de já ter a garantia de ficar entre os seis primeiros terá o pensamento na manutenção e a convicção que todos os pontos contam, pelo que não dará de barato o desfecho do jogo.
Diríamos que mais em jeito de cumprir calendário, embora os pontos sejam importantes para os da frente, o Desportivo de Monção desloca-se a Ronfe, com os anfitriões em luta decisiva pelos três pontos, que lhe fazem falta, não tendo, quiçá a melhor ocasião para averbar nova vitória, embora não impossível, o mesmo dizendo do seu mais próximo colega, o Esposende que receberá a vista de Santa Maria, muito esperançada ainda na chegada aos lugares de manutenção.
Resta um dérbi alto minhoto em terras da Nóbrega, com o Ponte da Barca muito provavelmente a confirmar a despromoção, o que poderá acontecer mesmo em caso de vitória, tornando-se, por via desse motivo, o jogo apenas importante para o Vianense que tudo fará para não desarmar o posto de vice-liderança.
Notas finais para assinalar o regresso do Inatel, no seu campeonato, com o líder Longos Vales numa das mais difíceis deslocações a Calheiros, cujos ares não o têm bafejado em anos anteriores e que tem a derradeira chance de acalentar esperança no título. Por sua vez, o Adecas, vice-líder, não tem tarefa menos facilitada pois desloca-se a Anais, equipa em situação idêntica ao Calheiros, havendo ainda um dérbi limiano entre Cepões e Cabaços, de interesse apenas para os visitados que reúnem igualmente a derradeira hipótese de aspirar ao topo. Finalmente, a liga dos últimos, com o Deucriste a receber a lanterna Gárcea, podendo os dois postos ficarem, em definitivo, entregues ou em continuidade a sua disputa. Não mais que isso.
O Limianos reúne mais uma boa ocasião para continuar lá pelo alto defrontando em seu terreno o Gondomar e começando cedo a respirar em absoluta tranquilidade.
E na liga maior, dragão e águia, após boas prestações europeias, têm que se haver, internamente, com os dois conjuntos surpresas da época: Rio Ave e Paços vão ao Dragão e à Luz tentar tirar proveito dos esforços dos adversários, sendo que as águias estão num ciclo infernal de jogos de três em três dias durante mais sete vezes. Hoje à noite o leão, em campanha, vai a esclarecimento ao Estoril, que pensa garantir já a manutenção, não deixando de merecer destaque na tarde sabatina o dérbi minhoto, na Pedreira, entre Braga e Guimarães, ambos uns furos abaixo das expectativas, mormente os bracarenses.
Desfrute então dum bom fim-de-semana com muito futebol e/ou automóveis no rali à lampreia.
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