Antevisão à jornada de 29/30 de Novembro

Para trás ficaram as emoções das taças e uma jornada em três tons agri-doces da Champions: “doce” portista com a garantia de apuramento em primeiro posto; “semi doce” leonina coma garantia de continuidade europeia e até hipoteticamente nos campeões; amarga encarnada, com a exclusão do Benfica em qualquer das provas europeias. À nossa frente está aí mais uma jornada dos principais campeonatos distritais e nacionais. Vejamos que expectativas nos reservam.
A liderança da primeira divisão distrital obriga-nos a olhar para três campos, onde jogarão os quatro primeiros classificados e únicos a poderem manter ou aspirar ao posto mais alto. De imediato e perante estes dados concluímos que dois deles se defrontarão. Trata-se do Valenciano/Atl. Arcos, um jogo que, para além de ser um dos contribuintes para a liderança, terá ainda como expectativa a maneira como os anfitriões irão sublimar (ou não) a eliminação da Taça ou permitir a fuga do adversário caso não lhes coloquem travão a fundo. De somenos prejuízo será para os forasteiros que mesmo com percalço, continuarão a depender exclusivamente de si próprios para reascender à liderança. Os outros dois locais situam-se na zona do Lima, concretamente em Vitorino de Piães, onde os locais esperam o comandante supremo, Neves, cientes de habituais entraves colocados pelos anfitriões e ainda em Paçô com este conjunto, agora em luta pela manutenção, a receber o Courense, quiçá motivado pelo pensamento de se poder isolar, contando com ajuda do Piães.
Em expectativa do se intrometerem ou aproximarem dos lugares de pódio, contanto que dos primeiros haverá perdas de pontos para alguns, estarão os quatro imediatos, obviamente distribuídos em dois pares de jogos: Ponte da Barca/Desp. Monção e Correlhã/Lanheses. No primeiro par, os contendores estão espaçados por um ponto, com vantagem para os monçanenses, o que coloca mais pressão nos anfitriões pois poderão complicar em demasia as contas das aspirações ao título, caso não vençam o encontro. Já no segundo par, a vantagem é caseira em dois pontos e além de boas prestações nos mais recentes desafios, encontram o adversário na inversa, jogando ainda em seu abono a falta de um jogo, cujos três pontos o guindarão a plano ainda mais elevado.
Passemos aos três jogos do meio da tabela para baixo e, consequentemente, à luta mais dura pela permanência. Campos/Moreira do Lima poder-se-á considerar a “liga dos últimos” e representa a grande oportunidade para a primeira vitória de cada um ou averbar do primeiro ponto para os limianos. Jogo deveras importante para este mini campeonato do fundo, tal como em plano próximo surge o Perre/Castelense, com os do Olival em alta moral, pela eliminação do Valenciano, rumo ao primeiro triunfo, sem o qual poderão complicar os seus objectivos. Finalmente e embora menos penoso, o Vila Fria/Melgacense, de indiscutível importância para ambos, mas com propensão maior aos da casa, já que vêem nestes encontros a possibilidade de angariar os pontos necessários a evitar uma situação aflitiva.
De igual modo, também a liderança da secundária se desenrolará em três recintos, mas cada qual com um dos primeiros classificados. No litoral, jogarão os líderes, com o Vila Franca na capital do distrito a defrontar a equipa B do Vianense, caracterizado certamente pela rivalidade, bem como pela intenção do anfitrião não descolar, em definitivo, da carruagem da frente, e também o invicto e surpreendente Moreira, que actua na foz do Minho, perante o Caminha, que merece atenção e cuidados especiais, já que apesar de classificação modesta, ainda não foi derrotado nos seus novos e modernos aposentos. O terceiro conjunto é o Raianos, que vai estrear a “sua nova casa”, ou seja, o campo da Tomada, em Moreira, com a recepção ao Bertiandos, conjunto que, ainda há pouco, ali foi derrotado pelo “dono” do terreno. E não obstante a eliminação da Taça, por conjunto de estatuto superior, a turma monçanense quer manter-se na luta pela ascensão.
Citemos agora dois jogos em polos opostos, como os anfitriões a tentarem fugir dos postos indesejados em que se encontram, presentemente, e os visitantes a pretenderem chegar-se ainda mais à frente e “misturarem-se” com os comandantes: Águias do Souto/Chafé é um deles, sendo o outro o Castanheira/Arcozelo.
Mais um par de encontros considerados de equilíbrio, por meados da tabela, denotando alguma frustração num ou noutro, mas cujos destinos não passarão por outros voos: Gandra/Ancorense, pelo sétimo posto, e Távora/Darquense, pelo nono. Finalmente, pensará a lanterna vermelha. Lanhelas, vai chegar a hora da primeira conquista pontual na recepção ao Fachense! Também se não for desta… adiamento até às calendas.
Agora o nacional de seniores com a jornada undécima. O líder Fafe vem até estas bandas para um teste à sua capacidade no Rafael Pedreira, diante dum Cerveira também guindado aos patamares superiores. Certamente uma partida agradável de acompanhar, com ambos em busca do triunfo.
Os outros dois conjuntos vianenses viajam para congéneres bracarenses, fazendo-o o Vianense até à lanterna vermelha, Vieira, num jogo difícil para os forasteiros, perante adversário em nítido crescendo, tendo dificultado a vida ao líder da II Liga na ronda da Taça, pelo que os da capital do distrito terão que se precaver, tal como dificílima se antevê a deslocação do Limianos a Santa Maria, num duelo empolgante entre dois candidatos à despromoção, contando os anfitriões com a motivação extra resultante da permanência na Taça de Portugal.
Os dois jogos restantes trazem-nos um dérbi transmontano entre Bragança e Mirandela, com os primeiros a jogarem derradeira ocasião de entrada na luta dianteira, donde os forasteiros não pretenderão descolar; e finalmente o sensacional vice-líder Pedras Salgadas em descida até à Cruz do Reguengo, onde o Vilaverdense ambiciona amealhar preciosos pontos na luta pela permanência.
De relance pelo futebol profissional, já com saudades do seu regresso após ausência em três semanas, referência a mais uma ronda na maratona da II Liga, com um dos jogos da liderança em Guimarães, onde a equipa local poderá ultrapassar o líder Freamunde, se também o Beira-Mar levar de vencida a Oliveirense, num dérbi aveirense de expectativa elevada. Num ou noutro caso e com cenário de dupla vitória caseira, é claro que a liderança poderá ser partilhada com o Benfica que joga em ambiente caseiro diante do Tondela.
E já que falamos do Benfica, a sua responsabilidade no campeonato é agora maior após despedida prematura da Europa. E o primeiro exame é já na Academia Coimbrã, ao final da tarde domingueira, obrigando-se a quebrar o gelo soviético e quem sabe se a renovar a obrigação de regressar novamente à liderança, pois o Guimarães sabe que a melhor maneira de ultrapassar o “sopapo” Taça é voltar a dormir mais duas noites nesse poiso, após a abertura da ronda, na noite de Sexta-feira, diante dos conterrâneos “cónegos” de Moreira.
Totalmente ao contrário dos encarnados, o Porto e Sporting que continuarão na Europa, também jogarão em casa, sendo os leões os primeiros a fazê-lo frente ao Setúbal, na noite de Sábado, animados pela excelente exibição na Champions, enquanto os portitas entrarão em cena na noite dominical frente ao Rio Ave, ambos chegados das bandas do frio de leste, embora os vila condenses tenham viajado dois dias após, factor que favorece os dragões.
Lançados estão os motivos principais para a despedida de Novembro, num fim-de-semana total, que é como quem diz, com todos os campeonatos em acção. Daí que a maratona sabatina do futebol de sete, com os habituais quarenta e cinco jogos, as competições de formação, distritais e nacionais, bem como o Basquetebol ou o Futsal tragam motivos para opções diferentes. Não esquecendo, claro, o Hóquei em patins, embora com o nosso Valença HC a jogar em Paços de Ferreira.
Aproveite-o bem, até porque nos seguintes terá também o pensamento em partilhá-lo com motivos natalícios. A Festa grande está próxima.