Como se despede a primeira fase do nacional de seniores, é por esta prova que iniciamos a antevisão ao último fim-de-semana de Janeiro, até porque depois vamos dar-lhe três semanas de sossego.
“Três galos para dois poleiros”, é a grande decisão desta ronda derradeira, em que da “troika” Limianos, Bragança e Fafe, apenas dois deles adquirirão passaporte para a fase final e o terceiro continuará a lutar pela manutenção, única garantia dada aos dois apurados.
Curiosamente, o trio joga fora dos seus domínios, com o líder Limianos a deslocar-se até á Cruz do Reguengo, onde mora o Vilaverdense a não querer deixar voar pontos; o vice-líder Bragança com viagem longínqua até ao Vianense, equipa afectada no decurso da semana com a denominada “psicologia do chicote”, e a necessitar igualmente de pontuar para evitar males maiores; o terceiro classificado, Fafe, em deslocação até às Pedras Salgadas, com os locais também ávidos dos três pontinhos para não virar muito longe da maioria dos colegas que disputarão a permanência.
Três jogos difíceis e outros tantos resultados imprevisíveis, que poderão produzir cenários distintos. A única certeza à entrada para a ronda é que nenhum dos três tem garantida a passagem, embora Limianos e Bragança não estejam dependentes de terceiros. Equivale a dizer que o Fafe só será apurado se, pelo menos empatar e Bragança perder ou então se vencer e Bragança ou Limianos não conseguirem. Se todos efectuarem o mesmo resultado (vitória, empate ou derrota) passarão Limianos e Bragança; Se Limianos perder e os restantes empatarem, mesmo assim apurarão Limianos e Bragança. Enfim, cenários diversos possíveis que só a tarde domingueira conseguirá trazer resposta.
Mais dois jogos para fechar esta ronda com o Valenciano a deslocar-se até à lanterna vermelha Ninense, em busca duma vitória que lhe permitirá entrar na nova fase por cima da linha de água, sendo psicologicamente importante tal desiderato, tanto que poderá beneficiar do desfecho do Mirandela/Santa Maria, já que ambos se digladiarão em busca do melhor resultado possível rumo à fase decisiva.
Em suma, uma derradeira jornada recheada de grandes decisões, que, em matéria de permanência pelos nacionais, trará segurança a dois e manutenção de ansiedade e expectativas aos oito restantes.
Pelo distrital e no que se refere à I divisão, o Cerveira continuará a prestação caseira completando a jornada dois perante a equipa de Ponte da Barca, mantendo-se a incógnita da sua continuidade como invicto e o prolongamento do “passeio triunfal”, já que a liderança não corre qualquer risco, embora as perspectivas de alargamento do fosso pontual não sejam optimistas, pois o perseguidor Atlético dos Arcos terá tarefa mais facilitada na recepção ao Moreira de Lima, um dos conjuntos pouco produtivos na temporada.
Em sequência, o quarteto do Vale tem uma particularidade em comum: todos serão anfitriões, um factor, desde logo, de algum favoritismo, acrescendo em quase todos a condição de recepção a adversários de menor cotação na tabela, salvo excepção para o Desportivo de Monção, cujo adversário, o Castelense, ainda se encontra uns furos acima. Todavia, a série de bons resultados, traduzidos em cinco vitórias consecutivas em contraste com alguma “derrapagem” dos castelenses, são sintoma de aproximação entre ambos, o que acontecerá com ao triunfo dos da terra de Deuladeu. Por seu turno, o Courense medirá forças com o Lanheses e a diferença pontual significativa entre ambos tenderá a manter-se, no mínimo, senão mesmo na determinação dos courenses em ampliá-la. Campos e Melgacense são obrigados a colocar todo o empenho em vitórias até para afastar, quase em definitivo, os respectivos adversários, Darquense e Bertiandos, últimos classificados, e poderem andar bem mais tranquilos. Será que vamos ter pleno dos conjuntos do Vale do Minho? Que bom seria!
Resta-nos mencionar os dois encontros mais equilibrados da jornada, quer dizer, entre conjuntos praticamente empatados pontualmente: Correlhã/Vila Fria, diferem apenas um ponto e os cornelianos pretendem regressar às vitórias, agora em casa, não obstante os vilafrigidenses complicarem sempre as tarefas dos adversários, enquanto no Vitorino de Piães/Neves há mesmo empate pontual, igualdade registada no jogo da primeira volta e muita expectativa entre dois conjuntos que pensarão apenas na melhor classificação possível, crendo que o afastamento do topo ganha contornos de realidade.
Pela divisão secundária, o cartaz da jornada estará num Paçô/Vila Franca, já que o encontro servirá de teste a ambos: por um lado, à capacidade de manutenção da liderança por parte do conjunto da terra das rosas e, por outro lado, ao poder do anfitrião em chegar-se e manter-se nos lugares de topo. À espreita e atentos ao desenrolar deste jogo estarão Raianos e Arcozelo, na perspectiva de chegarem ao lugar primeiro. Os Raianos voltam ao seu território após duas saídas que apenas lhe renderam um ponto, saindo derrotado do dérbi em Moreira, mas o adversário desta ronda há pelo nome de Perre, com intuito de “emperrar” mesmo, obrigando os monçanenses a aplicação total, certamente recordados da derrota mais expressiva até ao momento imposta no Olival. Já o Arcozelo desloca-se a Darque, à mansão da lanterna vermelha, reunindo, quiçá, argumentos para amealhar os três pontos e manter-se na barafunda.
Frisemos agora o trio perseguidor e ainda com objectivos de acesso aos lugares de subida, sendo que a concretização deles passará por vitória nesta ronda a qualquer deles, sendo todos visitantes a domínios de equipa em lugares de fundo da tabela: referimo-nos a Caminha, Chafé e Távora, que se deslocam, respectivamente, a Águias do Souto, Lanhelas e Fachense, mas apesar de favoritismo dos forasteiros, ele poderá ser cortado por qualquer dos anfitriões.
Faltam os dois confrontos de equipas do Vale, com deslocações, quer de Moreira até S. Martinho para enfrentar um Gandra, em que ambos se têm pautado por prestações razoáveis, donde poderá redundar um encontro equilibrado, quer de Castanheira até terras de Âncora, num jogo que os locais quererão vencer, embora tenham que contar com a réplica dos courenses.
Numa pincelada, o Inatel regressa com o campeonato numa ronda de extremos para a equipa sanjoanina de Longos Vales em viagem até terras de Cabaços, talvez com a motivação extra da goleada da semana antecedente, enquanto o ex-campeão Adecas receberá o actual líder Cepões, terminando a ronda com um Anais/Cardielos, com dois conjuntos em luta pela chegada a um dos lugares de pódio para disputar a fase decisiva da prova.
E num fim-de-semana sem o campeonato das maiores emoções e maiores discussões, fiquemos pela vulgaridade do apuramento de três equipas para as meias da Taça da Liga, agora que o Benfica já garantiu o lugar e até “dispensa” a Luz para defrontar o Gil Vicente, que se sente indignado pelo “desvio” para o Restelo, atentas as fracas recordações que tem dos da Cruz de Cristo. Pois bem, entre leão e dragão apenas um deles terá via livre para a meia final, em casa, mas nem se defrontam. O Porto joga no seu estádio frente ao Marítimo, enquanto o Sporting viaja até Penafiel, equipa mais interessada em manter-se no lugar onde se encontra no campeonato da II Liga. A tarefa dos leões consistirá em marcar mais um golo de diferença que o seu rival, para conseguir empate, já que o leãozinho é mais “novato” que o dragão.
Em matéria decisória, também o Braga/Belenenses, em que um deles calçará as “meias”, que estão em melhor posição para os arsenalistas, pois além de conhecerem os cantos da casa nem sequer sentem obrigação e ganhar a partida, podendo ficar-se pelo empate, e aguardando como adversário um elemento do trio Paços Ferreira/Setúbal, que se defrontam, ou Rio Ave, melhor posicionado desde que vença, categoricamente, na Covilhã.
Eis o que nos espera mais um fim-de-semana. E convenhamos que há matéria mais que suficiente para muitas emoções nesta rádio de campeões.
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