Antevisão à jornada de 20/21 de Dezembro

É chegado o tempo da grande festa da família. É desta festa que todos gostamos. Para trás ficou a “festa do futebol”, com a disputa de mais uma eliminatória da Taça de Portugal, com relevância especial em Famalicão, o verdadeiro “tomba gigantes”, que foi até Paços de Ferreira e partiu a mobília toda, sendo agora o verdadeiro “out sider” entre sete graúdos, independentemente do sétimo ser desconhecido na altura da publicação desta crónica.
Mais provável, o detentor do troféu, Benfica, mas se, surpreendentemente, for o Braga também se ajusta o atributo. Embora estejamos em “antevisão”, antes de passar adiante, justifica-se uma “Menção Honrosa” a Vizela e Santa Maria, pelo embaraço causado a Sporting e Nacional, mostrando que a diferença de dois degraus não assusta.
Cá pelas nossas bandas, nas vésperas dessa grande festa, haverá também a festa da Taça, desta vez feita nos quartos. Tal como narramos no rescaldo da eliminatória anterior, são todos primodivisionários e, por isso, já sem a presença dos tomba gigantes. Em contrapartida, poderemos sonhar com encontros equilibrados, emotivos e de resultados imprevistos, sempre bons aliciantes.
Subdividimos os encontros em dois pares, justificando o primeiro deles o factor “dérbi”, uma motivação extra para qualquer partida. Um dérbi limiano e outro vianense! Vitorino de Piães/Correlhã é o primeiro deles, com o detentor do troféu a não precisar de se deslocar muito ao contrário da aplicação que terá que ser a máxima se quiser renovar o título. O um a dois ali registado para o campeonato é mais uma prova da dificuldade que espera os cornelianos, pois os de Piães são difíceis de dobrar no seu domínio. Vila Fria/Neves é o outro de não menor rivalidade. E se o “papa taças” andará desejoso de voltar aos títulos, o de líder, só por si, não lhe dará garantias de passagem, pois os dois a três para o campeonato também testemunham as dificuldades que os vilafrigidenses impõem na condição de visitados. Ainda para mais, taça é diferente.
O outro par marca oposição entre dois clubes de fundo da tabela, em luta pela permanência, contra os de estatuto superior. Um deles é o Perre/Ponte da Barca, entre dois conjuntos que ainda se não defrontaram na época, mas os forasteiros reunirão mais argumentos e trunfos, tanto que pretenderão repetir a presença na final e “cobrar” desforra; o outro joga-se no Manuel Lima, entre o Desportivo de Monção, felizardo nos sorteios, e o Campos. Deste encontro há apenas uma certeza: sendo os dois únicos do Vale do Minho, um deles representá-lo-á nas meias-finais. Os monçanenses têm obrigação de vencer, desde logo pelo factor casa, mas ainda pelo estatuto superior, reunindo trunfos para melhorar o empate conseguido no 1o de Janeiro.
Apesar da Taça e da quadra natalícia, não param na totalidade os campeonatos, já que Lanheses e Melgacense aproveitam para jogar antes da festa e descansar depois do “réveillon”, antecipando o encontro de 4 de Janeiro. Empatados na tabela, pode esse resultado ser também do encontro, embora se admita o triunfo de qualquer deles. O Inatel aproveita também para lançar a Taça, denominada Complementar, com jogos a duas mãos.
Em função do sorteio, repete-se o encontro do passado Domingo, em Torre, entre Cardielense e Longos Vales, então terminado como começou, deixando a decisão para o Santo António se este ou idêntico resultado se voltar a verificar e repete pela terceira vez o duelo entre Cepões e Adecas, esperando se a teimosia dos empates vai continuar ou se à terceira a vitória surge para um deles. Já o Anais/Cabaços não têm ainda paralelo, pois ainda se não defrontaram, prevendo-se equilíbrio já que se trata dos dois primeiros na tabela do campeonato. Em qualquer caso, espera-se que nenhum dos encontros fique decidido, definitivamente, para qualquer um, já que se pretende garantir emoção aos jogos da segunda mão.
Emocionante vai ser, certamente, a jornada décima quarta do nacional de seniores, com esse dérbi empolgante do Lima, entre Limianos e Vianense, com ambos necessitados, em absoluto, dos pontos do jogo, quer para os forasteiros almejarem uma derradeira esperança de alcançar o segundo lugar, quer sobretudo para os locais fugirem do precipício em que se encontram, quer para ambos na tentativa de amealharem pontos que evitem o dissabor da despromoção.
Mais tranquilo, o Cerveira é anfitrião do Vilaverdense, na tarde de Sábado, quiçá interessado e empenhando em ultrapassá-lo e gozar as festas em ambiente agradável e com razoável conforto para as rondas derradeiras. O Fafe também ficará satisfeito com uma vitória da equipa da vila das artes, pois se acumular um triunfo caseiro sobre Pedras Salgadas, praticamente carimba o passaporte para outra competição. Igual sensação moraria em Mirandela, cujo triunfo sobre a lanterna vermelha, por sua vez, agradaria aos conjuntos vianenses, já que o Vieira passaria à posse definitiva desse posto indesejado de todo. Finalmente, uma finalíssima para Bragança, recepcionista de Santa Maria, ambos com necessidade de pontuar, sendo extrema a dos transmontanos.
O futebol profissional marcar a sua presença em cheio, destacando na II Liga dois embates de gigantes na luta promocional: Portimonense/Oliveirense e Chaves/Freamunde, o primeiro na manhã e o segundo na tarde domingueira, mas qual deles mais interessante que o outro ou não estivessem no quarteto dois futuros promovidos ao escalão maior.
Neste último, com as Águias em voo bem alto, é mais que provável que o “galo” fique completamente depenado e nem tente levantar a crista para não ser irremediavelmente “bicado”. Quer dizer, tudo aponta para que o Benfica continue impávido e sereno bem lá na dianteira, embora possa entrar em acção apenas com três pontos de vantagem sobre o Dragão, que abre as hostes na noite de Sexta-feira, em sua casa, frente ao Setúbal, obrigando-se os portistas a triunfo sob pena de escrever uma página muito negra no seu historial. Já o Sporting, também forçado ao mesmo, tem que enfrentar o Nacional, na Choupana, pois caso contrário repetirá o slogan tradicional da quadra do Natal: “pró ano é que vai ser!”.
A ronda terá ainda, entre outros, um aliciante Estoril/Guimarães e concluir-se-á apenas na Segunda com dois encontros de nível europeu: um Rio Ave/Belenenses e um provável duelo de desiludidos pelo afastamento da taça: Braga/Paços de Ferreira, a culminar uma grande ronda, a última do ano civil.
Com a miudagem do futebol de sete em férias até ao início do ano e com a formação praticamente também em pausa natalícia, resta-nos ao fim-de-semana a sagração de campeões distritais em Iniciados de ambos os sexos e Cadetes Masculinos, na modalidade de Basquetebol, bem como a deslocação do Valença H C até à Mealhada, esperando o regresso às vitórias, agora que o campeonato se aproxima da sua metade, podendo servir este encontro também para se ambientar, pois ali voltará em Janeiro, para a Taça.
E já que falamos de Hóquei, também o campeonato principal terá mais uma jornada, destacando-se o encontro entre o novo líder, o Benfica ( que tal como em futebol, também a meio da semana foi vencer ao Dragão) frente ao campeão em título, Valongo.
E pronto, não haverá tanta quantidade como habitual, mas resta ainda qualidade em abundância para quem pode desfrutar de tempo para seguir o fenómeno desportivo nas vésperas de Natal. Em doses idênticas de uma e de outra, ou seja, em quantidade e qualidade, lhe desejamos sejam satisfeitos os seus desejos. E sonhos.
Na solidariedade e na fraternidade do Natal. Santo e Feliz.