Antevisão à jornada de 17/18 de Maio

Nestes dois próximos fins-de-semana iremos dar a despedida da época desportiva, uma despedida em dupla festa, uma do futebol nacional e outra do distrital, já que o acompanhamento ao longo dos quase nove meses se fez também por estas duas vertentes.
A festa do futebol, a nível nacional, como costuma designar-se a disputa da Taça de Portugal, terá lugar na tarde de Domingo no Vale do Jamor e reedita a final da Taça da Liga jogada há pouco mais de uma semana, envolvendo, mais uma vez, Benfica e Rio Ave. E se é normal pensar-se nas duas velhas máximas que “em Taça e sobretudo em finais não há favoritos” ou então “não há dois jogos iguais”, o Benfica, olhando ao sucedido há dois dias, acaba por confirmar o primeiro, e o Rio Ave tem expectativa em alta através do segundo, acrescida pelo duplo factor motivacional e físico, “jogando” em seu favor a debilidade psicológica dos encarnados pela forma como perderam a Liga Europa e bem assim pelo esforço físico e desgaste de toda uma época exaustiva consumada ainda com as horas extras do meio da semana. Em todo o caso, viva a festa!
Embora o fim-de-semana seja da festa, a essa hora dominical, fiquemos pela festa, mas antes dela haverá outros motivos desportivos de atracção. A começar já esta noite com a disputa da primeira mão da denominada liguilha entre Aves, terceiro classificado elegível da Cabovisão, e Paços de Ferreira, penúltimo da Zon Sagres e recordista de descida de lugares entre duas épocas. O desfecho é imprevisível e não valerá a pena olhar para os escalões, além de maior moralização dos avenses, que têm, além desse aspecto positivo, um outro em seu favor: eliminaram, na época em curso, os pacenses da Taça de Portugal, com vitória na Capital do Móvel, por dois a um, em jogo disputado em cinco de Janeiro, momento em que o Paços se encontrava no lugar que acabaria por ser final, e os da Vila das Aves abaixo de meio da tabela, ou seja, mantendo os pacenses o ritmo e melhorando imenso as Aves.
Em futebol de seniores e pelo nacional, o Vianense antecipou e fará despedida da prova no seu campo frente a Santa Maria, num encontro para cumprir calendário, entre dois conjuntos absoluta e tranquilos (caso contrário nem poderia ser antecipado o jogo) tendo como único ponto de interesse, aliás avançado pelos locais, a hipótese de conseguir o segundo posto final na série, um aspecto considerado tão importante a justificar “borlas” concedidas.
Aproveitamos então para dar algum destaque à formação, também ela a entrar na recta final, Pelo nacional, haverá duas competições: o regresso dos Juvenis, apenas na manutenção, com Barroselas e Limianos em busca da permanência que pode não chegar para um deles. Antepenúltima ronda com Barroselas em casa, com mais dois pontos que Limianos, a defrontar o líder Gil Vicente, não sendo mesmos fácil a tarefa dos de Ponte de Lima já que se deslocam ao segundo, Vizela.
Teremos ainda derradeira ronda do Nacional de Iniciados, com Benfica e Sporting espaçados por um ponto e ambos a jogar fora, tendo os encarnados vantagem no confronto directo, mas em jogo no clássico dos mais pequenos, no Olival, frente ao Porto, com os leõezinhos em Leiria. Ao Sporting só a vitória lhe servirá, mas é viável, pelo que ao Benfica outra hipótese restará que não um triunfo perante o Porto. Veremos na manhã de Domingo o interesse nestes desfechos.
No distrital, a dúvida maior prende-se com os Juniores, numa última jornada em que as hipóteses se mantêm num trio de contendores: Neves, Limianos e Barroselas, por esta ordem, sem que haja confronto entre eles. Significa tal que o Neves é o único a depender exclusivamente de si, bastando vencer, em sua casa, o Ponte da Barca, quarto classificado e uma das boas formações da prova. Ao Limianos, empatado pontualmente com o Neves, só uma escorregadela deste lhe possibilitará o título, pese tenha que jogar em Paçô, conjunto mais modesto nos lugares mais baixos da tabela. Já o Barroselas tem missão mais complicada, embora jogue em casa com Vila Fria e possa vencer, teriam que perder os outros dois ou pelo menos o Limianos e o Neves empatar.
Contas complicadas para o Barroselas e mais acessíveis ao Neves. Em suma, vitória do Neves garante-lhe o título. Não vitória do Neves e triunfo do Limianos, é este clube que fica com o ceptro. Pode dar-se o caso de empates pontuais em pares ou a três. Se os três ficarem empatados é campeão o Limianos. Empate entre Limianos e Neves é esta equipa campeã; se for entre Limianos e Barroselas, os de Ponte de Lima seriam campeões; finalmente, empate entre Barroselas e Neves, então o campeão seria o Barroselas. A classificação do mini campeonato a três: Limianos, sete pontos; Barroselas, cinco e Neves, quatro. Ou seja, o pior entre o trio é o que reúne melhores condições para se sagrar campeão.
A prova termina com um dérbi do Vale, nas Caldas, entre Desportivo de Monção e Cerveira, com ambos os conjuntos com lugares finais já atribuídos, o quinto aos da vila das artes e o décimo segundo aos monçanenses, pelo que apenas se jogará pela honra e dignidade, com o Moreira a jogar no Ancorense em luta pelo sexto lugar final com este adversário, tendo os moreirenses dois pontos em vantagem no início do jogo.
Pesem outros jogos de interesse, os mencionados bastarão para aquilatar a importância da jornada derradeira que animará a tarde de Sábado. É pena que à mesma hora se decida o campeão de Espanha!
Ao contrário dos Juniores, está tudo decidido nos títulos de Juvenis e Iniciados da I Divisão Distrital, pelo que a penúltima ronda já serve, na íntegra, para cumprir calendário. Em todo o caso, a tarde de Sábado traz-nos um Cerveira/Ancorense, em Juvenis, para a festa no Rafael Pedreira, após o triunfo na Correlhã, que lhe garantiu o título de campeão, em face do empate do Moreira no Vianense, sendo que os canarinhos, amanhã, se despedirão dos seus adeptos frente à Correlhã, tentando ainda saltar um lugar na tabela.
No respeitante às séries de permanência, o Desportivo de Monção, em Juvenis, necessita de um ponto para assegurar a manutenção, embora tenha deslocação a Guilhadeses, primeiro classificado, enquanto o Ponte da Barca, o adversário nesta luta directa vá até Vitorino de Piães, com vida mais facilitada, sendo que a decisão até poderá nem ficar já concluída.
Em Iniciados, o Moreira já despromovido recebe o Guilhadeses e poderá levá-lo consigo em caso de vitória, o que Artur Rego agradecerá pois nem precisaria de pontuar frente ao Torre, primeiro classificado, mas mesmo assim ainda tem esta possibilidade, bem como o jogo derradeiro, pelo que as contas se complicam para a turma arcuense.
Fechadas estão também as contas na II divisão de Iniciados, com as promoções de Ponte da Barca e Âncora Praia, restando ao Desportivo de Monção a manutenção do terceiro lugar nesta deslocação a Chafé e esperar por um “convite” fruto de alguma desistência.
Finalmente um meio término ao futebol de sete, a uma segunda fase que ninguém conseguiu ainda entender, com equipas e séries a findar e outras a folgar até ao fim-de-semana seguinte, justificadas pelo III Torneio da Euro cidade. Até por aqui se nota a extrema atenção que a Associação dá à modalidade, preterindo-o em função dum torneio, apesar da importância que o mesmo possa assumir!
E depois, curioso, uns jogos são adiados porque o Valenciano pediu adiamento e outros adiam-se “em nome da verdade desportiva”. Talvez ficasse mais pomposo “em nome da importância e do interesse da verdade desportiva”. Será que a verdade desportiva consiste em adiar os jogos na mesma série e iniciar um às 10 e outro às 11 horas? Ou seja, dar início a um depois de terminado o outro?
Verdade, verdade é que, além da festa do futebol nacional, há muitos outros interesses ainda neste penúltimo fim-de-semana desportivo da época. Evitando Domingo, regressaremos Segunda-feira para dar conta.