Antevisão à jornada de 16/17 de Janeiro

Vai chegar um fim-de-semana com pausa nos nossos campeonatos distritais para dar lugar à Taça, segunda competição, em termos de importância e interesse, na Associação Vianense. Já pelos nacionais, amador e profissional, lá teremos mais uma ronda, carregada de emoções como o serão todas, a partir de agora, cada vez mais em crescendo, até à apoteose final ou ao esboroar de todas as desilusões pela época não conseguida em termos de objectivos traçados.
A Taça costuma ser fértil em surpresas e com quase todos os conjuntos em prova – excepção para a lanterna vermelha da principal divisão, Moreira do Lima, único afastado – o grau dessa probabilidade até pode ser elevado. Outrossim, haverá ainda uma certa apetência e ansiedade pelo surgimento dos ditos “tomba gigantes”, que já aconteceu com o Távora, na pré-eliminatória.
Iniciemos pelas nossas bandas onde apenas dois emblemas defrontam clubes do mesmo escalão: Melgacense em recepção ao Moreira e Longos Vales, ao Fachense, com favoritismo para os clubes fora da terra de Deuladeu, mas propensos, naturalmente, à surpresa. Os restantes terão desafios mistos, com o Desportivo de Monção na recepção ao Darquense, obrigando-se, pelo estatuto e objectivos, a evitar a surpresa, deslocando-se o Valenciano ao terreno afecto ao Cardielense, como as mesmas intenções e o Raianos terá confronto difícil, em sua casa, diante do Vitorino de Piães, sendo candidato a “tomba gigantes”.
Entre equipas do escalão principal contabilizamos tão-somente dois encontros, aliás ainda verificados há escassos dias: Cerveira/Chafé, com triunfo retumbante dos da vila das artes e expectável na sua repetição, e Lanheses/Courense, ainda fresco do passado Domingo, em que os anfitriões obtiveram também vitória por dois a zero. Todavia, não haverá que esquecer a velha máxima que “não há dois jogos iguais”, e assim sendo manter-se-á a incerteza no desfecho da eliminatória.
Por seu turno, serão três os confrontos entre equipas do escalão secundário, pois aos já citados Melgacense/Moreira e Longos Vales/Fachense há que aliar um grande duelo entre Távora e Âncora Praia, dois emblemas que lutam, tenazmente, pela promoção e os da beira-mar já “pregaram” uma partida no Monte Aval.
Por exclusão Matemática, serão onze os duelos entre conjuntos de escalões diferentes, assumindo três deles um especial estatuto de dérbi, com a particularidade dos primodivisionários serem anfitriões e, por isso, em redobrado favoritismo: trata-se de Ponte da Barca/Gandra, o líder e um dos últimos da tabela; Correlhã/Bertiandos, em idênticos lugares da tabela nos respectivos escalões; um Campos/Lanhelas, não mesmos atraente e emotivo que os anteriores.
Dos restantes, menção ao Arcozelo/Vila Franca, até como teste aos limianos no promissor regresso ao campeonato dos maiores e ainda ao Arcos/Ancorense, pois os da beira-mar anseiam também a promoção. Já o Vila Fria, com prestação altiva, não deverá ter grandes dificuldades diante da lanterna vermelha, Castanheira, pautando-se ainda por equilíbrio o jogo Paçô/Perre, com os anfitriões mais interessados na manutenção. Resta um Anais/Castelense, se a “Cegonha” possibilitar melhores condições ao campo, entre duas equipas habituadas a esse tipo de piso, embora a diferença de estatuto seja substancial.
Como se depreende, dezasseis encontros para todos os gostos e à espreita da surpresa onde menos se possa esperar que ela surja.
Pelas provas nacionais, o campeonato Portugal Prio terá a penúltima ronda da fase, onde tudo poderá ficar decidido ou adiado para a derradeira jornada. Para os dois lugares que garantem segurança total em evitar a despromoção, realce ao Bragança/Pedras Salgadas, cuja vitória anfitriã lhe garante um desses lugares, mas o empate adiará a decisão até ao Sábado seguinte, tendo o Limianos a “chave” para o outro lugar, que só entregará se for vencido, em casa, pelo Vilaverdense, mas também manterá intenção em amealhar pecúlio para uma segunda fase mais tranquila.
Luta intensa registar-se-á no dérbi entre Vianense e Neves, cada qual mais “esfomeado” que o outro, correndo ambos riscos sérios, pelo que se digladiarão na capital do distrito e não deverão extrair grandes benefícios do restante par de jogos, pelo menos do Marítimo/Argozelo, pois os pontos beneficiarão qualquer deles em prejuízo do par vianense. Talvez o Mirandela/Camacha possa trazer alguma esperança se os da terra quente não forem surpreendidos, Contanto, porém, que os vianenses mudem eles também de atitude, pois pouco valerá pedir aos outros que vençam os madeirenses se eles próprios se deixam vencer por eles.
Na passagem para o futebol profissional, a II Liga apresenta-nos uma jornada aparentemente calma, ou seja, sem embates entre aqueles emblemas que poderão permutar entre si em resultado do jogo. Tal não significa que os da frente se mantenham tal como se encontram, mas surgem como favoritos nos encontros. Assim, o Chaves, anfitrião da Covilhã, mantém esperança em continuar na “prata”, tal como os seguidores, mas há que atentar que Freamunde se desloca ao Varzim, sempre difícil de bater em casa, e o Feirense viaja até às Aves, que pretendem “voar” mais alto. O “galo” de Barcelos, mais confiante que nunca, será anfitrião do vizinho Braga e pelos dois jogos anteriores o Gil Vicente tem expectativa de entrar nos promovíveis., enquanto o Portimonense também anseia vitória em Viseu para se chegar lá para as beiras da “porta”. O líder Porto será anfitrião dos açorianos e espreita o regresso aos triunfos e conservação da liderança com vantagem.
Pela NOS, logo após os quartos da Taça que a confirmam no Norte, o Sporting jogará na expectativa de colher mais que três pontos, pois abrirá a jornada, esta Sexta, diante da lanterna vermelha, Tondela, no seu covil, sendo, teoricamente, o encontro mais fácil, mas também será a surpresa mais apetecível a Dragões e Águias, de quem o Leão espera tropeções. Da Águia, todavia, não é esperado que venha a sofrer com “canarinhos”, ainda que na “gaiola” destes, pois o Estoril não reúne argumentos para o Benfica, em maré bem alta, ao passo que o Dragão terá que enfrentar a “espada” do Conquistador, na cidade-berço, onde nem sempre se tem sentido bem. Ou será que a propalada “entronização” de Sérgio no Dragão é “jogada analgésica” ao ataque vitoriano?
Jogando pelos fundos da tabela e partindo do pressuposto da continuidade da lanterna vermelha, o Boavista, com absoluta necessidade de pontos, só na noite de Segunda-feira entrará em acção, no seu reduto, diante dum difícil Setúbal e após conhecer o desfecho do Académica/Paços de Ferreira, encontro também pouco acessível aos “estudantes”.
Entre as duas metades da tabela, ou seja, mais pela Europa vs evitar descidas, destacam-se o Rio Ave/Belenenses, mais propenso aos vila-condenses em caudal elevado; Arouca/Moreirense, também favorável aos arouquenses apesar do esforço no jogo da Taça; Nacional/Braga, em circunstâncias idênticas nos jogos da Taça, embora os madeirenses tenham menos tempo de recuperação, compensado pelo factor casa em equilíbrio compensatório para um duelo de prognóstico imprevisível. Resta à ronda um dérbi madeirense entre Marítimo e União da Madeira, próximos em distância quilométrica e não muito afastados na tabela pontual, o que confere ao jogo um clima de atractividade, tal como toda a jornada inaugural da segunda volta do campeonato.
Uma pincelada final para mencionar mais uma jornada matinal de Sábado, com a nona em Futebol de Sete, disputando-se mais uma jornada nos campeonatos distritais de futsal, sem evidência de jogos decisórios, tal como de diminuta importância os jogos da Taça de Portugal dessa modalidade, pois não se vislumbram grandes surpresas dado o desnível dos oponentes. O Basquetebol continua em pausa total e o Hóquei reservou lugar à Taça, sem intervenção dos primodivisionários nem qualquer conjunto da nossa área.
Resta então mais uma jornada nos dois campeonatos nacionais de Juniores, que vão caminhando para o final desta fase, residindo o interesse apenas na designação de um clube da II divisão a seguir em frente, bem como mais uma jornada nos vários campeonatos distritais de formação, onde realçamos o jogo “chave” do título de Juniores, entre Cerveira e Barroselas, na vila das artes.Se tiver oportunidade, não deixe de o seguir. Este como tantos outros, e ainda terá ocasião para festejar Santo Amaro, por estes dias.