Antevisão à jornada de 15/16 de Março

Embora o fim-de-semana ainda não tenha chegado, já há muito fervilha em termos desportivos. Ainda os jogos não tiveram início e já alguns estão a ser “jogados” há vários dias. Ainda o apito inicial vai demorar longas horas e já os “apitos” foram trocados.
O Sporting/Porto só terá lugar lá para final da tarde de Domingo, mas já há muito se joga pelos bastidores e, com toda a certeza, irá prolongar-se para além do apito final de Pedro Proença, se ficar por esta segunda opção como árbitro do clássico. O segundo lugar do campeonato passa por Alvalade, num jogo a que se pretendem ligar milhões e que poderá servir de consolação ao Dragão, após tantos dissabores, e de honra ao Leão, agora que se julga ter sido afastado, propositadamente, da “pole position”.
Indiferente ao desfecho, já que pouco ou nada lhe interessará o resultado, a Águia sobe a palco na noite de Segunda-feira, na Choupana, onde curiosamente os outros “grandes” ainda marcarão presença, tentando averbar mais um triunfo e prosseguir a marcha triunfante, embora o Nacional vá tentar complicar a tarefa pois o destino Europa ainda não está completamente garantido. Aliás, o leque dos potenciais candidatos a este rumo está alargado, sendo o jogo de abertura, já nesta Sexta, entre Académica e Braga, um dos mais interessantes e expectantes.
Continuando pelos nacionais, em seniores, haverá uma finalíssima para o Valenciano, pois, quer se queira quer não, concorde-se ou discorde-se, ou ganha ao Pedras Salgadas ou corre os mais sérios riscos de não conseguir evitar a descida aos distritais, sendo que o empate poderá ser bastante curto para atingir esse mesmo objectivo.
O trio de encontros restantes engloba, desde logo, um Fafe/Vianense, o de mais aparente tranquilidade, por enquanto, podendo servir de grande conforto aos fafenses, em caso de vitória com o consequente tremelicar dos vianenses, havendo ainda um Mirandela/Santa Maria, sendo mais cómoda a situação dos transmontanos, terminado como um Ninense/Vilaverdense, um duelo importante e decisivo para os famalicenses, pois poderão confirmar, em definitivo, a lanterna vermelha com um triunfo forasteiro.
Já agora e numa pincelada pelo grupo de subidas, os dois companheiros da série A, Limianos e Bragança voltam a encontrar-se, no Cruzeiro, residindo no encontro uma oportunidade para os minhotos alcançarem a primeira vitória, sendo mais relevantes para a liderança, por ora, o Guimarães B / Freamunde, caso em que os conquistadores se poderão aproximar da dianteira ou permitirem a manutenção da invencibilidade e ou fuga dos “capões” de Freamunde. Em paralelo e em espreita, o Boavista, vice-líder e com mais um ponto que o adversário, vai de abalada até S. João de Ver, num encontro em que os são-joanenses também pensarão em permutar com o adversário, sendo ainda interessante o Vizela /Cesarense, mormente para os anfitriões que poderão saltar mais um degrau e deixar os homens de Cesar “colados” ao fundo.
Em passagem agora para os distritais, na I divisão falaremos em miscelânea de jornadas, já que se disputarão os dois jogos em atraso da oitava ronda, invertendo-se, por isso, os confrontos de Campos e Melgacense, que repetem o factor casa da semana anterior, com a visita do vice-líder Correlhã ao 1º de Janeiro e o Ponte da Barca à terra de Inês Negra.
As atenções da ronda continuam, no entanto, em torno da liderança, não com o intuito de verificar a manutenção do Cerveira senão a sua invencibilidade. Apos triunfo claro em Monção, à equipa ada vila das artes cabe agora receber o Vila Fria, quinze dias depois de se terem encontrado no terreno dos vilafrigidenses e sem que as escaramuças tenham sido esquecidas. No entanto, afigura-se que o Cerveira irá manter o seu duplo estatuto de líder e invicto e gostaria mesmo de alargar o fosso à custa do seu conterrâneo, Campos, pois era sinal que os do 1º de Janeiro pontuavam. E mesmo o Desportivo de Monção agradeceria, já que um triunfo (ou empate que fosse) frente aos cornelianos, poder-lhe-iam facilitar a chegada ao pódio, contanto que conseguisse, da sua parte, resolver a questão em Paredes de Coura, o que também se não afigura fácil, atendendo aos bons préstimos do Courense nos seus domínios.
Para estes lugares de pódio, trona-se importante também o encontro de Melgaço, mormente para os forasteiros pois o atraso pontual poderá ser superado com uma vitória e os jogos em atraso, mas o Melgacense também sentirá necessidade de averbar mais algum ponto para evitar sequência negativa prolongada, além do Bertiandos/ Atl. Arcos, com os arcuenses a tentarem manter o lugar de pódio e confirmarem o conjunto anfitrião no lugar de lanterna vermelha, mas merecerá ainda atenção acrescida um Castelense/Vitorino de Piães, empatados ex-aequo no quarto posto, bastando este pormenor para a importância do jogo, já que no Lanheses/Neves intervém dois candidatos apenas a lugares de meados da tabela.
Importante, importante será o jogo que opõe Moreira de Lima ao Darquense, espaçados por um ponto, bastando o facto que um deles descerá de divisão. Será preciso apresentar mais algum argumento?
Na divisão secundária, os “P” – Perre e Paçô – sentem a ameaça perigosa de Vila Franca e Távora, já que os adversários não são dos mais cotados e, por isso, perfeitamente ao alcance de uns e outros, independentemente dos locais dos jogos. Teoricamente, será mais facilitada a tarefa dos homens da terra das rosas que recebem o Castanheira, em maré baixa, mas as Águias do Souto, mesmo em casa, estão perfeitamente ao alcance dos tavorenses, que alegam ainda terem o Tribunal em seu favor. E para não serem totalmente surpreendidos, o Paçô quererá ganhar ao Moreira, embora o conjunto do Gadanha não se predisponha às mesmas facilidades de há quinze dias na Tomada, enquanto o Perre terá missão difícil em Arcozelo, sendo que este conjunto descolará do pelotão da frente se não inverter a derrota.
À espreita, numa segunda vaga, estão Raianos, com tolerância de menos que zero perante a recepção ao Lanhelas, que até deu um empurrãozinho na passada semana com o empate imposto ao Paçô, e bem assim Caminha e Chafé, que se defrontam, na foz do Minho, num desafio em que se atrasará um ou ambos.
E como não há descidas, não arrepiando o último lugar, restam dois encontros sem stress entre equipas sem aspirações aos objectivos de subida, senão pela arrumação em lugar mais cómodo: referimo-nos ao Darquense B / Fachense e ao Gandra/Ancorense, para encerrar uma jornada que começará a seleccionar os lugares de discussão. Bem-vinda seja.
Em despedida, breve referência ao Inatel, esperando que Longos Vales compareça ao jogo com o Anais, até para ser reconhecido, independentemente de não conseguir já arrecadar a Taça Reconhecimento, mas pelo menos aproveita a oportunidade para um trino com vista à Taça Distrital.
Para o campeonato, poderemos ter mudança de liderança, o que o campeão em título e actual líder não desejaria. Ora, se essa vontade lhe for feita, então Cardielos e Cabaços ficarão por um empate; caso contrário, a vitória de qualquer deles condu-lo ao primeiro posto, deixando o outro no último. Aconteça, porém, o que acontecer, a certeza é que novas mudanças surgirão nas rondas seguintes.
São essas alternâncias que fazem o futebol atraente e pleno de emoções, as quais gostamos de acompanhar nesta rádio de campeões.