Antevisão à jornada de 1/2 de Março

Dizem que “é Carnaval e ninguém leva a mal”. Em brincadeiras, talvez o provérbio se aplique, mas em matéria desportiva competitiva poderemos estar convictos que alguém tolere ou entenda um fracasso de resultado como “partida” carnavalesca. Seja como for, mesmo em tempo de Carnaval, a actividade desportiva vai encher de emoções este tempo destinado ao folguedo, restando saber se algum ou alguns resultados também contribuirão
para ambientar melhor esse período.
Começando pelo campeonato maior, o líder Benfica desloca-se ali bem perto de casa até ao Restelo, não com intenção de sofrer alguma indigestão de “pastéis de Belém”, senão tentar inverter o desfecho da primeira volta de forma a continuar em território firme e seguro rumo ao título, garantindo, minimamente, a distância para o leão, que abrirá as hostes, em termos de “grandes”, na tarde sabatina, em seu covil, com a recepção ao Arsenal do Minho, em maré de chicotada e de fraca colheita, não sendo, quiçá, o jogo ideal para uma estreia com Paixão.
Já o Dragão, num dos períodos menos profícuos não só da época senão da carreira, embora atenuados na tarde de ontem com a retribuição a Frankfurt do mesmo veneno ingerido na primeira mão, agora em dose mais reforçada, tem teste dificílimo em terras do Conquistador, embora a tradição jogue em favor dos portistas, pois costumam derrubar com relativa facilidade o “Castelo” de Guimarães.
Sem deixar o rasto dos nacionais, frisemos a jornada três de seniores começando por “obrigar” o Valenciano a vencer Santa Maria, uma imposição forçada pelo objectivo permanência, após dois desaires inaugurais, tanto que os três pontos o retiram, de imediato, da zona proibida em permuta com o seu adversário, aguardando-se ainda o desfecho entre os dois últimos, exactamente Ninense/Pedras Salgadas, em que o empate talvez fosse o mais agradável já que ambos perderiam pontos e os anfitriões “descolariam” na retaguarda, bem como do embate entre Vilaverdense e Vianense, com tendência ao equilíbrio face às posições na tabela e a resultados semelhantes nos dois encontros anteriores.
Instalados nos dois primeiros postos e com idêntico percurso na fase, Fafe e Mirandela discutirão a liderança da série, sendo que a natural tendência de vitória dos fafenses, pois estão em seu ambiente, lhe possibilitará almofada substancial de conforto.
Na série de subidas, o Limianos dispõe de oportunidade soberana para alcançar a primeira vitória e descolar do seu adversário, Cesarense, que, de momento, são únicos sem pontuar, enquanto o Bragança viaja até ao Afonso Henriques para discutir a subida com o Vitória B, aguardando estes o desfecho do confronto entre dois ainda invictos, Freamunde e Boavista, como os “capões” na liderança e a pretenderem manter o pleno de vitórias. A ronda conclui com um S. João de Ver/Vizela, arrumados na zona dos três pontos.
Passemos agora para as nossas competições regionais, num fim-de-semana “amputado” em termos de jogos, mas em miscelânea de provas, como sejam Campeonato e Taça. Começando por esta última, aí estão as meias, equilibradas, numericamente, em termos de escalões, com os respectivos contendores em posições diferentes. O líder da divisão secundária, o Perre, repete os “quartos” da época anterior onde então lhe coube defrontar também a Correlhã, que, certamente, ainda conserva na memória o afastamento no Olival. Seja por isso, porque prevenida, seja pelo estatuto de escalão superior, os cornelianos terão a final à vista e não quererão falhar, mas os anfitriões também se sentirão motivados, quer pela recordação da época passada, quer pela posição de líder do campeonato.
No outro encontro cabe ao primodivisionário Ponte da Barca a qualidade de anfitrião e à equipa da terra das rosas, Vila Franca, a deslocação às terras da Nóbrega. Trajectos distintos têm caracterizado o percurso de ambos, com os barquenses pautados por alguma desilusão, contrária às “rosas” que vão mantendo o seu perfume quase imaculado.
Conjugando todos os factores, a expectativa é grande em redor de ambos os encontros e a final tanto poderá acolher os dois primodivisionários como os opostos do escalão secundário, no que seria inédito e talvez com honras de Guiness, como poderá ainda ser mista. Certezas sobre os finalistas, apenas uma: divulgar-lha-emos Domingo lá para o meio da tarde.
Aproveitando a pausa da Taça, haverá oportunidade para diminuir o número de jogos em atraso na divisão principal e colocar as contas em dia, na secundária.
Na primeira, o líder Cerveira reduzirá para um o atraso, deslocando-se até Vila Fria, num pelado que é sempre mais complicado, mormente quando o adversário é do quilate dos vilafrigidenses, mas nos da vila das artes continuará a pairar o duplo objectivo: por um lado, a manutenção da invencibilidade; por outro, o ceptro o mais depressa possível, conscientes que uma vitória forasteira arrumará, em definitivo, algumas esperanças soltas que ainda por aí gravitem.
Outro jogo de acerto opõe o Neves ao Lanheses, um encontro entre tranquilos e que não provocará alterações significativas na tabela seja qual for o desfecho da partida.
Já agora na divisão secundária, jogar-se-á o único encontro em falta, onde a liderança poderá sofrer alteração, em caso de triunfo forasteiro, mas a verdade é que os anfitriões também poderão ascender um lugar na tabela. Falamos do Moreira/Paçô, jogo muito importante para as contas finais relativamente à subida, admitindo que poderá ser um encontro com maior número de técnicos por metro quadrado.
E porque o número de encontros é diminuto, cedemos um pouco de espaço para “relatar” outras modalidades ou escalões. Desde logo, uma referência às meias-finais da Taça de Juniores com dois encontros de luxo: Limianos/Cerveira e Barroselas/Ancorense, onde talvez apontássemos algum favoritismo caseiro se se tratasse de campeonato, mas sem arriscar pois reportam-se à Taça.
Empolgante se perspectiva a decisão do título de campeão de futsal em seniores femininos, agora mais acesa que nunca, motivada por uma quebra do Soutelense em oposição a ascensão de Zona Fut e Castanheira, em que ambos se defrontarão na jornada derradeira donde poderá emergir um deles como campeão. Seria fantástico, mas tal só sucederá lá para final da tarde de Domingo se ambos tiverem prestações positivas na jornada de Sábado.
Esclarece-se que à partida apenas Deucriste está afastado, restando Zona Fut e Soutelense em igualdade pontual e o Castanheira com menos um ponto. Ora, na primeira de duas rondas, o Castanheira desloca-se ao Soutelense, enquanto Zona Fut receberá Deucriste. Se os “nossos” arrancarem duas vitórias, aí estará a grande decisão agendada para Paredes de Coura, Domingo, seis da tarde! A ver vamos, se as “meninas” nos merecerão um prolongamento da tarde desportiva!
Já agora, também o Valença HC, em grande no nacional de seniores da III divisão, poderá voltar a contar com a nossa companhia na tarde domingueira, frente ao Académico do Porto, onde esperam manter a invencibilidade e dar um passo gigantesco rumo à subida de divisão.
Em suma e após o exposto, embora num fim-de-semana “amputado” em termos de jogos, mas em miscelânea de provas e modalidades, serão ainda mais amplos os motivos para gerir e acompanhar as grandes emoções nesta rádio de campeões.