Antevisão à jornada de 07/08 de Novembro

Passada mais uma ronda europeia, de sucesso para os “campeões” mas tenebrosa na luta pela “Europa”, mormente para Belenenses e Sporting, com a humilhação deste, e apesar da derrota tangencial, menos prejudicial, do Braga, eis que surge, quase a rondar o S. Martinho, a jornada do fim-de-semana que vai proporcionar uma mescla de sabores excelentes: o da castanha assada com o dos golos, que esperamos em abundância, os quais farão vibrar os corações por esse rectângulo que coincide com o solo luso, com epicentro no nosso rincão geográfico a que damos nome de distrito. Como sempre, é por cá pelas nossas bandas que as emoções se sentem mais, ou pelo menos mais de perto, independentemente dos maiores comentários e “prolongamentos” de jogos, mormente em termos mediáticos, se orientarem por outros lados.
Comecemos pela ronda nona da principal divisão vianense, cheia de encontros de relevo importante, entre os quais os que integram os dois conjuntos da nossa área mais restrita de abrangência: Chafé/Desportivo de Monção e Valenciano/Cerveira serão os jogos de destaque na jornada. Desde logo, porque no primeiro se jogará a liderança, porquanto os líderes monçanenses só têm um ponto de vantagem sobre o adversário, a grande sensação até ao momento, invicta em seu território onde apenas “encaixou” um golo, enquanto os da terra de Deuladeu se mantém como únicos em invencibilidade total. Interessante, naturalmente, seguir este duelo que também poderá ter tendência a empate, o que, sucedendo, manteria os monçanenses na liderança, mas com possibilidade de a vir a partilhar com o Ponte da Barca, caso triunfe na lanterna vermelha, em Moreira do Lima.
Em futebol, nada é impossível e menos ainda quando os “teóricos” o apontam, pois os barquenses parecem ter “ressuscitado” para o título, mas os moreirenses também já aprenderam a ganhar, cumprindo a “ameaça” de Marco Alexandre após o jogo com os monçanenses. Voltando ao Valenciano/Cerveira, damos-lhe muita “carga”, pois já ambos perderam pontos em demasia para o seu estatuto e ambição e a manter essa tendência (caberá ao derrotado ou a ambos se empatarem) a situação complica-se. Deveremos ainda estar atentos às suas trajectórias recentes, que têm sido melhor para os da vila das artes, já que os valencianos provêm dum trio de derrotas consecutivas e seria um “libera nos, Domine” encaixar uma quarta, após as reacções ao desafio anterior.
Valerá a pena seguir estes jogos com atenção e também emoção, tal como os restantes de valor e importância grande, ainda que somente para os melhores postos da tabela, pelo menos por enquanto. Estão neste patamar um Campos/Correlhã, em tranquilidade e sequência na tabela classificativa, tal como um Vila Franca/Vitorino de Piães, com este par mesmo empatado em pontos, numa situação rigorosamente idêntica ao Lanheses/Castelense.
Falta assinalar dois jogos sendo um deles o Arcos/Vila Fria, com os locais obrigadíssimos a vencer não só para começarem a encurtar “terreno” para a dianteira da “corrida”, senão também para evitar queda em lugares de despromoção, onde se encontra o seu adversário, que o ultrapassaria em caso de triunfo, pesem os dois encontros a menos dos arcuenses, concluindo com o Courense/Paçô, em circunstâncias muito distintas, com maior ansiedade dos forasteiros que necessitam fugir ao abismo, ao invés dos anfitriões, em tranquilidade.
A ronda principal será deveras emotiva, mas a secundária não terá menos entusiasmo, começando pelo Ancorense/Melgacense, um dos três jogos onde se disputa a liderança e logo com dois pretendentes à mesma.
Os da terra de Inês Negra têm feito bons resultados fora de casa, mas os da beira-mar têm estado ainda melhores em casa, pelo que a tripla deverá ser arriscada nesta partida, na qual terão olhos especiais o Távora, favorito em sua casa diante dos “canarinhos” de Moreira, que ainda não terão neste jogo o ideal para deixar a lanterna vermelha e o Arcozelo, que viaja até Perre, mas altamente empenhado em manter a sua sinalização de promoção.
Âncora Praia e Anais, a sensação, querem “colar-se” ao leque anterior dos que seguem na sua frente, mas ambos jogarão como forasteiros e em duelos com grau de dificuldade razoável, mormente para os limianos que vêm até ao Lanhelas, onde o conjunto local, apesar de casa emprestada, ainda não permitiu felicidade total, ao passo que os ancorenses se defrontarão em Darque, onde os anfitriões já se deixaram vencer em metade dos jogos. Os monçanenses voltam aos seus domínios e para o Raianos, o jogo diante do Cardielense é decisivo para eventual recuperação, para ter um mínimo exigível de um terço de vitórias, pois caso contrário passará a lutar pela fuga aos lugares do fundo, incompatível com o seu rico historial, defrontando o Longos Vales o Vianense B, que vem de inesperada derrota caseira, mas os sanjoaninos, em seu ambiente, costumam agigantar-se e espreitam a primeira vitória, contanto que mudem de atitude relativamente aos minutos finais.
Gandra/Bertiandos tem a particularidade de ser mais um dérbi limiano, com ambos em relativo patamar de igualdade e do Fachense/Castanheira espera-se todo e qualquer resultado entre dois emblemas que concorrerão para os mesmos objectivos.
Obrigando-nos a reduzir espaço, pelo Portugal Prio, a primeira volta terminará entre “extremos” mas vizinhos geograficamente, Bragança e Argozelo, com tendência à manutenção desses postos, podendo os da capital do nordeste transmontano isolar-se se o Vianense conseguir inverter percursos e travar o Vilaverdense, pois se o não fizer periga a posição. O quarteto do meio defronta-se, ou seja, Limianos/Pedras Salgadas e Mirandela/Neves que poderão permitir algumas mudanças entre eles, sendo possível suceder no jogo do Cruzeiro, pois distam um ponto, mas não entre os outros, cuja diferença de quatro o não permite entre si, mas com os outros. Pelo meio – se o Neves perder – poderá surgir o Marítimo, anfitrião no dérbi insular diante do Camacha, em má posição, pois nem um triunfo lhe permite ascender um lugar que seja.
O futebol profissional da II Liga está entusiasmante na luta pela promoção, mormente após a jornada do meio da semana. Chaves e Portimonense são, neste espaço, os dois posicionados para a subida e ambos jogam em casa diante dos dois últimos, precisamente Oliveirense e Leixões. Serão esse favoritismo e essa situação suficientes? Têm a palavra os imediatos Aves, Atlético e Feirense, cada qual a poder ultrapassar, com os do Norte em seus domínios, apesar do Famalicão ir “avaliar” às Aves e os da Feira a “hospedarem” os de Olhão, já que o Atlético, embora não percorrendo longos quilómetros, sempre terá que ir a Mafra. Já agora para a liderança, que o Porto não perderá, mas quererá manter distanciada em Viseu, o Sporting será anfitrião do Penafiel em “crise avaliativa” de Carlos Brito, não deixando de focar um dérbi sempre apetecível entre Gil Vicente e Varzim.
Pela NOS, o trio de “grandes” jogará Domingo, com o líder Sporting em deslocação a Arouca, mas JJ já foi “avisado” que aquelas terras integram ainda melhor solo que o albanês e tem ainda a vantagem de conhecer os desfechos de Porto, que joga imediatamente antes, diante do Setúbal, no Dragão, estando impedido de deixar fugir pontos, e ainda do Benfica que é o primeiro do trio em acção, recebendo, na “Catedral”, o Boavista, desejando não ser metido no xadrez, mas continuar no voo da “Vitória” mesmo contrariando o PAN.
O outro par da Europa jogará na Segunda-feira tentando obter resultados diferentes, com o Braga na Madeira, pensando não adiar um terceiro encontro ao União, e o Belenenses recebendo a visita do Tondela, em situação muito débil na tabela, podendo mesmo ali deslocar-se como lanterna vermelha se a Académica não perder esta noite de Sexta, na abertura do ronda, na “roleta” do Estoril e o Moreirense ser capaz de obter o primeiro triunfo, que será em casa, diante do Paços de Ferreira, com os castores em busca do prejuízo da semana passada diante dos conquistadores de Guimarães, que terão honras de únicos a jogar no Sábado, no seu “castelo” defronte do Nacional, liderado por um “cortante” Machado que bem conhece as ameias dos cantos da casa vitoriana. Já agora e fica tudo apontado, um Marítimo/Rio Ave, com os vila condenses agarrados ao “bronze” na expectativa que seja um bóia de salvação para não afundar nesse Mar…ítimo.
Rápidas pinceladas para um fim-de-semana em grande, desportivamente. Primeira, para fazer menção de pausa nas competições por pontos nos distritais de formação dando lugar às Taças respectivas, dando nota de alguma saliência em Iniciados, para o dérbi Valenciano/Desportivo de Monção, em S. Pedro da Torre, de imprevisível desfecho, mencionando ainda mais dois interessantes dérbis como Melgacense/Courense e Cerveira/Fontourense, jogando ainda o Raianos, em casa, diante do Âncora Praia, Já em Juniores A, o Desportivo defrontará a Correlhã, nas Caldas, com realce também ao Cerveira/Ancorense.
Segunda, para dar nota de mais uma ronda em Basquetebol inter-regional, em todos os escalões, o mesmo sucedendo no Futsal, com variados jogos a nível distrital e nacional, sem que relevemos sobrevalorização de algum deles em detrimento duma importância fulcral em todos.
Finalmente, o Hóquei em Patins para assinalar, de imediato, o dérbi minhoto com a deslocação do Valença H C ao Famalicense, num jogo importante para os valencianos, registando outro dérbi minhoto como é o Taipenses/Barcelos e a acção dos dianteiros, com o Espinho em tarefa mais acessível, a defender a liderança caseiramente diante do Infante Sagres, enquanto os Carvalhos viajam até Paços de Ferreira.
Com ou sem surpresas, surpreenda-se com toda esta variedade imensa durante mais um fim-de-semana.