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Monção/Melgaço

Alvarinho: Nova queixa apresentada em Bruxelas coloca sub-região em alerta

8 Outubro, 2014 - 08:29

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Presidentes da Câmara de Monção e de Melgaço vão reunir esta semana com Secretário de Estado da Agricultura e com especialista em Direito Comunitário.

A sub-região de Monção e Melgaço está de novo em alerta. O presidente da Câmara de Monção revelou na última reunião do executivo que um produtor da região dos Vinhos Verdes terá pedido a intervenção da Comissão Europeia para pôr fim ao que considera uma desigualdade entre viticultores. Em causa está a legislação que concede, em exclusivo, a Monção e Melgaço o direito a usar a designação “Vinho Verde Alvarinho” nos rótulos. O gesto, por si, não é novo. Já no passado mês de Julho outros produtores fizeram o mesmo. A diferença é que esta investida surge depois da garantia dada pelo Ministério da Agricultura de que a exclusividade vai, para já, manter-se. O autarca de Monção, Augusto Domingues, revelou que vai reunir com o Secretário de Estado da Agricultura já na próxima sexta-feira. “Há que intervir imediatamente para não sermos comidos por papalvos. Na quinta-feira, eu e o meu colega Manoel Batista [presidente da Câmara de Melgaço] vamos a Coimbra falar com um especialista em Direito Comunitário. Já marcámos também uma reunião com o Secretário de Estado da Agricultura. Vai realizar-se sexta-feira, às 17h00, em Lisboa”, disse o edil socialista.
O PSD de Monção mostra-se mais pessimista em relação à manutenção desta exclusividade. A vereação ‘laranja’, pela voz de João Garrido, preferiu apresentar desde já soluções para o caso de dar-se o alargamento da denominação exclusiva do Alvarinho a toda a região dos Vinhos Verdes. “O que terá se ser feito poderá passar por algo que diferencie o vinho Alvarinho da sub-região de Monção e Melgaço no contexto da região dos Vinhos Verdes. Recordo-me de um decreto-lei bastante antigo, de 1972 ou 1973, que permitia que o Alvarinho da sub-região de Monção e Melgaço usasse um selo diferenciador. Se calhar está na altura de voltar a pegar nesse tema”, sugeriu.
O vereador pelo CDS também se mostrou apreensivo em relação a continuação da exclusividade. Deputado na Assembleia da República, Abel Batista alerta que este cenário pode mudar em breve. “Há questões para as quais nós não temos armas. Temos de ter os aliados certos. Neste momento, o Ministério da Agricultura deu a garantia de que nada alteraria relativamente à actual situação do Alvarinho. Mas, da forma como as coisas estão a evoluir, não será difícil de prever que isto não vai manter-se”, avisou Abel Batista.
A produção de vinho Alvarinho movimenta dois mil produtores e engarrafadores dos concelhos de Monção e Melgaço, num volume de faturação anual que ascende a 25 milhões de euros, sendo mesmo uma das uvas mais caras do país.

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