O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho admitiu hoje que uma possível fusão das quatros empresas de distribuição de água no Norte será positiva se o “fator escala” permitir reduzir as tarifas aos consumidores.
“Julgo que é positivo, porque vai dar a possibilidade de praticar tarifas mais baixas através de alguma solidariedade regional. A esse nível, terá consequências positivas para a população, pelo menos em teoria”, afirmou à Agência Lusa Rui Solheiro, presidente daquela CIM.
Atualmente, os dez municípios do distrito de Viana do Castelo, assim como os do vale do Ave e Cávado (distrito de Braga), pagam 51 cêntimos por cada metro cúbico de água fornecido em alta pela Águas do Noroeste, uma das quatro empresas de abastecimento de capitais públicos do Norte.
“Não conhecemos a forma como poderá ser feita essa fusão, mas certamente que vamos estar atentos e com a convicção que se for aplicada, pela dimensão que vai dar à nova empresa, levará a uma redução das tarifas no distrito de Viana do Castelo. O objetivo só pode passar pela redução das tarifas”, sublinha Rui Solheiro.
Na região Norte há quatro sistemas intermunicipais de água e saneamento, cujos capitais são maioritariamente detidos pela Águas de Portugal, tendo os municípios posições acionistas minoritárias.
As sociedades que o Governo alegadamente pretende fundir, passando a ter uma gestão única, são a Águas Douro e Paiva, a Águas do Noroeste, a Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Simdouro.
Entretanto, os dez municípios que integram a CIM Alto Minho estão já a preparar um modelo próprio para a distribuição de água em baixa (diretamente aos consumidores), que passará pela criação de Serviços Intermunicipais, de forma a diminuir os custos do processo.
“No dia 05 de abril vamos reunir com a empresa Águas de Portugal para, precisamente, apresentar essa nossa solução”, sublinhou Rui Solheiro.
O objetivo passa por aproveitar a estrutura já existente no município de Viana do Castelo, o único com serviços do género, “para se evoluir para uma lógica de distrito”.
Atualmente, nos dez municípios, o abastecimento de água envolve 250 trabalhadores. No entanto, os futuros Serviços Intermunicipais poderão funcionar com cerca de 200, levando o serviço técnico 24 horas por dia a todo o distrito, que não existia antes em alguns dos concelhos.
A fusão dos dez serviços municipalizados numa única estrutura de abrangência distrital é justificada para eliminar o subsídio gasto pelas câmaras para manter as taxas nos atuais níveis.
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