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Valença/Tui: “Portugal não é só Lisboa e Espanha não é só Madrid!”

29 Maio, 2020 - 10:57

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“Portugal não é só Lisboa e Espanha não é só Madrid!”. Em tom firme, o presidente da Câmara de Valença, Manuel Lopes, voltou a enviar esta sexta-feira recados aos Governos dos dois países vizinhos reforçando assim o protesto dos territórios de fronteira alto-minhotos e galegos perante fronteiras que teimam em permanecer fechadas.

“Nos últimos dias, o Governo português tem sido questionado através dos deputados na Assembleia da República sobre o controlo da fronteira entre Portugal e Espanha, solicitando-se a sua reabertura”, recordou Manuel Lopes na tomada de posição conjunta dos concelhos de Valença e Tui, durante a manhã, junto à ponte centenária que une as duas localidades.

 

Manuel Lopes: “Não estamos a solicitar trabalho aos nossos governantes! Estamos apenas a pedir que nos deixem trabalhar!”

 

Ato contínuo, o autarca valenciano apontou baterias para Madrid. “O presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, comunicou a 22 de maio que as fronteiras iriam permanecer fechadas até 15 de julho. Quatro dias depois, no dia 26 de maio, o mesmo Governo defende uma abertura coordenada das fronteiras não só entre os dois países mas também por regiões! O mesmo Governo… o mesmo partido… duas ideias diferentes em menos de uma semana”, atirou Manuel Lopes.

Realçando que o sul da Galiza e o norte de Portugal encontram-se agora em situação epidemiológica “muito semelhante”. “Não há explicação para filas de trânsito de ambos os lados da fronteira com quilómetros de comprimento e longas horas de espera”, lamentou o presidente da Câmara português apontando as centenas de trabalhadores transfronteiriços que “deixam quase a totalidade do ordenado na bomba de gasolina”.

“Não estamos a solicitar trabalho aos nossos governantes! Estamos apenas a pedir que nos deixem trabalhar!”, exclamou.

Novamente virado para os Governos de ambos os países, Manuel Lopes questiona mesmo se têm o real conhecimento das dificuldades que atravessam o comércio, a indústria, a hotelaria e a restauração. “Têm os nossos governantes algum plano de apoio à atividade económica destas regiões? De certeza que não”.

“Nós os responsabilizaremos no futuro se não acudirem com medidas especiais para estas regiões. O Norte de Portugal não vive sem a Galiza e a Galiza não vive sem o Norte de Portugal!”, sublinhou. “Os nossos governantes serão responsabilizados na sua totalidade pela perda de emprego dos tabalhadores transfronteiriços, pelas perdas económicas que têm devastado as famílias, as indústrias e o comércio”, avisou Manuel Lopes.

“Para bem de Portugal e para bem de Espanha, abram as fronteiras de imediato!”, concluiu o presidente da Câmara de Valença.

 

Cabaleiro: “Estamos numa situação muito crítica!”

 

Em total sintonia com o autarca valenciano, o alcalde de Tui apelou também a ambos os governos para “agilizar as medidas de reabertura das fronteiras”. “Isto está a causar um grave prejuízo à nossa economia e aos trabalhadores transfronteiriços”, alertou Enrique Cabaleiro.

“A manutenção de uma única passagem aberta entre as duas regiões está a provocar muitas filas de trânsito. A fácil mobilidade de pessoas e de veículos é um fator do qual precisamos para a recuperação económica”, considera o autarca tudense.

“Estamos numa situação muito angustiante! Muito crítica!”, classificou Cabaleiro. “Os territórios transfronteiriços têm caraterísticas muito próprias e a nossa viabilidade económica depende em grande medida dos clientes de um e do outro lado da fronteira”, apontou.

controlo das fronteiras terrestres com Espanha está a ser feito desde as 23h00 dessa data em nove pontos de passagem autorizada, devido à pandemia da COVID-19.

Os pontos de fronteira em funcionamento são Valença-Tuy, Vila Verde da Raia-Verín, Quintanilha-San Vitero, Vilar Formoso-Fuentes de Oñoro, Termas de Monfortinho-Cilleros, Marvão-Valência de Alcântara, Caia-Badajoz, Vila Verde de Ficalho-Rosal de la Frontera e Castro Marim-Ayamonte.

No âmbito do controlo das fronteiras, estão impedidas as deslocações turísticas e de lazer entre os dois países, sendo apenas permitida circulação de transportes de mercadorias e de trabalhadores transfronteiriços.

A conferência de imprensa vai ter lugar a meio da ponte centenária. Está marcada para as 10h00 (hora portuguesa).

 

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