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A Comissão Política Concelhia do PS Valença acusa o líder demissionário daquela estrutura, António Dias, de estar a “vitimizar-se” e de “desrespeito contínuo pelos estatutos e órgãos do partido e aos conflitos que o próprio gerou”.
Em comunicado, aquela estrutura reagiu às recentes declarações do ex-dirigente proferidas aquando a sua demissão e também aos microfones da Rádio Vale do Minho, esta segunda-feira, durante uma manifestação contra a empresa Águas do Alto Minho (AdAM) em frente à Câmara Municipal de Valença.
“O conteúdo do comunicado, divulgado a 10 de março, outro intuito não teve que a vitimização de António Dias, quando, na verdade, a sua demissão se deve ao desrespeito continuo pelos estatutos e órgãos do partido e aos conflitos que o próprio gerou”, referem desde logo os socialistas de Valença.
Adulteração de reuniões
Eleito líder da concelhia em fevereiro do ano passado, António Dias deixa para trás escassas recordações positivas entre os militantes do concelho. “A curta liderança de António Dias à frente do PS Valença foi fechada sobre a sua própria personalidade e a ambição desmedida a uma candidatura à Câmara Municipal”, lê-se no comunicado da concelhia que acusa mesmo o antigo líder de “adulterar” as reuniões periódicas.
“Apesar da obrigatoriedade de reunir a Comissão Política Concelhia a cada três meses, a mesma apenas reuniu uma vez, a pedido da maioria dos seus membros, preocupados pela inatividade da estrutura. A este propósito, importa mencionar
que a Ordem de Trabalhos foi adulterada, tendo-lhe sido acrescentados dois pontos, que redundavam numa imposição de António Dias como candidato do PS à Câmara Municipal de Valença. Nesta mesma reunião, António Dias e a Mesa impediram qualquer indicação e votação de outro nome a candidato à Câmara Municipal”.
Só que, nessa reunião, “a maioria dos seus membros propôs outro nome para candidato à Câmara Municipal de Valença pelo PS, nome esse consensual entre militantes e simpatizantes socialistas e por muitos valencianos em geral”. Algo que, evidentemente, não agradou a António Dias.
“Até à data, nunca foi apresentada, de forma oficial ou oficiosa, por António Dias, qualquer evidência, escrita ou física, que comprove o alegado apoio, de 70% de militantes, à sua designação enquanto Candidato à Câmara Municipal”, garantem os socialistas valencianos.
Não devolveu as passwords
“Constatando a falta de apoio interno, António Dias serviu-se do Partido Socialista de Valença e da vasta influência da instituição, para desenhar uma rede de contactos pessoais, tendo em vista uma possível candidatura independente”, lê-se.
Sobre demissões ocorridas no Secretariado Concelhio, aquela estrutura garante que são “fruto do desacordo com o rumo a que António Dias conduziu o Partido Socialista e com a sua própria personalidade”.
No sentido de divulgar esta resposta a António Dias, a Comissão Política Concelhia do PS desejou obter as respetivas passwords de acesso não só à página do partido nas redes sociais como também aos e-mails. Mas, contam, António Dias não as deu.
Uma situação que levou os militantes à criação de uma outra página no facebook que terá contado com o apoio de Anabela Rodrigues, atualmente deputada na Assembleia da República. Foi ao princípio da noite desta segunda-feira que a sua antiga página de apoio nas autárquicas de 2017 mudou o nome para Partido Socialista de Valença.
António Dias ter-se-á recusado a devolver as passwords e os militantes criaram nova página no facebook
AdAM? Nada a ver
“A Comissão Política Concelhia do PS Valença reunirá em breve para eleger o seu candidato às eleições autárquicas. Por isso, importa referir que nem o Presidente da Federação do PS Miguel Alves nem a Estrutura Nacional impuseram qualquer candidato pelo PS à Câmara Municipal de Valença. É MENTIRA. O candidato será democraticamente eleito na estrutura local”, reiteram os socialistas de Valença.
A terminar, a estrutura concelhia aborda ainda as declarações proferidas esta segunda-feira por António Dias à Rádio Vale do Minho, onde o ex-líder colocou mesmo a hipótese de o facto de mostrar-se totalmente contra a empresa tenha contribuído para o afastamento da sua candidatura pelo PS à Câmara Municipal de Valença.
Na reação, os militantes garantem que “a sua demissão em nada está relacionada com a AdAM, o que não passa de uma manobra populista já que a posição do Partido Socialista na Câmara Municipal e Assembleia Municipal sempre foi clara e contra a adesão do município a esta empresa, o que, de resto, é facilmente comprovado através das atas dos respetivos órgãos”.
[Fotografia: DR]
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