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António Dias, líder demissionário da Comissão Política Concelhia do PS Valença, considera que – mesmo que o PS vença a Câmara de Valença – “não vai nem pode fazer nada” em relação à Águas do Alto Minho (AdAM). “Porque não pode, nem deixam”, atirou.
O autarca, que agora lidera como independente a Junta de S. Pedro da Torre, marcou presença esta manhã num protesto contra aquela empresa, que juntou quase 40 pessoas em frente à Câmara Municipal daquele concelho.
“Esta questão da água continua a prejudicar Valença e a população é que mais sai lesada nesta situação. Importa perceber agora qual o mecanismo correto para o povo ser ressarcido e o Município possa novamente ter o controlo das águas”, disse António Dias à Rádio Vale do Minho.
Num discurso bastante crítico, António Dias coloca mesmo a hipótese de o facto de mostrar-se totalmente contra a empresa tenha contribuído para o afastamento da sua candidatura pelo PS à Câmara Municipal de Valença.
“Acredito que essa seja uma das razões que ajudaram a conduzir a estes atropelos. Mas o povo estará aí para julgar”, disse.
Questionado se vai avançar como independente à Câmara de Valença, António Dias optou por não responder, pelo menos por agora. No entanto, convidado a imaginar um hipotético cenário em que fosse já presidente da Câmara, teve resposta pronta sobre como agir nesta matéria.
“Esta é uma situação que terá de ser abordada e perceber o melhor caminho que existe para a reversão”, concluiu.
Manifestações em vários concelhos do Alto Minho
Em simultâneo com Valença, decorreram outras manifestações contra a AdAM em vários concelhos do Alto Minho, nomeadamente aqueles que aderiram a esta empresa.
Em Viana do Castelo, foram cerca de 150 pessoas a defender a devolução da gestão das redes de água e saneamento ao município.
Em Caminha, protestos contra a AdAM juntaram dezenas de pessoas nas ruas
[Fotografia: Jornal C]
Protestos também em Ponte de Lima, com cerca de 100 pessoas nas ruas. Em Caminha, onde participaram cerca de 30, em Vila Nova de Cerveira cerca de dezena e meia e nos Arcos de Valdevez, perto de 50. Já em Paredes de Coura, até ao momento, não há registo de qualquer protesto.
A AdAM é detida em 51% pela Águas de Portugal (AdP) e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A nova empresa começou a operar em janeiro de 2020, “dimensionada para fornecer mais de nove milhões de metros cúbicos de água potável, por ano, e para recolher e tratar mais de seis milhões de metros cúbicos de água residual, por ano, a cerca de 70 mil clientes”.
Em janeiro deste ano, a AdAM anunciou o início da regularização de consumos não faturados em 2020, na sequência de erros que afetaram 15 mil consumidores.
A constituição da empresa tem sido contestada por vários partidos e pela população, que se queixam do aumento “exponencial” das tarifas e do “mau” funcionamento dos serviços, reclamando a sua reversão e a devolução da gestão daquelas redes a cada um dos municípios.
[Fotografia de capa: Rádio Vale do Minho]
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