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“Fomos enganados!” – Erro nos casos de COVID custou a Valença “muitos milhares de euros”

10 Dezembro, 2020 - 22:34

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“Infelizmente nestes casos a culpa vai morrer solteira”. O desabafo foi deixado à Rádio Vale do Minho pelo presidente da Câmara de Valença que, mesmo após uma enorme descida de casos ativos no concelho, continua a mostrar-se muito desagradado com uma situação que, considera, prejudicou significativamente a economia do concelho.

Nesta segunda vaga da pandemia provocada pela COVID-19, Valença chegou a atingir 230 casos ativos. Números que preocupavam profundamente a população local e deixavam mesmo os concelhos limítrofes surpreendidos a cada disparo.

Afinal o que se estava a passar? Muitas versões. Mas nenhuma resposta totalmente convincente para justificar tão grande número de casos ativos.

Quando Valença ultrapassou os 200 casos ativos, Manuel Lopes perdeu a paciência. Mostrou-se indignado com valores que continuavam a colocar o concelho em Risco Extremamente Elevado de Contágio. Foi mais longe… e afirmou mesmo que os valores emitidos pela Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) não correspondiam à realidade.

Esta quarta-feira, o concelho desceu no número de ativos. Desceu muito. Uma queda de 102 no número de ativos, passando a 128.

“Eu tinha razão quando disse que os números não eram reais”, disse desde logo Manuel Lopes à Rádio Vale do Minho. “A minha batalha foi, durante estas semanas, ligar a quem de direito para conferir as listagens porque os números não estavam corretos. Eu tenho conhecimento de todos os casos que existem em todas as freguesias!”, contou o autarca.

 

 

Valença prejudicada em “muitos milhares de euros”

 

 

O tempo veio dar razão ao presidente da Câmara. Uma descida gigante no número de casos ativos. No entanto, Manuel Lopes continua a dizer que a cifra atual ainda não corresponde à realidade.

“Nós temos metade dos 128 que atualmente aparecem. São à volta de 60 casos no concelho de Valença”, atirou o edil valenciano que fala num “erro grave” que acabou por prejudicar o concelho “em muitos milhares de euros”.

“Os valencianos ficaram privados de serviços como cafés, restauração, etc. Tiveram de fechar mais cedo e todos ficamos confinados em relação aos concelhos vizinhos que não tinham estes números”.

 

 

“Fomos enganados!”

 

 

“Só tenho pena que existam pessoas que não dão a mão à palmatória e digam que o presidente da Câmara tinha razão. Nem isso foram capazes de fazer!”, lamentou Manuel Lopes apontando também um concelho que sente muito a falta dos vizinhos galegos.

“Sei que em Tui registou-se também uma significativa descida nos casos ativos e poderá existir uma maior abertura nas fronteiras alguns dias antes do Natal”, adiantou o autarca.

Entretanto, no centro do concelho, o comércio local continua a atravessar uma agonia imensa. Estimam-se quebras de vendas a alcançar os 99%. “Aquilo que a mim me custa neste momento é saber que todos fomos enganados durante estas semanas todas!”, exclamou.

 

 

Laranja ou amarelo? “Deviam-no fazer de imediato”

 

 

Com tamanha recuperação, o presidente da Câmara acredita que Valença vai melhorar na escala de Risco de Contágio elaborada pelo Governo. Passará para concelho de Risco Muito Elevado (laranja) ou até mesmo para concelho de Risco Elevado (amarelo).

“Deviam até fazer isso de imediato! Quanto mais não seja para minimizar o grande estrago que já fizeram. Se tivessem uma atenção para com a população valenciana isso até devia ser feito já”, considera Manuel Lopes.

Ficou o desafio ao Governo e, enquanto não há resposta, o Município já tomou medidas. A Feira Semanal e o Mercado vão ser retomados.

“Essa gente também precisa de ganhar dinheiro para comer e têm família para sustentar. O Município está ao lado dos valencianos para ajudar na resolução do problema”, assegurou.

 

 

Governo de Costa “tem os dias contados”

 

 

Instado a avaliar a atuação do Governo de António Costa desde o início da pandemia, Manuel Lopes teve resposta pronta. “É um barco à deriva à procura de uma ilha para naufragar e depois irem todos a nado até à ilha. Este Governo já tem os dias contados há muito tempo. Não há ponta por onde se lhe pegue”, afirmou o autarca social-democrata.

Valença segue agora com 539 casos confirmados, sendo que 128 estão ativos. Há 409 casos recuperados e dois óbitos registados.

 

[Fotografia: Arquivo / Município Valença]

 

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