O presidente da Câmara de Viana do Castelo admitiu, esta quarta-feira, que a venda dos terrenos do Parque da Cidade pela VianaPolis poderá voltar a ser revista em baixa se surgir uma proposta "compensadora".
Os terrenos, junto ao rio Lima e intervencionados pelo Programa Polis, que estiveram há venda há cinco anos por 21,6 milhões de euros, foram revistos este ano para nove milhões de euros, mas esta segunda hasta pública não recebeu qualquer proposta para a totalidade daquela área.
Ontem, na tentativa de vender a retalho por unidades de lotes a VianaPolis esperava arrecadar 11,4 milhões de euros, na totalidade dos grupos disponíveis, mas o leilão também não recebeu qualquer licitação.
A venda das unidades de lotes poderá ser feita, a partir de agora, "em qualquer altura", diretamente pela VianaPolis, mantendo-se os preços mínimos estabelecidos, mas o mesmo poderá não acontecer se algum investidor apresentar uma proposta para a totalidade dos terrenos.
"A sociedade procurará sempre vender nos valores que estão atualmente disponíveis. Se houver uma proposta global, só nessas condições, que seja interessante, próxima dos valores e compensadora face aos custos que temos do serviço da dívida, os acionistas têm que olhar para ela e avaliar", admitiu José Maria Costa.
O autarca de Viana do Castelo falava aos jornalistas no final da reunião do conselho de administração da VianaPolis onde foi analisada a ausência de interessados nos terrenos, o principal ativo daquela sociedade, atualmente com uma divida à banca de 19 milhões de euros.
"Vamos continuar com a promoção, dando nota que estão disponíveis os lotes, mantendo os contactos com promotores para ver se encontramos compradores. É um bom projeto, de elevada qualidade, numa zona de excelência da cidade", admitiu ainda o autarca de Viana.
Em causa estão 63.199 metros quadrados de terrenos para habitação, 1.776 metros quadrados para comércio, 19.526 metros quadrados de estacionamento, além de um lote de 9.496 metros quadrados para construção de um hotel.
A VianaPolis é participada pelos Ministérios do Ambiente e Finanças (60 por cento) e Câmara de Viana do Castelo (40 por cento) e com a venda destes terrenos pretendia "abater" a divida à banca, antes da renegociação que será feita no final do ano.
O autarca José Maria Costa anunciou também que vai pedir uma reunião "com caráter de urgência" à ministra Assunção Cristas, tendo em conta a "necessidade" de renegociar à divida, mas também para pedir "mais apoio" do Estado neste processo.
"Também gostaríamos de ver o Estado mais presente, nestas situação concretas dos seus imóveis, porque o Estado também tem outras condições de encontrar promotores ou fundos de investimento", sublinhou.
Mesmo que a VianaPolis tivesse concretize a venda por cerca de 11 milhões de euros, ainda será necessária uma injeção de entre 5 a 6 milhões de euros por parte dos dois acionistas, conforme admitiu o autarca.
A sociedade VianaPolis mantém-se em funções com o objeto único de demolir os 13 andares do Edifício Jardim, ato que continua a esbarrar nos processos judiciais movidos pelos moradores.
FONTE: "Lusa"
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