Indiscutivelmente, tivemos um grande fim-de-semana prolongado em matéria desportiva, que ainda terá “prolongamento” pela noite de hoje, num dos mais ansiados jogos. E para comprovar a grandeza do mesmo, nada melhor que começarmos por quatro saudações com votos expressos de parabéns a outros tantos clubes dos nossos meandros.
Primeira saudação, ao CD Cerveira pela brilhante conquista da Taça de Honra, Ramiro Marques, com dupla vitória na final, traduzida numa diferença de cinco golos entre o somatório de oito apontados e apenas três sofridos; segunda saudação, ao Valença H C pela garantia já cometida da vitória na Taça do Minho, em Juvenis, estando a consagração marcada para o próximo fim-de-semana; terceira saudação, aos Benjamins da U D Moreira pelo título de campeão no escalão, constituindo um marco histórico por se tratar do primeiro título oficial do clube; quarta saudação, à equipa de Longos Vales, pela conquista da Taça Distrital do Inatel. Por agora, parabéns a equipas técnicas, atletas e directivos, em plano de igualdade a cada qual, sendo a ordem indicada meramente cronológica pelo espaço de tempo em que foram surgindo.
Como se não bastassem as referências e as conquistas supra referidas, as emoções estiveram também em campos distintos e diversos. Na Honra, o Courense não estranhou o regresso ao trabalho após longa pausa e cumpriu os seus deveres de líder, triunfando no sempre difícil recinto da Correlhã, dando a volta a um resultado que começou por ser adverso e mantendo o estatuto de único independente para alcançar a vitória final. O Valenciano, apesar de ter demorado quase sessenta minutos a conseguir concretizar a primeira de duas grandes penalidades com que afogou o Bertiandos, ainda esteve alguns minutos na liderança, mas acabou, tal como começou, a olhar para o degrau acima onde se mantém o rival Courense. Também o Neves, que continua nesta luta pelo “assalto” à coroa, mantém a distância de três pontos nesta acesa disputa, graças à sua vitória caseira sobre o vizinho e rival Vila Fria, conseguida apenas na etapa complementar, quiçá ajustada pelo desgaste físico dos forasteiros. Igualmente o Cerveira saiu vencedor na ronda, conseguindo mesmo o resultado mais volumoso espelhado nos quatro tentos com que respondeu ao atrevimento da vantagem do Vila Franca, que começou vencedor no jogo e terminou, matematicamente, despromovido.
A folga do Paçô foi-lhe fatal e poder-lhe-á ter custado a junção ao Vila Franca, pois o Lanheses não só pontuou senão arrecadou mesmo os três pontos de vitória sobre o Campos, que ainda se manteve empatado durante razoável período, e o Távora garantiu o nulo até final em Vitorino dos Piães, saltando para o lugar imediato à linha de água deixando abaixo desta e para completar, para já, o trio a despromover a turma de Bertiandos derrotada em Valença.
Resta focar o jogo dos mais tranquilos Castelense/Moreira de Lima em que o factor casa deve ter contribuído para o desfecho tangencial de vitória caseira.
Restam quatro rondas e as emoções quer no topo quer no fundo vão subir de tom, entusiasmo e magia.
Numa breve referência à I divisão distrital, o quarteto da frente distanciou-se do resto de eventuais competidores, em mercê das respectivas vitórias. Assim, o Darquense, triunfando por quatro a dois sobre o Vitorino das Donas, mantém-se na liderança e pode encomendar as faixas, tanto que o seguidor imediato, Atl. Arcos, após meia dúzia enfiada à lanterna vermelha Gandra, praticamente lhe confirmando o lugar, folgará na jornada próxima, facto que poderá provocar a aproximação do Lanhelas, que ontem se manteve na corrida após triunfo difícil no Areal, por três a dois, frente ao Raianos, a partir de agora com o quinto posto em risco. Mais fácil, dedutivamente, terá sido o triunfo do Perre, em Moreira, com três golos sem resposta, valendo aos canarinhos o triunfo das Águias do Souto sobre o Chafé, num jogo de cinco golos, sendo mais um para o lado dos anfitriões, para não serem ultrapassados na tabela.
Os dois jogos restantes reportam-se a conjuntos equilibrados pelo meio da tabela, que terminaram com vitórias caseiras de Fachense sobre o Caminha, com dois a zero, e do Ancorense que derrotou o Arcozelo por um único golo.
Frisando a III nacional, assistimos à primeira derrota do Desportivo de Monção em oposição à primeira vitória dos barquenses. Sobre esta última, a única incerteza estava nos números finais conseguidos perante a juventude melgacense. Foram oito apontados, com maior expressão na segunda parte, demonstrativa da debilidade física que se vai apoderando duma equipa que havia feito dois jogos nas setenta e duas horas anteriores. Já os monçanenses entraram de rompante em Merelim, com o comandante Paulo Almeida a sentenciar por duas vezes nos primeiros vinte minutos e depois foram-se paulatinamente apagando até aos cinco averbados, surgindo a primeira derrota desta fase numa expressão dura. O líder do grupo, Maria da Fonte, venceu o Esposende e com os vizinhos de Merelim parecem despedir-se do quarteto rumo à Taça de Portugal, consolo para minorar os fracassos da época.
Na luta dura, o Ronfe foi excepção aos triunfos caseiros, sofrendo três golos dos Caçadores aos quais apenas conseguiu responder com dois, afastando-se perigosamente do trio da frente, “colando-se” a Marinhas e ao “carrasco” Taipas, que avistam já o precipício. Contrariamente, Bragança e Vianense não esbanjaram o factor casa e com um golo cada arrecadaram três pontos, com destaque para os do Vianense frente a Santa Maria, que permitiu a aproximação entre ambos e permitiu aos transmontanos a liderança isolada, na véspera do jogo entre ambos no nordeste, sendo este um encontro charneira para os alto minhotos, logo ao início da segunda metade da competição.
Em dois ou três apontamentos finais, realce ao quinto posto final do Limianos na época de despedida da II divisão, prova que permitiu ao Chaves, no derradeiro encontro, o regresso ao futebol profissional.
Menção renovada à conquista da Taça do Inatel por parte do Longos Vales, só possível após recurso à marcação de grandes penalidades, pois o golo apontado a meio da segunda metade foi anulado a escassos minutos do final pela turma do Calheiros, um encontro que serviu de despedida ao técnico Fernando Guedes dessas funções. A ver vamos se em futuro próximo não teremos por aqui mais um “político”!
Finalmente a abordagem ao campeonato de todas as efervescências. Os sadinos quase estragavam a emoção desta noite na Madeira, nesse ansiado e expectante Marítimo/Benfica, mas o dragão, à última hora, lá conseguiu adiar o desfecho do título, que poderá ficar decidido mais logo nos Barreiros ou, pelo contrário, “incendiado” para 12 de Maio, com nova passagem pela Madeira, onde o Nacional, derrotado ontem em Alvalade, espera recuperar o bilhete para a Europa frente ao Porto.
Esta viagem ganhou novos contornos neste fim-de-semana, que pode ter retirado a última esperança ao Braga derrotado, com Paixão, no Estoril enquanto o Paços, sem apoio mas também sem vaias, se igualou aos vitorianos.
Em luta tremenda pela Europa e não menos empolgante no fundo, restam três rondas a Estoril, Nacional, Marítimo, Sporting e Rio Ave pelo último bilhete disponível; o mesmo número para Beira-Mar, Moreirense e Olhanense, sobretudo estes, não excluindo Académica e Gil Vicente, conseguirem ocupar apenas as três cadeiras disponíveis. Aos outros dois resta-lhe a queda no precipício.
Disponha-se a percorrer connosco o trajecto final até á última decisão.
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