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Parques naturais: 152 euros por um bilhete é “um autêntico disparate” – utentes

25 Abril, 2012 - 12:27

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A cobrança de uma taxa de 152 euros para um passeio em áreas protegidas “é um autêntico disparate” que vai “afastar as pessoas” dos parques naturais, criticou hoje um dos participantes numa iniciativa de protesto na Peneda-Gerês.

A cobrança de uma taxa de 152 euros para um passeio em áreas protegidas “é um autêntico disparate” que vai “afastar as pessoas” dos parques naturais, criticou hoje um dos participantes numa iniciativa de protesto na Peneda-Gerês.

Segundo Rui Barbosa, aquela medida poderá transformar uma simples caminhada num quadro idêntico ao da emigração a salto, “com os amantes da natureza no meio dos montes a fugirem dos guardas, só por eventualmente terem posto o pé em ramo verde”.

“Vamos andar ali a jogar à roleta russa? Não faz qualquer sentido, é um autêntico disparate, e vai inevitavelmente afastar as pessoas dos parques naturais”, sublinhou.

Hoje, cerca de 200 pessoas concentraram-se no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) para uma caminhada de protesto contra aquela taxa, mas que acabou por não se realizar, devido ao mau tempo.

“Não fizemos a caminhada mas o nosso protesto ficou lavrado. E nas próximas semanas, se este problema não for resolvido, certamente que voltaremos a manifestar-nos, porque, repito, é uma medida que não faz qualquer sentido”, acentuou Rui Barbosa.

Na terça-feira, a presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade disse à Lusa que a taxa é um meio de proteger os locais de acesso restrito dos parques naturais e sublinhou que apenas é aplicada a zonas “consideradas de proteção total”.

Segundo Paula Sarmento, a “verificação das condições em que essas atividades de visitação são efetuadas implica a emissão de um parecer e é esse parecer que é referido com o valor de 152 euros”.

Por sua vez, o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território afirma que as medidas de restrição de acesso em áreas protegidas têm como objetivo a manutenção e preservação dos ecossistemas naturais.

“Não temos nada contra a existência de planos de ordenamento, pelo contrário, achamos que são necessários para defender e preservar os parques naturais. Mas cobrar 152 euros por uma ‘entrada’ é perfeitamente inconcebível. Dá a sensação que só quem tem dinheiro é que sabe respeitar a natureza”, criticou Rui Barbosa.

Lembrou que ainda recentemente passou três dias no Parque Natural de Sanabria, em Espanha e pagou 50 euros.

“É mais barato passar três dias em Espanha do que pedir uma autorização para dar uma caminhada em Portugal. Não pode ser”, disse ainda.