Paredes de Coura: Centro de Atividades Ocupacionais inaugurado em ambiente de festa centenária

“Estou muito feliz e muito orgulhoso. É assim que me sinto hoje”. De sorriso aberto perante os jornalistas, António Pereira Júnior não conseguiu por diversas vezes esconder a emoção durante a cerimónia de inauguração do novo Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) de Paredes de Coura. O espaço era um sonho que o antigo presidente da Câmara trazia desde as lides autárquicas. Os mandatos ficaram para trás, mas a ambição não. E esta quinta-feira, agora somente como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura, António Pereira Júnior recebeu de braços abertos familiares e amigos para aquele que foi o primeiro dia do resto da vida do CAO. “Hoje a Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura faz 130 anos. Achámos que a melhor maneira de comemorar este aniversário seria inaugurar uma nova estrutura que agora colocamos à disposição do concelho”, disse o provedor. “[No tempo em que era presidente de Câmara] eu conhecia bem o concelho. Conhecia as necessidades e os portadores de deficiência. Persegui este sonho. Fui eliminando barreiras. Caíam umas… levantavam-se outras. Mas fomos ultrapassando”, regozijou-se o antigo edil courense.
Já o atual presidente da Câmara também não poupou elogios à obra. Vítor Pereira louvou sobretudo a finalidade do espaço. “Todos os esforços feitos por todo o país na área da deficiência são sempre poucos. As pessoas hoje estão mais sensibilizadas para as famílias com crianças de necessidades especiais”, considerou o autarca. “Eu nem gosto de utilizar muito o termo ‘deficiente’. Uma floresta tem árvores de tipos diferentes e a sociedade tem de estar atenta às pessoas que são diferentes”, sublinhou o edil courense. “Um equipamento como este vem mostrar que cada vez há mais preocupação por parte das instituições e dos poderes instituídos no sentido de responder a estas necessidades e contribuir assim para uma sociedade mais justa, mais solidária e mais inclusiva”, frisou Vítor Pereira.
O diretor do Centro Distrital de Viana do Castelo do Instituto da Segurança Social também marcou presença nesta cerimónia. Paulo Orfão salientou “a confiança” que o Governo coloca nas Instituições de Solidariedade Social “e é com este acreditar que pedimos mais às instituições. De certeza que a Santa Casa da Misericórdia, com o que tem à sua disposição, vai proporcionar mais e melhor para aqueles que precisam da nossa ajuda”.
A obra teve um custo total de 700 mil euros. Resultou da recuperação de um edifício da Câmara Municipal, já devoluto. Tem capacidade para 30 utentes. Para já, conta com 12 portadores de deficiência física e mental.