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O presidente da Câmara Municipal de Monção alertou esta quarta-feira, aos microfones da Rádio Vale do Minho, que o facto da ponte internacional que liga aquele concelho ao município galego de Salvaterra de Miño continuar fechada está a causar um “impacto brutal na economia do concelho”.
De acordo com dados do Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça (AECT) Rio Minho, a ponte internacional que liga Monção a Salvaterra é neste momento o terceiro ponto de passagem com maior tráfego de veículos automóveis em todo o o país.
“Para além da questão económica está também o dia-a-dia dos nossos trabalhadores. Há gente de Salvaterra que trabalha em Monção e tem de ir até Valença só para passar para o lado de cá!”, exclamou Barbosa. “São cerca de 100 quilómetros por dia. Tem de haver aqui alguma razoabilidade”.
“Ainda ontem almoçei num restaurante de Monção que, antes da pandemia, conseguia chegar facilmente aos 50 a 60% da sua lotação máxima que ao almoço, quer ao jantar. E agora isso já não está a acontecer”, lamentou o autarca para quem este problema não ficará resolvido apenas com a abertura das fronteiras.
Barbosa: “Mantendo as normas de segurança, as pessoas devem continuar a frequentar estes locais fazendo assim com que a economia continue em movimento.”
“As pessoas têm hoje mais dificuldade em sair de casa. A restauração está a sofrer consequências muito negativas. Para além da ausência dos galegos, os portugueses estão ainda muito renitentes”, avaliou o edil monçanense. “Mas é preciso sair de casa! Mantendo as normas de segurança, as pessoas devem continuar a frequentar estes locais fazendo assim com que a economia continue em movimento”.
Monção é o concelho do Vale do Minho mais afetado pela pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19). Desde o passado mês de março, o concelho já somou 128 casos confirmados. O pico da doença neste concelho foi atingido no passado dia 5 de maio, com 88 casos ativos.
Barbosa: “Se não formos agora agentes do desenvolvimento económico do concelho, acabaremos todos nós por estar a contribuir para que o nosso e os outro concelhos não saiam do marasmo.”
Desde então, tem sido sempre a melhorar e nesta altura o concelho apresenta apenas 13 casos ativos. “A população deve continuar a comportar-se como tem feito até aqui. Os monçanenses têm sido excecionalmente cumpridores. Andamos na rua e vemos as pessoas com máscaras… entramos nos estabelecimentos e vemos as pessoas com máscaras”, enalteceu Barbosa.
“Estamos a cumprir e acredito que dentro de poucos dias cheguemos aos zero casos ativos. Mas, dentro destas normas, temos de fazer mais alguma coisa pela nossa economia”, apelou o presidente da Câmara. “Se não formos agora agentes do desenvolvimento económico do concelho, acabaremos todos nós por estar a contribuir para que o nosso e os outro concelhos não saiam do marasmo”, concluiu.
O controlo das fronteiras terrestres com Espanha está a ser feito desde as 23h00 do dia 16 de março em nove pontos de passagem autorizada, devido à pandemia da COVID-19.
Os pontos de fronteira em funcionamento são Valença-Tuy, Vila Verde da Raia-Verín, Quintanilha-San Vitero, Vilar Formoso-Fuentes de Oñoro, Termas de Monfortinho-Cilleros, Marvão-Valência de Alcântara, Caia-Badajoz, Vila Verde de Ficalho-Rosal de la Frontera e Castro Marim-Ayamonte.
No âmbito do controlo das fronteiras, estão impedidas as deslocações turísticas e de lazer entre os dois países, sendo apenas permitida circulação de transportes de mercadorias e de trabalhadores transfronteiriços.
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
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