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Monção continua totalmente contra a a passagem da linha de muito alta tensão entre Ponte de Lima e Fonte Fria, na Galiza, Espanha. O traçado prevê passagem pelo concelho e o presidente da Câmara, António Barbosa, voltou a reafirmar posição contrária à instalação daquele empreendimento elétrico, considerando que a sua funcionalidade terá um impacto negativo brutal em ambos os territórios e nas populações locais.
A posição saiu de uma reunião de trabalho que juntou à mesma mesa o presidente da Câmara de Monção, António Barbosa, o Alcalde de As Neves, na Galiza, Xosé Manuel Rodriguez Mendez, e o Presidente da Asociación de Afectados Pola Liña de Alta Tension Fontefria- Fronteria Portuguesa, Vítor Gil.
Fazendo o ponto da situação daquele empreendimento elétrico, bem como de todas as posições contrárias ao projeto, manifestadas em diferentes locais e de diversas formas, neste encontro acordou-se no estabelecimento de um conjunto de medidas de reforço à contestação da linha de muita alta tensão.
Monção e As Neves, à semelhança de outros municípios localizados na região fronteiriça, têm manifestado total discordância com aquele empreendimento, onde se pretende implementar uma linha elétrica de 400 Kv (que pode chegar aos 800 Kv) desde Fonte Fria, na Galiza, até à fronteira portuguesa, com o seu prolongamento à rede elétrica nacional, no âmbito do plano de expansão da “REN – Rede Elétrica Nacional, S.A.”
Rejeição unânime ao projeto
Em janeiro de 2019, tanto a Assembleia Municipal de Monção como o Pleno do Concello das Neves aprovaram, por unanimidade, uma proposta de rejeição do projeto. Ano e meio mais tarde, em julho de 2020, no decorrer do período de consulta pública, voltaram a manifestar-se contrárias, de forma bastante explicita, à construção da referida linha no território. Este ano, em conjunto com o movimento associativo, reafirmaram a contestação à Linha de Muito Alta Tensão.
Os dois autarcas e o representante da associação presente entendem que “a instalação e funcionalidade da linha de muito alta tensão terá um impacto negativo brutal em ambos os territórios e nas populações locais, originando diversos problemas para a saúde pública”, comprovada em diferentes publicações e pesquisas efetuadas por organismos distintos e credíveis.
A uma só voz, defendem que “mais que uma linha de muita alta tensão, o território fronteiriço necessita de politicas ativas de valorização das potencialidades locais, bem como de medidas concretas que favoreçam o equilíbrio ambiental, a promoção social e cultural e a fixação das populações nos meios rurais”.
Em Portugal, a área de implantação abrange sete concelhos no distrito de Braga e no distrito de Viana do Castelo.
No Alto Minho são afetados os concelhos de Monção, Melgaço, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Paredes de Coura.
Em 2015, o projeto foi “recalendarizado” para ser submetido a novos estudos.
De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental, o troço nacional deste projeto prevê a construção de duas novas linhas duplas trifásicas de 400 kV, atravessando, potencialmente, 121 freguesias.
A proximidade desta linha, aérea, às casas, as consequências dos campos eletromagnéticos gerados na saúde humana ou o impacto visual de torres 75 metros com margens de segurança de 45 metros para cada lado são as principais preocupações das populações de ambos os lados da fronteira.
[Fotografia: Ilustrativa / DR]
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