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[atualizada 17h54 – com mais informação]
Os presidentes de Câmara de Monção e Melgaço reuniram esta sexta-feira, em Melgaço, com vários representantes do Governo português e da Galiza com objetivo de mostrar aos governantes de ambos os lados as necessárias requalificações existentes em várias artérias, bem como projetos futuros.
Em cima da mesa, sabe a Rádio Vale do Minho, estiveram – entre outras – a EN 101 (Valença-Arcos de Valdevez), a EN 202 (Monção-Melgaço), bem como a requalificação da ponte internacional Monção/Salvaterra de Miño que a médio prazo irá ter passagem destinada somente a peões e veículos sem motor.
Um encontro que, para além dos referidos autarcas, juntou à mesma mesa a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa; a Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, representantes da Junta da Galiza; e também o Secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado.
No final da reunião, o presidente da Câmara de Melgaço mostrou-se satisfeito. “Esta conversa foi um momento muito importante. Foi dado mais um passo em frente”, disse Manoel Batista aos jornalistas sem querer adiantar muito mais.
Sabe também a Rádio Vale do Minho que esta não terá sido uma reunião esporádica. Existe intenção dos participantes em realizar periodicamente estas reuniões. Poderão mesmo adquirir caráter mensal.
Também bastante agradado com o resultado do encontro mostrou-se o edil monçanense. “Foram discutidas muitas matérias e muitas situações sempre a pensar no futuro destes territórios. Mas ainda não é altura de tornar isso público”, considerou António Barbosa. “Não fazemos política com estas matérias. O que é importante para nós é consciencializar quem tem o poder de decisão”. E mais não disse.
Ministra ‘não abre jogo’ e lamenta fecho das fronteiras
Sobre matérias em cima da mesa e novidades para o futuro, a Ministra da Coesão Territorial também optou por ser parca em palavras, apesar da insistência dos jornalistas que a rodearam. Foi mais uma governante a reconhecer as potencialidades do Alto Minho e da Galiza no seu conjunto.
“Aqui as estradas, as infraestruturas, as pontes são para viabilizar ainda mais a dinâmica que existe nestes territórios. São para aumentar a competitividade”, afirmou Ana Abrunhosa.
“Queria aqui saudar, sobretudo, a visão estratégica deste território e dos seus autarcas. Em alguns territórios pedem-se estradas e infraestruturas à espera que essas estradas tragam o desenvolvimento. Aqui não. Aqui as estradas e infraestruturas são para acompanhar e estimular o desenvolvimento que os territórios já têm e para dar melhor qualidade de vida à população”, disse.
Ana Abrunhosa foi abordada pelos jornalistas… mas poucos detalhes sobre o conteúdo da reunião
[Fotografia: Rádio Vale do Minho]
Sobre fronteiras, a governante lamentou o encerramento das mesmas e o transtorno que está a causar. “Penso que essas são as lições para o futuro porque, em muitos territórios, se as pessoas podem trabalhar a partir de casa, aqui não. As pessoas trabalham na indústria. Têm de sair de casa para trabalhar e sustentar as suas famílias”, reforçou.
A governante reconheceu que a abertura de todos os pontos de passagem entre os dois países “torna mais difícil a gestão e controlo”, mas admitiu que é preciso “olhar os territórios de forma diferente”.
Durante o discurso, Ana Abrunhosa reconheceu também”grande urgência no Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço, que está a ser trabalhado entre os dois países. De facto, a pandemia ensina-nos isto. Temos de trabalhar para que a fronteira desapareça e lamentamos muito todos os transtornos que as pessoas deste território sentiram e sentem, lamentamos profundamente”.
Questionada sobre a exigência que o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho anunciou que irá fazer junto dos Governos de Portugal e Espanha para atribuição de compensações financeiras a trabalhadores transfronteiriços e empresas afetados pelo encerramento de fronteiras, a ministra da Coesão Territorial disse desconhecer o assunto.
“Essa é uma pretensão dos autarcas. Se é possível fazer um cálculo, é uma questão que terá de ser estudada. Estou a ouvi-la pela primeira vez. Mais uma vez, a posição é de grande lamento. Não foi só uma vontade de Portugal. Foi também uma vontade de Espanha fechar as fronteiras e estes são de facto os custos desta guerra contra a pandemia”, concluiu.
[Fotografias: Rádio Vale do Minho]
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