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Cerca de 50 proprietários de pesqueiras de Melgaço exigiram esta quinta-feira ao Governo que permita a pesca da lampreia nas pesqueiras no Troço Internacional do Rio Minho (TIRM). Aquela atividade, recorde-se, já acontece do lado galego desde 15 de fevereiro. Uma manifestação que contou com a presença e solidariedade do presidente da Câmara de Melgaço, Manoel Batista.
“Não podemos confundir o que acontece aqui com o que acontece nas margens do rio Douro ou do rio Tejo, onde as pessoas se podem aglomerar para fazer pesca desportiva, lúdica, para se divertirem e passarem o seu tempo. Não estamos a falar disso. Estamos a falar de uma pesca milenar, de subsistência, um prolongamento dos trabalhos no campo”, disse Manoel Batista.
O autarca socialista disse tratar-se de uma “atividade em que as pessoas colhem um bem precioso para a sua alimentação ao longo do ano, em muitos casos preservada através da seca e salga da lampreia, muito característica de Melgaço”.
Do lado dos pescadores, evidentemente, um sentimento de revolta. O presidente da Associação A Batela, Venâncio Fernandes, não compreende esta proibição.
“Dizem que não podemos ter acesso às pesqueiras por causa da COVID-19, porque estamos confinados. Mas não compreendo, [porque] se posso ir para o campo, para uma horta, para as vinhas porque é que não posso vir à pesqueira, e se olho para o lado espanhol e vejo as pesqueiras armadas”, disse o responsável aos jornalistas.
O rio Minho concentra, nas duas margens, só no troço de 37 quilómetros, entre Monção e Melgaço, cerca de 900 pesqueiras, “engenhosas armadilhas” da lampreia, do sável, da truta, do salmão ou da savelha.
[Fotografia: Município Melgaço]
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