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Viana do Castelo

Marinha: Corveta João Roby em revisão durante sete meses para chegar aos 41 anos de serviço

27 Abril, 2012 - 11:33

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O Arsenal do Alfeite já iniciou a revisão intermédia da corveta João Roby, há 37 anos ao serviço da Marinha, operação que custará seis milhões de euros e se prolongará até novembro.

O Arsenal do Alfeite já iniciou a revisão intermédia da corveta João Roby, há 37 anos ao serviço da Marinha, operação que custará seis milhões de euros e se prolongará até novembro.

Segundo fonte da Marinha contactada pela Agência Lusa, o navio deu entrada no Alfeite a 12 de abril e, entretanto, a intervenção já recebeu o visto do Tribunal de Contas para avançar.

Entre os trabalhos a realizar nos estaleiros do Alfeite contam-se a desmontagem de equipamentos e sistemas. A elevação do navio, em seco, acontecerá a 10 de maio.

“A docagem incide em tratamentos de superfície, nomeadamente, obras vivas, obras mortas, convés e superestrutura e substituição de chapa. Prevê-se ainda a substituição dos três geradores principais”, explicou a mesma fonte.

Esta operação representa o primeiro grande serviço para os 600 trabalhadores daqueles estaleiros públicos nos últimos meses e possibilitará a operacionalidade do navio até 2016.

“A reparação inclui um conjunto de intervenções profundas em sistemas e equipamentos do navio, visando restaurar níveis de fiabilidade e disponibilidade operacional para um período nunca inferior a quatro anos”, apontou Santos Fernandes, porta-voz da Marinha.

Aquele ramo das Forças Armadas está a operar o dispositivo naval de patrulhamento e socorro com seis corvetas, de cerca de 40 anos, e o novo patrulha, construído em Viana do Castelo.

Isto corresponde a um total de meios abaixo do “mínimo” de oito navios com que a Marinha deveria operar, sendo que uma outra corveta foi recentemente destacada para a operação de apoio aos cidadãos estrangeiros na Guiné-Bissau.

Além do número reduzido de meios, a Marinha reconhece outros problemas. “As dificuldades de se estar a utilizar um navio com 40 anos prendem-se com aspetos relacionados, por um lado, com obsolescência de alguns sistemas e equipamentos, por outro, com a inerente fadiga estrutural de todo o navio”, admitiu.

Acrescentou, contudo, que a Marinha possui um Sistema de Gestão de Manutenção “que acompanha os navios ao longo do seu ciclo de vida, normalmente várias décadas, e permite, em concreto, prolongar a vida deste navio por mais uns anos”, até tendo em conta que “a análise de risco efetuada considera que o mesmo pode ser utilizado em segurança”.

“Caso o navio não reunisse condições para estender a sua vida útil, esta revisão nunca ocorreria, como já aconteceu com outros”, sublinhou ainda.

Nesta altura, a Marinha aguarda a entrega, pelos Estaleiros de Viana do Castelo, do segundo patrulha, o NRP Figueira da Foz, e admite desde já estar previsto o abate de alguns meios navais, a curto e médio prazo.

“O abate dos navios, independentemente da integração dos novos meios, poderá ocorrer sempre que a análise de risco efetuada ao meio naval, em áreas como a plataforma, segurança e sistemas versus disponibilidade financeira o determinar”, acrescenta.

A “salvaguarda e a segurança dos militares”, além da “segurança dos navios e do património, bem como a preservação do ambiente”, garante Santos Fernandes, “estarão sempre presentes e serão objetivos perseguidos pela Marinha no momento de tomar decisões, e poderão determinar a paragem e o abate de meios navais”.

“Ainda que tal não seja o desejável para a Marinha e para o país”, rematou.